Capítulo 28

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Eda Bolat

- Ah como eu amo o meu carro novo. Você não ama o meu carro novo, amor?

- Hm.

Serkan resmunga e volta a sua atenção para a estrada. Já fazem duas semanas desde que descobrimos que nosso bebê é um menino.

ISSO MESMO. EU VENCI. RA!

Chupa essa, Serkan. Seu otário.

Como eu estava dizendo, já fazem duas semanas desde que EU VENCI e Serkan ainda não superou isso, tadinho. Coitado dele. E como sou uma ótima pessoa até o deixo usar o MEU CARRO para ir trabalhar e fazer suas coisas. Afinal eu não posso dirigir ainda. Na verdade, eu posso. Só prefiro não arriscar já estando tão perto de ter o bebê. Faltam só alguns poucos meses e meu lindinho vai vir para os braços da mamãe.

E esfregar a minha vitória na cara do Serkan também.

- Querido, não entendo o porquê de você está com essa cara azeda. Afinal foi só uma aposta boba, não é? Nada demais.

Ele se volta para mim por poucos segundos, mas é o suficiente para mostrar que está pensando se vale a pena estrangular a mãe do filho dele. É eu sei. Sou demais.

A questão aqui não é que Serkan não gostou do bebê ser um menino. Ele ficou feliz do mesmo jeito. A questão é ele ter perdido. Principalmente para mim.

- Ainda acho que aconteceu um erro. - Ele resmunga e reviro os olhos.

- É claro que você acha. Você perdeu. Aceite Serkan que você estava errado.

- Nunca que eu vou fazer isso. Já disse que só acredito comigo vendo. Por isso estamos indo ao medico de novo para fazer outro ultrason.

- Nossa, mas você é um péssimo perdedor mesmo. Não pode aceitar que venci dessa vez? Eu estou grávida.

- Ah não! - Ele exclama já irritado - Nem adianta vir com o papo da gravidez para tentar me dobrar, sua mulherzinha baixa e traiçoeira.

Sorrio para o meu marido idiota e aproveito que ele parou no sinal para lhe dar um beijo na bochecha e o vejo sorrir para mim mesmo contra sua vontade. Ele não consegue manter a pose mal.

Não demoramos muito para chegar a clínica e o celular de Serkan logo toca.

- Meu deus, mas esse povo só inventa problema nesses momentos? Eles adivinham é?

Pergunto, já irritada e vejo Serkan recusar a chamada.

- Acho que sim, mas não vou atender.

- Hm.

- Hm o que, Eda?

- Hm, Serkan. Hm. Não posso mais falar isso?

Que cara chato. Ele sabe muito bem porque eu resmunguei.

- Querida, não tenho culpa se os problemas aparecem na empresa e eu preciso resolver. - Viu como ele sabe. - Afinal sou o chefe.

- Existem outras pessoas lá. Até eu que amo meu trabalho estou evitando ao máximo. Você deveria fazer o mesmo. Parece até que meu filho não tem pai.

- La vem você e o seu drama. Senhor, que essa criança não seja assim.

Bato nele pela gracinha e o vejo rir por ver que fiquei irritada. Bocó. Pego minhas coisas e saio do carro sem ele.

- Para onde você vai?

- Eu vou para a minha consulta, Serkan. Você vai ficar bem aí de castigo. Não te quero mais lá também.

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora