Capítulo 30

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Eda Bolat

- Um, dois, três, respira. Um, dois, três, respira. Um, dois, três, respira. Isso, muito bem. Você esta indo bem, amor. Continua. Um, dois, três, respira. Olha só como você ficou mais calmo. Se sente melhor agora, querido? - Faço Serkan me olhar bem nos olhos para eu ter certeza de que ele não vai passar mal de novo. - Já passou, querido. Está tudo bem agora. Tudo bem. Por que não se senta um pouco?

Ele faz o que eu digo e ele se senta.

- Eu acho que vou morrer, Eda.

- Querido, você só está nervoso.

- Você estava gritando de dor, Eda.

- Querido... porque eu estava com dor. Mas é normal. Tente não surtar sempre que eu tiver uma contração.

A enfermeira, que esta tentando manter o profissionalismo desde o começo do episódio, consegue medir a pressão dele e diz que está tudo bem.

- Pronto, amor. Viu como não foi nada de... - Digo e logo paro quando sinto outra contração vir. Eu seguro sua mão forte e me contorço até a dor passar. Serkan logo se desespera de novo e tento acalma-lo - ...mais. Ufa, essa foi mais intensa.

- Você está bem? Tem certeza que está bem? A MINHA MULHER PRECISA DE AJUDA AQUI!

- Serkan! - tento mante-lo sob controle. Se toda vez que eu tiver uma contração ele ficar assim, vou proibi-lo de entrar na sala do parto. - Querido, são dores normais. Esta tudo bem.

- Engraçado que quando você teve as contenções falsas lá você quase morreu e quase me matou também. Agora tá aí pagando de superior.

- Eu não estou fazendo isso, seu mentiroso. É só que eu levei um susto de primeira. Agora já me acostumei e me sinto calma.

- Você é doida.

- Tudo bem por aqui? - Nosso obstetra pergunta assim que entra no quarto e já sorri para nós dois como se soubesse do sufoco que foi isso aqui minutos atrás. - Como está nossa mamãe?

- Bem. Só sentido algumas contrações, mas bem.

- Ok. As contrações ainda estao com intervalos de 30 minutos. Vamos esperar mais un pouco e continuar observando você e o bebê e ver se isso muda logo. - Ele para e se volta para Serkan - E o seu marido também.

Sorrio enquanto Serkan tentar manter a pose, mas não dura muito. Eu nunca o vi tão nervoso na vida. Parece até outra pessoa. As horas vão passando e nada. As contrações vão ficando mais intensas, mas os intervalos entre elas ainda são longos. Começo a ficar estressada já com tudo isso.

- Já estamos aqui há horas. Bora bebê, pede pra sair logo, vai.

Acaricio a minha barriga e fico ali torcendo para ser ouvida e obedecida. Até parece.

- Está demorando mesmo. Você precisa de alguma coisa?

- Não, querido. Eu estou bem. Só estou cansada.

- Eu entendo. Nosso garotão já está dando trabalho antes mesmo de nascer.

Serkan beija minha barriga e me sinto nervosa porque está chegando a hora Eda. Você precisa contar a ele. Mas, assim, agora seria ótimo.

- Serkan... eu preciso te contar algo. - Sua atenção nervosa se volta para mim e fico com um nó na garganta. Ele vai me matar. Vai me matar bonito. Se duvidar só vai esperar nosso bebê nascer e quando eu estiver dormindo vai me sufocar com o travesseiro. Eu não o culparia.

- O que foi, amor? Esta com dor? Esta passando mal? Precisa de alguma? Quer que eu chame o médico?

- Não, amor. Calma. Eu estou bem. Eu só... Querido eu... eu fiz algo. Algo que pode fazer você surtar - Eu ja o vejo ficar na defensiva.

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora