Capítulo 4

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Eda Yıldız

O. QUE. FOI. AQUILO????? Eu quase beijei Serkan Bolat. EU QUASE BEIJEI AQUELA PRAGA. GRRRRR. Que droga, Eda. Bastou aquele idiota te olhar com olhos lindos e o cheiro delicioso dele te envolver, pra perder o sentido? Que ódio de mim mesma por ainda deixar ele me afetar. Até parece que nem passei 5 anos distante dele. 5 ANOS.

Ando de um lado para o outro na cozinha ainda tentando me acalmar. Preciso voltar para o escritório, mas sei que o cretino vai usar o que aconteceu para me infernizar. Maldito Serkan Bolat. E além de cretino, ainda é arrogante. Não mudou nada. Ele achou mesmo que eu não iria dar a minha opinião sobre aquele projeto? Achou mesmo que eu ia so balançar a cabeça e concordar com tudo que o senhor gostosão falasse? Coitado. Farei você comer o pão que o diabo amassou, querido.

Meu telefone toca e checo o número. O nome da minha tia aparece na tela e meu coração parece parar. Por um instante esqueço do Serkan e de qualquer outra coisa. Que não seja nada ruim.

- Alô, tia. Tudo bem?

- Tudo ótimo, meu amor. Só liguei para saber como esta indo o primeiro dia de trabalho?

Nem pergunte, tia. Nem pergunte.

- Está ótimo. Tudo na mais perfeita paz.

- Eda

- É sério.  Não precisa se preocupar comigo, tá bom? Preocupe-se apenas com você. Eu estou ótima.

Ouço ela tossir e fico aflita. Talvez não tenha sido uma boa ideia começar a trabalhar tão cedo e ela deixa-la sozinha. As doses de quimio foram muito intensas da última vez e a deixaram muito frágil que até mesmo um resfriado se tornou mortal.

- Pare de se preocupar, Eda. Eu estou bem e vou continuar bem. Eu ainda estarei aqui quando você chegar em casa mais tarde.

Fecho os olhos para tentar parar as lágrimas que vêem sem aviso. Eu era quem deveria está a acalmando e não o contrário. Mas é difícil ser o forte da relação quando você só sabe ter medo se a morte só está esperando um descuido seu para chegar.

- Você me conhece tão bem.

- É claro que sim. E sei que esta mentindo sobre o trabalho. Quando chegar, você vai me contar o que você fez para o meu genro.

Minha boca cai em descrença. Como ela pode me acusar? Mas, nem deveria estar surpresa. Dona Ayfer ainda ama o Serkan como a um filho. E duvido se esse carinho um dia vai mudar.

Desligo o telefone depois de mais alguns minutos conversando com ela e decido voltar ao trabalho. Preciso mergulhar de cabeça no que quer que tenha para fazer e não ficar pensando no pior. Vou em direção a minha mesa quando Serkan passa por mim. Ele fecha a cara e revira os olhos e segue seu caminho como se nada tivesse acontecido. O que ele é? Uma criança de 10 anos??? Não importa, Eda. Só siga em fretne e foque no trabalho. Serkan Bolat não tem mais poder sobre mim. Não tem.

☆☆☆

Olho para o projeto mais uma vez e vejo que, droga, Serkan estava certo. Pelo menos em parte. A mudança que sugeri levaria não só mais tempo, como custaria mais. Mas não vou vou dar o braço a torcer e dizer isso a ele. Tenho certeza que há outra maneira para isso.

- Eda!

Sou tirada do meu mundinho com a voz do meu amigo. Ah Engin, como senti falta dele. Levanto e trato logo de abraça-lo. Como eu senti falta do meu irmão.

- Aí, Engin. Que saudade de você.

- Eu também estava. Nos falamos, o que?, há umas três semanas??

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora