Epílogo

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Anos depois

- Eles já deveriam ter chegado. O expediente na empresa acaba as 17h. De lá até aqui são 30 minutos. Já são 17:45. Eles estão 15 minutos atrasados.

Eda resmunga pela quinta vez enquanto observa o relógio da parede, o do pulso e o do celular.

- Querida, fique calma. Eles já estão chegando. Não sei porque está tão nervosa. - Ayfer responde tentando acalmar os ânimos da sobrinha.

- Não é nervosismo. É ansiedade e curiosidade. Quero saber como foi la.

- Hmm.

- Hmm o que, dona Ayfer?

- Pra mim você só quer saber para poder fazer "bem melhor" na sua vez.

Eda logo fecha a cara e nem responde a provocação da tia. Ainda mais por ela está certa. Hoje Serkan e Rüya passaram o dia juntos na empresa para um trabalho da escola da filha. Um dia no trabalho do seu responsável e o Rüya foi automaticamente o pai. Claro que ela fez um escândalo quando viu isso.

- Por que um dia no trabalho do papai? Por que não um dia no trabalho da mamãe? Que preconceito é esse? E quem não tem pai, como fica?

- Senhora, no bilhete mandado pela escola estava assinalado que este evento, sua filha iria para o trabalho com o responsável escolhido por vocês e lá estava que seria o seu marido. A senhora mesma quem assinou.

- O que? - E então Eda viu sua assinatura quase perfeita, se não fosse pelo corte do T que está diferente do que ela faz. E ela sabe muito bem quem escreve Bolat desse mesmo jeito.

- Aquele safado! - Foi só o que conseguiu dizer depois de pagar mico na escola da filha. Mas ela não tinha mais como voltar atrás, ainda mais depois de ver o brilho de ansiedade nos olhos da filha quando soube que seria uma mini Serkan por um dia.

- Ah não mamãe. Temos uma catástrofe! - Sim, a filha começou a aprender e usar palavras difíceis que aprende nos documentários que vê o pai assistindo - Como posso ser uma mini papai se não tenho uma roupa igual a dele? Não pode isso, mamãe.

- Você diz um terno?

- ISSO! Um terno bem lindo mamãe. Igualzinho ao do papai para irmos de gêmeos.

Eda sorriu para a pequena criatura e apenas concordou. Ela só não sabia que quando ela disse gêmeos, ela levou a sério. No mesmo dia a pequena escolheu a roupa que o pai usaria naquele dia, que seria somente na semana seguinte.

Escolheu o terno "esse azul porque eu achei tão lindo",

Escolheu a gravata "Mamãe, posso ter uma gravata também?"

Escolheu até as meias que o pai usaria.

-Pronto mamãe. Agora eu quero tudo igualzinho do papai.

Eda não pode negar que seu coração se encheu de alegria enquanto via filha tão animada com isso. Ela sabe o quanto todo amor e afeto da filha, ou melhor dizendo, o amor imensurável que Rüya sente por Serkan, o faz feliz. Ela o idolatra desde que era uma simples bebê e só provou a ele, que mesmo tendo os pais que teve, ele seria sim um excelente pai.

- Eu disse a você que ela me amava mais. Aceite, querida.

Serkan comentou naquela noite enquanto os dois se preparavam para irem dormir.

- Nós dois sabemos que isso só está acontecendo porque você forjou minha assinatura, Serkan.

- Eu não faço a mínima ideia do que você está insinuando, Eda. - Serkan ainda tem a coragem de mentir - E outra, eu fiz isso pensando em você

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