Alma Gêmea✔

Capítulo 15

Esse capítulo fala sobre aborto espontâneo. Se você tem gatilho com esse assunto, pule as partes em itálico. Boa leitura.

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Eda Yıldız

Sabe quando dizem que sua vida passa diante dos seus olhos quando você está a beira da morte? Eu senti exatamente isso quando a vi. Uma morte de espírito. Aydan Bolat foi o meu pesadelo constante enquanto fui casada com Serkan. Eu tentei conquista-la. Tentei muito. Mas não importava o que eu fizesse, ela nunca mudava comigo.

Tem coisas que nunca contei ao Serkan. Coisas que nem eu gosto de lembrar. Serkan acha que meu problema com a mãe dele é só porque ela me olhava torto. Se ele soubesse...

Termino de arrumar a mesa para o jantar e aguardo ansiosa pela chegada dos pais do Serkan. É nosso primeiro jantar juntos depois que casamos. Até que demorou pra isso acontecer. Dona Aydan relutou muito para finalmente aceitar vir aqui. A verdade é que ela nunca aceitou nosso relacionamento. Nunca me viu como alguém certo para o Serkan. Passamos boa parte do nosso namoro e noivado a evitando, mas agora quem somos uma família, eu quero mudar isso. Afinal, Serkan e eu somos casados agora.

Termino de por os pratos quando escuto a campainha tocar. Enxugo as mãos no avental e arrumo os fios rebeldes na minha cabeça. Abro a porta, com o melhor sorriso de paz que comigo dar, mas ele morre quando vejo quem mais esta a porta.

Sustento um leve sorriso de novo no rosto e tento não me abalar.

- Aydan. Selin.

- Olá, Eda. Obrigada pelo convite para o jantar.

Aydan responde, já entrando em casa e levando Selin a tira colo. Eu respiro fundo e decido não me deixar abalar. Não quero que Serkan fique chateado no nosso primeiro jantar em "família". A primeira coisa que Aydan faz é julgar a casa inteira. Eu nem ligo para isso. Nunca dei importância para esse lado dela. Mas ela sempre sabe como mexer na ferida.

- É uma pena uma casa tão bonita não receberá um bebê aqui. Você não acha, Eda?

Ela pergunta e eu me seguro para não chorar. Descobrimos logo no começo do nosso relacionamento que minha chances de ser mãe são baixíssimas. Sofri o primeiro aborto e ainda me lembro da dor que senti. Eu nem sabia que estava grávida. Ainda lembro de como Serkan ficou do meu lado enquanto eu chorava por horas depois dessa notícia. Passei dias de cama de tão mal que fiquei. A palavra bebê se tornou quase que tabu conosco. Mas a regra não era seguida por ela.

- Sim, Aydan. Eu acho mesmo muito triste.

Engulo em seco e aperto minhas mãos para parar de tremer. Bem na hora, Serkan chega do trabalho. Respiro fundo e controlo a situação.

- Você chegou cedo hoje.

Digo a ele assim que o vejo.

- Estava com saudade de você. Joguei os problemas na costa do Engin.