Alma Gêmea✔

Capítulo 29

Serkan Bolat

- Você tinha que deixar tudo para cima da hora, não é irmão?

Engin reclama pela décima vez enquanto o arrasto pelas lojas de departamento para comprar as coisas que Eda pediu para o chá de bebê. Não é que eu tenha deixado para última hora, eu só não tive muito tempo nas últimas semanas. De novo. É a data do parto se aproximando. Atenção para Eda. E atenção para a empresa.

Incrível como a saída de Efe ainda me afeta de algum modo, meses depois. Pegamos tantos projetos e agora preciso me virar para ter tudo no prazo com somente minha equipe.

Não que eu ache ruim. Não acho mesmo. Tudo que for necessário para eu não ter que lidar com aquele ser. Depois que Eda engravidou e precisou de repouso absoluto, foi mais do que obrigatório para ela parar de trabalhar. Ela ainda mexia com a parte administrativa, mas muito pouco já que o estresse disso tudo não a fazia bem. Efe foi bastante compreensível, até porque ele não é má pessoa. Só se meteu na história errada. E ele deu todo suporte a Eda nesse período. O mesmo não pode ser dito a mim, já que ele fez como sua missão na terra, me infernizar e todas as nossas reuniões terminavam de um jeito nada amigável. Aí lembrei que estava passando por isso por causa da empresa do meu pai, um homem que nem merece todo o meu esforço e propus para desfazermos a sociedade.

Efe não concordou logo de início, mas quando percebeu que só estava perdendo seu tempo, ele aceitou com a condição de que a sociedade continuasse, mas Eda ficaria a frente das suas ações aqui na turquia e passaria um relatório mensal das coisas. EU NÃO QUERIA NÉ, mas não cabia a mim e no fim, Eda aceitou. Efe foi embora levando sua equipe. E eu pude finalmente me livrar dele.

Pena que decidi fazer isso com tantos trabalhos ainda em andamento. Nem pra ter esperado um pouco mais.

- Engin, fica quieto, que se eu quisesse alguém pra me julgar, teria trazido Fifi ou Ceren. Cala a boca aí.

- Uhum, sei. Eu que me lasco né?

- Claro. É pra isso que você serve afinal. 

Seguimos pelas lojas escolhendo a dedo tudo que está na lista feita por Eda. Decoração em azul bebê. Enfeites para a mesa. Uma toalha de mesa que ela fez questão de me mandar a foto por mensagem. - Traga essa ou nem precisa voltar para casa - Louca essa mulher. Louca! Pequenas lembranças que também foram escolhidas a dedo, além de balões, pratos decorados, talheres também decorados.

- Meu deus, pra que tudo isso? Eda enlouqueceu - exclamo indgnado quando começo a reparar nos itens da lista

- É assim mesmo, meu amigo. Deixa só o bebê nascer. Ai que você vai ver o quão louca das compras ela vai ser. Até você, na verdade. Ou acha que eu ja esqueci das inúmeras coisas que comprou para o quarto do bebê?

- Ai é diferente, Engin. Estaremos gastando com o nosso filho. Isso aqui são para outras pessoas e não para ele.

- Deixa de ser chato e vamos continuar. Temos que passar na doceria ainda e pegar o bolo e os doces que ela encomendou.

Ai meu deus.

[...]

- Você trouxe tudo o que eu pedi, não foi? - Nossa nem um olá eu recebo. Ou um obrigada, meu amor. Que horror. Ja sou questionado no minuto que piso dentro de casa.

- Sim, Eda. Trouxemos tudo da lista. 

- Tem certeza?

- Tenho, amor. Eu tenho certeza absoluta.

- Trouxe os doces?

- Sim

- A toalha que pedi?