Capítulo 8

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Serkan Bolat

Uma vez eu li uma matéria que dizia que um vulcão pode entrar em erupção mesmo depois de anos inativo e o estrago é tão grande quanto de qualquer outro. Eu assisti a um vídeo que mostrava a hora em que a atividade sísmica começava e a fumaça negra e densa sendo dissipada no ar. É assim que eu vejo a Eda nesse momento. Um vulcão ponto para cuspir fogo para todo lado.

- Serkan, essa camisa ficou muito bem me você. - Ceyda fala como se não tivesse noção do perigo. Faz 20 minutos que ela voltou para a mesa e Eda continua do mesmo jeito. Com o rosto neutro e completamente quieta. Nem uma palavra foi dita. Nem uma piada. Nada. O problema de já ter sido casado com ela é que eu sei o que está por vir. E não vai ser nada bom.

- Então, Ceyda. Sobre o projeto, acredito que o senhor Emre tenha lhe passado os detalhes para assinarmos o contrato. - Tento mudar o rumo da conversa, mas o outra não ajuda.

- Ah, Serkan. Não vamos desperdiçar essa noite falando de trabalho, não é?

Ela sorri e coloca a mão no mão braço. E, meus amigos, eu nunca me vi me mover tão rápido quando agora. Acho que não deu nem tempo das moléculas dela tocarem as minhas.

- Hmm, eu prefiro falar sobre isso, senhorita Ceyda. Temos muito o que fazer e precisamos resolver isso logo.

Digo e para deixar a mensagem mais clara, coloco meu braço em volta de Eda. Ceyda percebe e fecha a cara. Azar o dela.

- O que você acha, meu amor - Digo tentando trazer Eda de volta do modo assassino - que tal darmos uma volta pelo resort depois do jantar. O clima está do jeito que você adora.

Ela se volta para mim, tão lentamente que sinto minha alma deixar o meu corpo. Me lasquei. Eu preciso tirar a Eda de perto da Ceyda antes que não tenha mais volta.

- Eu já acho que o clima aqui está perfeito, meu amor. Por que sair, não é mesmo?

- Aí, Eda. Se você não quiser dar essa volta, eu aceito. - Ceyda responde e vejo Eda sorrir.

Puta que pariu, mulher. CALA A BOCA.

Eda finalmente demonstra uma reação. Eu a vejo respirar fundo e fechar os olhos. Eu queria poder dizer para todos aqui saírem e salvassem suas vidas, mas prefiro conservar a minha. Ela olha para mim, confirmado o que já sei. E posso dizer que o senhor Emre vai precisar de uma advogada nova. E nós também.

- Ceyda, que tal nos atentarmos ao contrato. Afinal, eu e o meu marido viemos aqui para isso. - Eda responde

- Serkan, você não me disse que tinha se casado de novo e com a sua ex - Ceyda joga, ignorando a Eda. Corajosa. Eda deixa passar, pelo menos a Ceyda. Eu sofro o efeito colateral quando ela bate nas minhas costelas. Minha dica para fazer algo ou ela fará

- Ah sim. Nós percebemos o quão imaturos fomos na nossa separação e reatamos. Não é, amor? Foi como se nem estivéssemos separados.

- É sim, querido

Nesse momento eu vejo o meu futuro quando Eda começa a perfurar o frango com o garfo. Garfada a garfada, o pobre frango é  despedaçado e torturado. Tenho certeza que o coitado sentiu dores mesmo já estando morto.

Depois de muita luta, consigo fazer Ceyda falar de trabalho. Oh mulherzinha inconveniente. Claro que isso sobrou pra mim. Eu não entendo porque eu tenho que apanhar quando não sou o culpado. Tenho certeza que se eu tirar um raio X da minha mão, vou encontrar os ossos em farelos do tanto que a Eda esmurrou minha mão essa noite. Cada indireta da Ceyda, um murro. E aí de mim se demonstrasse dor. Eu até aguentei bem, até ela começar a atacar meus países baixos.

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora