Capítulo 9

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Eda Yıldız

Acordo com os raios de sol batendo em meus olhos. Com certeza Serkan esqueceu a cortina aberta. Não que fosse culpa dele. Nem mesmo eu conseguiria pensar em nada durante essa noite. Ainda não acredito que sucumbi ao meu desejo e transei com ele. A seca de cinco anos pesaram e muito na noite passada. E toda aquela situação do jantar me fizeram ficar a flor da pele. Eu culpo você por isso, Ceyda.

Olho em volta e tento levantar o corpo, mas então percebo o peso nas minhas costas. É claro que ele ia fazer isso. Mesmo se não tivéssemos transado, ele teria deitado sua cabeça em minhas costas pela manhã, como sempre fez. Agora dependo da boa vontade dele acordar para poder ir ao banheiro. Off Serkan.

Me mexo um pouco tentando acorda-lo, mas só consigo fazer ele mergulhar a cabeça ainda mais nas minhas costas e me abraçar forte. Quem observa de fora, sempre pensou que eu fosse a grudenta da relação. Mas se enganam e feio. Serkan parece um chiclete.

- Da pra parar de se mexer. Tô tentando dormir mais um pouco.

Ele resmunga e me abraça mais forte, jogando o peso do corpo dele sobre o meu. Ridículo. Começo a rir pela infantilidade dele.

- Serkan, preciso ir ao banheiro. Da pra sair de cima de mim?

- Não!

- Serkan!

- Tá bom, enjoada. A gente não pode nem mais dormir nas costas da pessoa em paz.

Ele me liberta e me viro na cama e sou prendido de novo. Serkan começa a beijar meu pescoço e sua barba me dá cócegas. Acaricio seu cabelo vermelho e suspiro.

- Bom dia, demônia

Rio e bato na cabeça dele. Idiota.

- Bom dia, capeta.

- Não! Só eu posso usar esses apelidos carinhosos. Ninguém é digno deles além de você.

Sorrio e bato nele pela provocação. Serkan se levanta e me fita sorridente. Nos encaramos e então o peso de todo esse gesto vem sobre mim. Como éramos todas as manhãs quando estávamos casados. Os sorrisos e os olhares que diziam mais do que as palavras. O afeto que tinhamos e que compartilhavamos. Ele parece pensar o mesmo e se afasta rapidamente. Meu coração ainda bate acelerado, como se ele ainda estivesse ali, do mesmo jeito. Esse era o arrependimento do amanhã, no caso hoje. Ontem eu fiz uma escolha, a escolha de me entregar ao que meu corpo pedia e desejava. Foi puramente carnal. Mas a gente se engana se acha que o coração sente do mesmo jeito.

- Hmm, eu... eu vou no banheiro.

Me levanto da cama, ainda enrolada no lençol e entro no banheiro, trancando a porta. Respiro fundo e tento manter a calma. Jogo água no rosto para tentar me acalmar, mas não adianta. O gosto dele ainda está em mim, e não só isso. Quando olho no espelho vejo as marcas da noite passada. Ainda bem que esta frio em Bursa e da pra cobrir isso.

Passo a mão pelo meu pescoço e as memórias de ontem voltam. O seu toque. O seu beijo. A harmonia que éramos noite passada. Fecho os olhos e tento controlar meu coração, controlar a urgência do meu corpo em querer mais dele. Eu sabia que isso aconteceria. Sabia que seria uma péssima ideia, mas fiz mesmo assim. Só preciso encontrar um jeito de impor um limite de novo. Não nele, mas em mim.

Saio do banheiro mantendo a máscara de calma. Não vou deixar transparecer que estou surtando por dentro. Ele parece relaxado, terminando de vestir a roupa.

- Hmm, então... Sobre ontem...

Começo mas ele logo me interrompe.

- Não há necessidade, Eda. Nós dois sabemos que foi uma coisa que não deve acontecer de novo. Eu já entendi isso. Não se preocupe.

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora