Capítulo 26

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Eda Yıldız

Abro os olhos e a luz branca e forte incomoda meus olhos. Olho em volta procurando alguém e não reconheço onde estou. Minha cabeça parece ter virado gelatina e não consegue acompanhar as coisas. Nem lembro direito o que aconteceu ontem. Sei que estava passando mal e conversando com Serkan, mas depois disso parece que passaram uma borracha em tudo. Sinto uma pontada na cabeça e levanto o braço só para sentir um incômodo grande.

- Ei, ei, calminha aí. Você vai se machucar.

Uma moça simpática se aproxima de mim e estende meu braço, que agora vejo conter um acesso venoso. Uma parte do quebra cabeça aparece e parece que consegui vir ao hospital ontem.

- O que... o que aconteceu? - Minha voz falha um pouco pela secura em minha garganta. Preciso de água.

- Você passou mal ontem e seu amigo a trouxe. Mas agora está tudo bem. O médico vai vir daqui a pouco falar com você e lhe responder qualquer pergunta. Só tente não se mexer muito.

Assinto e me recosto mais na cama tentando relaxar. A enfermeira verifica alguma coisa na minha prancheta e sinto o incomodo na garganta de novo.

- Pode me dar um pouco de água?

Peço a ela e a vejo sorrir de leve.

- Eu até faria isso, mas seu guarda costas ali fora me mataria. Ele cuidou de você como uma águia durante toda a noite e quase fez um escândalo quando errei sua veia ao trocar o acesso. Me desculpe, mas odeio suas veias finas e frágeis. Odeio com todo o meu coração.

Sorrimos e meu coração fica mais calmo ao saber que Serkan está aqui comigo. Só ele pra ser tão dramático. Fecho os olhos enquanto espero por ele, mas ele não demora muito e logo sinto um doce beijo na testa. Quando abro os olhos, vejo sei semblante abatido, mas calmo.

- Amor. Você me assustou tanto. Não tem ideia do quanto fiquei aflito vendo você passar mal pelo telefone e não poder fazer nada. - Ele recostado sua testa na minha e levo minha mão livre até seu rosto. - Nunca mais faça isso. Nunca mais seja tão negligente. E se algo tivesse acontecido a você?

- Eu estou bem agora, amor. - Digo com a voz embargada - Desculpe por preocupar você. Prometo tomar mais cuidado.

- E prometa não se matar de tanto trabalhar também, Eda. Tenho certeza que todo esse mal estar está relacionado a rotina intensa de trabalho.

Assinto e o abraço sentindo o seu cheiro viciante e acolhedor. Peço que ele me de um pouco de água, quando o vejo mais calmo, e me deixou ser cuidada por ele como se eu fosse feita de porcelana. Serkan me repassa um pouco dos eventos da noite passada enquanto o médico não chega. Ele disse que nem ele sabe o que aconteceu. O médico de plantão pediu alguns exames, mas não havia retornado durante a madrugada. Minha febre foi cessando aos poucos e logo já estava com a temperatura ideal. Perguntei a ele sobre o piti que ele deu com a enfermeira simpática e ele logo desconversou.

- Ela estava machucando você, Eda.

- Ela só estava tentando acertar a veia sob sua supervisão julgadora. Tenho  certeza. Coitada de mulher, Serkan. Ela nem me deu um pouco de água por sua causa.

- Que ela aprendesse a acertar a veia de primeiro então.

Como eu amo esse idiota. Ouvimos uma batida na porta e logo nos concentramos na figura que acaba de entrar no quarto.

- Boa tarde, senhorita Eda. Parece que alguém dormiu bastante e descansou bem. Eu sou o doutor Eliah e estou substituindo o médico que a atendeu durante a noite. Vi o seu prontuário e tudo parece certo. Fadiga é comum pra alguém no seu estado.

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora