Capítulo 18

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Serkan Bolat

Eu me mexo na cama e me sinto quebrado. Pela luz que sai pela janela ainda é de dia. Sabe quando você dorme por uma ou duas horas e acorda como se estivesse no dia seguinte? Eu me sinto assim. Me mexo na cama e procuro por ela. Tateio o outro lado da cama e o encontro vazio. Eu levanto, agora bem desperto, para ter certeza que ela realmente não está aqui.

Não acredito que depois tudo, ela simplesmente foi embora. Sinto um peso no meu coração que não consigo descrever. Me sinto de volta ao passado, quando acordava durante a noite e a procurava sem êxito algum, e eu me perdia no cheiro dela que ainda restava no travesseiro. Depois de algumas semanas, o cheiro foi ficando mais suave. Depois de um tempo o cheiro não existia mais e eu não tinha nem um pedaço dela para me agarrar.

Sento na cama e tento manter minha mente e meu coração em ordem. Eu sabia que era um risco. Eu sabia que ela poderia simplesmente agir como se nada tivesse acontecido, mas eu...

- Eu ainda tinha esperança de que você não me deixaria de novo, Eda.

Engulo toda a angústia que tenta me consumir e dou atenção ao meu estômago que está roncando. Não vou me deixar cair no poço da depressão de novo. Coloco uma calça moleton e desço as escadas. Chego na metade do caminho quando preciso me segurar no corrimão para não cair.

Ela... ela está aqui. Eda continua aqui e na minha cozinha. Usando somente uma camisa minha enquanto mexe algo no fogão. Meu coração salta por um instante e não consigo conter a emoção que sinto. Vou até ela e a abraço forte por trás.

- Aí, Serkan! Você quase me matou do coração. Tá louco?

Eu inspiro o cheiro dela como se fosse uma droga viciante e que meu corpo está necessitado para obter mais. Eu a abraço mais forte, com medo dela simplesmente escapar dos meus braços.

- Serkan! O que foi? Parece um grude.

- Pensei que tivesse me deixado de novo.

Digo e sinto ela ficar tensa.

- Acordei e não vi você e logo pensei que tivesse partido mais uma vez.

- Serkan...

- Fiquei com medo, Eda. Como pode eu sentir tanto medo de perder alguém assim? De ser tão apaixonado por alguém ao ponto de ficar sem chão pelo simples fato da pessoa não acordar ao seu lado. O que você fez comigo, Eda?

Despejo o que ficou preso no meu coração por tanto tempo e que me sufocava a cada dia. Ela se solta e se vira para mim. Seus olhos intensos encontram os meus e suas mãos de seda passeiam pelo meu rosto. Eu fecho meus olhos aproveitando cada toque.

- Me desculpe.

Ela diz e logo em seguida beija a minha testa.

- Me desculpe

Beija o meu nariz

- Me desculpe

Beija meus lábios de forma singela e terna e consigo sentir o alívio da minha alma só por esse gesto dela.

- Me desculpe. Eu só queria preparar algo antes de você acordar. Desculpe.

Ela me abraça e me conforta. Sinto como se o peso do mundo saísse de dentro de mim. Ela se afasta de novo e seus lábios voltam a encontrar os meus. Agora com mais intensidade. Mais desejo. Suas unhas arranham a minha pele nua e a trago para mais perto. A urgência em possui-la grita dentro de mim. Eu a levanto e a coloco na bancada.

- Espera. Espera. - Ela me interrompe. - Tem que desligar o fogo. Não queremos incendiar a casa.

Eu sorrio e me viro para o fogão e desligo o fogo. Mal me volto para ela e já sou agarrado pelo pescoço. Eda entrelaça suas pernas em mim e só temos o tecido da minha calça entre nós e...

Alma Gêmea✔Onde histórias criam vida. Descubra agora