Colégio Fairy Tail

Capítulo 2 - Uma manhã agitada

Entrámos na sala de aula e um homem com um casaco branco comprido e um grande colar com um "S" estava sentado na secretária do professor. O mesmo rapidamente se apresentou como Macao, e desejou-me as boas-vindas.

O professor começou por dizer-nos os lugares nos quais nos deveríamos sentar e todos nos dirigimos aos mesmos.

Boa. Tinha atrás de mim o raio do rapaz do comboio...

– Certo, meninos. Agora que todos estão sentados, podemos começar com as apresentações. Lucy Heartfilia, podes vir aqui à frente apresentar-te, por favor? – Pediu o Macao. Maldição...

Todos na sala ficaram em silêncio e podia sentir todos os olhares postos em mim: o professor tinha acabado de dizer no meu apelido, Heartfilia.

E toda a gente conhece as empresas Heartfilia...

– Bom... Se calhar podemos passar essa parte à frente. – O professor de Português tentou disfarçar...

– Tchi... Agora os ricos vêm para colégios de tão baixa categoria? – Ouvi o Natsu gozar.

– Cala-te... – Retruquei baixo.

– Só se eu quiser. – Ele provocou-me.

Suspirei já cansada daquela briga sem sentido e concentrei-me na aula.

Eu era boa aluna, no geral. E não queria perder as minhas notas só porque tinha mudado de escola.

Tinha acabado de me concentrar na aula, quando uma bola de papel acertou na minha cabeça.

– Natsu... – Grunhi, irritada.

Estava pronta para espanca-lo, quando o professor me pediu para ler um texto que estava na primeira página do manual. A aula continuou, e podia ver pelo canto do olho a Lisanna a roçar-se no Natsu. Tudo o que conseguia pensar era no quão oferecida ela aparentava ser.

Depois da aula, fui com a Erza, a Juvia, a Levy e a Wendy ao bar. Acho que elas queriam falar a sós comigo, para me conherem melhor.

Peguei no meu telemóvel e tinha três mensagens do Sting.

"Bom dia, princesa. O que andas a fazer? Lucy?", diziam as mensagens.

– E quem é o Sting? – Perguntou a Erza, depois de olhar para o meu telemóvel.

Ela pareceu não ter noção do que tinha feito. Afinal, estava a olhar para o meu telemóvel, mesmo sem me conhecer. Mas honestamente, não via maldade nela, por isso resolvi não dar importância.

– Bem, é o meu namorado... – Respondi corada.

– Oh! Tens uma foto dele para nós o ver-mos? – Quis saber a Levy, empolgada.

Rapidamente procurei uma foto nossa, e encontrei uma que o favorecia muito...

– Uau! É tão giro... – A Juvia derreteu.

– É... – Concordei enquanto as saudades que tinha dele me invadiam.

– Quem é que tem namorado? – Ouvi o Natsu perguntar num tom de gozo.

– Eu... – Suspirei antes de começar a falar.

– Oh, que pena. E eu a pensar que nos íamos divertir juntos... – Gozou ele, o que me fez corar.

– P-Porco... – Grunhi baixo, o que o fez rir.

Estava com fome, por isso resolvi comprar um pão com manteiga e um sumo de pêssego.

– Lucy, vamos lá para fora. – Sugeriu a Erza, o que me fez assentir com a cabeça.

Voltámos a sentar-nos onde tínhamos ficado antes das aulas começarem e o Natsu aproximou-se de mim.

– O que queres? – Disparei, já à espera que ele dissesse ou fizesse qualquer coisa porca ou parva.

– Calma, Miss Agressividade... – Gozou ele. Esta manhã era Miss Aborrecimento, agora era Miss Agressividade...

Deixei escapar um grunhido, quando o meu telemóvel começou a vibrar no meu bolso. "Sting", marcava o visor.

Rapidamente me afastei do grupo e atendi.

– Olá! – Saudei-o corada.

– Lucy! Então, como estão a correr as coisas por aí? – Quis saber ele. Preparava-me para lhe responder, quando alguém me tirou o telemóvel das mãos.

– Natsu! Hey, para com isso! Devolve-mo! – Berrei-lhe.

– Olá, Sting. Eu sou o Natsu e vou a uma festa com a tua miúda. – Dirigiu-se ele para o telemóvel.

– És parvo?! – Explodi.

Uma enorme vontade de o bofetear percorria o meu corpo, mas controlei-me depois de lhe tirar o telemóvel das mãos.

– Desculpa, Sting... – Pedi-lhe, levando o aparelho até ao ouvido.

– Quem é esse Natsu? Pareceu-me bastante interessado em ti! Parece que tenho que ir a esse colégio... – Ripostou ele, irritado.

– Não precisas de te preocupar. Ele é só um tarado sem nada melhor para fazer... – Deixei escapar uma cara feia para o telemóvel.

– Bom, tenho que desligar. Falamos à hora de almoço. Amo-te. – Despedi-me dele.

– E eu a ti. – Retrucou ele, o que me fez corar.

– Hey, Sting! Ainda estás aí? Olha, é só para dizer que vou dormir com a Lucy! – O Natsu gritou para o telemóvel.

– És capaz de parar?! – Berrei, o que o fez desmanchar-se em gargalhadas.

– Lucy, passa o telemóvel a esse otário... – Ouvi o Sting pedir, o que me fez desligar a chamada, como se já não tivesse ouvido.

– Obrigada por virares o meu namorado contra mim, Natsu! – Explodi, puxando o cachecol que ele trazia enrolado no pescoço.

– Hey, dá-me isso! – Ordenou ele, totalmente alterado.

– Vou-me embora... – Confessei, afastando-me.

– Hey, espera. Não podes ir! – Ele reclamou, aflito.

– O que é que tu tens? Já disse que me vou embora! – Berrei, virando-me novamente de frente para ele.

– Tens o meu cachecol. Dá-mo... – Ele pediu com um tom de voz estranho. Não o conseguia interpretar.

– Isto? – Perguntei sarcasticamente enquanto dobrava o cachecol.

– Espera sentado. – Respondi-lhe após alguns segundos de pausa.

– Hey, espera. Não podes ir! – Reclamou ele, começando a seguir-me.

Sem eu contar, ele agarrou-me pelo braço e tentou tirar-me o cachecol. Qual é a dele? Mal me conhece e agarra-me desta maneira?

– Não abuses da confiança! – Berrou ele, fora de sí.

– Abusar da confiança? Logo tu para me dizeres isso, pervertido! – Defendi-me, tentando agarrar o raio do cachecol.

Era só um cachecol. Porquê tanta preocupação?

Ele agarrou o meu braço com mais força, o que me fez largar o tecido, com algumas dores.

– Brutamontes! – Berrei-lhe enquanto ele colocava o cachecol em volta do seu pescoço.

– Hey, a tua mãe não te ensinou a seres bem educada? – O mesmo respondeu agressivamente.

Apesar de ela ter morrido quando eu era pequena, falar da minha mãe ainda me custava muito, por isso aquele comentário rude foi como um tiro no meu coração.

– A minha mãe já morreu... – Disse baixo, afastando-me dele.