Capítulo 25 - A coisa mais estúpida do mundo

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Já eram 19h00 e as aulas já tinham acabado. Acho que merecia os parabéns por ter conseguido ignorar o Sting até ao final do dia.

Já toda a gente se tinha ido embora, e antes de também eu ir, tinha vindo à sala buscar um caderno de que me tinha esquecido. Estava prestes a fechar a porta, quando olhei para o chão e vi um cachecol muito familiar: era o cachecol do Natsu.

O Natsu sem o seu cachecol? Deviam ser raros os momentos em que se viam o pescoço do rosado...

– Talvez ele se tenha esquecido dele. – Pensei alto enquanto me aproximava do cachecol.

Estava cheio de cabelos e cotão que havia no chão, mas tentei limpá-lo o melhor que pude. Olhei bem para o cachecol e examinei bem a peça: era um tecido bastante resistente e que precisava de ser cuidado ao longo do tempo. Acho que era por isso que o Natsu o tratava tão bem.

Peguei no meu telemóvel e pensei em ligar ao rosado, mas por alguma razão não me sentia à vontade para o fazer. Fiquei só por uma mensagem. Se ele não respondesse, então eu levava o cachecol para casa e aproveitava para o lavar. O tecido estava empragnado com o cheiro do Natsu. Era doce, e eu devia parecer uma tolinha, a cheirar cachecóis...

O meu telemóvel vibrou e era uma mensagem do Natsu. Tinha-lhe enviado um "Onde estás?", ao qual ele respondeu com um "Nos montes." (aquele lugar onde a Erza me apresentou o pessoal no primeiro dia de aulas).

Saí da sala e fui direta ao pátio do colégio, para ir ter com o Natsu. Assim que saí do edifício, uma grande ventania quase levantou a minha saia e congelei com o frio. Assim ficava difícil ir ter com ele!

Depois de vários espirros e cabelos à frente da cara, o vento parou, como se fosse precisamente para eu poder conversar com o Natsu. Ele estava a olhar para o chão e parecia que ainda não me tinha visto, por isso chamei-o.

– Natsu! – Chamei alto.

Os olhos dele rapidamente encontraram os meus, e de seguida foram para o cachecol que eu trazia nas mãos.

– O que andas a fazer com isto?! – Berrou ele enquanto me tirava o cachecol bruscamente.

– Eu vim trazer-to, caso não tenhas reparado. – Fiquei logo irritada com ele.

– Bom, até amanhã. – Virei costas para me ir embora. Não queria aturar o mau humor dele...

– Espera. – Ele chamou-me e agarrou a minha mão. Ultimamente andavam a fazer-me isso demasiadas vezes...

– O que é que queres? – Rosnei, chateada.

– Desculpa... – Pediu ele enquanto massajava a parte de trás da cabeça. Era estranho vê-lo sem o cachecol à volta do seu pescoço. Parecia incompleto...

– Yah... Não faz mal. – Resolvi seder pouco. Afinal, tratava-se de um cachecol muito importante para ele. Era normal ele ficar procupado.

– Sabes qual é a coisa mais estúpida do mundo? – Perguntou ele, o que me deixou confusa.

– Não... – Respondi, sem saber muito bem o que esperar.

– Sou eu, porque acabo sempre por magoar as pessoas de quem mais gosto. – Ele disse enquanto colocava o cachecol à volta do pescoço.

Aqueles palavras deixaram-me desfeita. Ele achava-se uma espécie de monstro?

Estava confusa, mas os meus pensamentos foram cortados por um abraço forte que me fez corar.

O Natsu apertava-me com força, deixando cair a sua cabeça no meu ombro. Deixei cair a minha mochila no chão e abracei-o a ele também, enquanto me lembrava no que tinha pensado no dia em que o beijei: queria mudá-lo. A ele, e à sua vida triste. Se era de carinho e de abraços que ele precisava, então era isso que eu lhe ia dar.

Apertei a ponta do cachecol dele que estava nas suas costas e encaixei a minha cabeça junto ao seu pescoço, enquanto apreciava o seu cheiro doce.

– Obrigada. – Agradeci-lhe. Confesso que eu também precisava de apoio para conseguir esquecer o Sting. Finha sido tudo demasiado rápido.

Senti a mão do Natsu entrelaçar-se nos meus cabelos, e acho que podia ter adormecido ali, mas o meu telemóvel vibrou no meu bolso. De facto, odeio aquela porcaria...

– Estou? – Atendi sem ver quem era.

– Lucy? – Ouvi o Sting dizer. Bolas!

– Olha, podemos falar mais tarde? – Quis saber enquanto o tentava despachar, mas quando voltei a olhar para o Natsu, ele já se estava a ir embora. Definitivamente, ele é um idiota. E, obrigadinha, Sting...

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