Capítulo 11 - Falar sobre rapazes

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Abri a porta de casa e a rapariga do cabelo escarlate entrou no meu apartamento.

– Olá. Desculpa chamar-te a estas horas... – Desculpei-me, envergonhada.

– Mas ainda são 21h, Lucy. Ninguém vai dormir a essas horas... – Corrigiu-me ela, sentando-se no sofá.

– E então? O que se passa? – Perguntou ela naturalmente.

– O Sting pediu-me um tempo... – Confessei, escondendo a cabeça entre os joelhos.

– A sério? – Ela deixou cair o queixo.

– Devias ter visto as minhas figuras... Parecia bipolar ao telefone, com ele. Não sabia como reagir... – Resmunguei.

– Comecei a rir-me por ter estragado o telemóvel, e depois berrei-lhe porque ele quis vir ter comigo. – Continuei, tentando conter a vontade que tinha de me matar...

– Oh, imagino... – Disse ela, deixando escapar uma das mil gargalhadas que tentava abafar.

– E depois o Natsu também apareceu aqui. A sério... A minha vida está um caos! – Berrei, levando as mãos à cabeça.

– A sério? E vocês discutiram? – Quis saber ela.

– Não... Bem, mais ou menos. Eu mandei-o ir-se embora aos berros... – Confessei com um suspiro, ao qual ela respondeu cruzando os braços.

– Eu e o Sting já namoramos há dois anos, e em três dias aquele rapaz estragou grande parte daquilo que tínhamos construído juntos... – Analisei, deprimida.

– Oh... Mas olha que o Natsu nunca se comportou assim com nenhuma rapariga. Ele passa a vida com montes de miúdas diferentes, mas parece que viu algo diferente em ti. – Disse-me ela com um ar sério.

– Oh, não. Provavelmente está tão focado em mim porque acha que me faço de difícil ou algo assim... Para ele sou só mais um dos seus troféus que ele quer exibir. A conquista mais recente: a ricassa Heartfilia! – Reclamei.

– Ele é demasiado mulherengo e despreocupado, e o Sting é demasiado casamenteiro e quer um compromisso em que é só Sting + Lucy e Lucy + Sting... – Desabafei.

– Tu acabaste de os comparar? – A Erza reparou. Oh, não...

– N-Não! Não foi nada disso... E-Eu só estava a desabafar! – Tentei remediar a situação.

– Não, Lucy. Tu comparaste-os! – Insistiu ela, já com um brilhozinho nos olhos.

– Hmm... Bem... Talvez...? – Disse quase sem se ouvir.

– Achas que tu e o Natsu alguma vez poderiam ter alguma coisa? – Perguntou ela, curiosa.

– Não! Absolutamente nada! Jamais, em tempo algum! – Guinchei toda vermelha, o que fez a Erza desmanchar-se a rir.

– Eu pagava para ver o Natsu a namorar. Ele ia ficar completamente embaraçado e sem saber o que fazer! Estou a imaginá-lo a perguntar-me como é que se despe um sutien! – Gozou ela agarrada à barriga enquanto se desmanchava a rir.

– H-Hey, não sejas assim! – Ordenei-lhe, tapando-me a mim própria com as mãos.

– Era bestial se o deixasses caidínho por ti. – Disse ela, limpando as lágrimas que tinha nos cantos dos olhos.

– Oh... – Limitei-me a dizer, literalmente corada.

– Eu não sei se tu sabes, mas o Natsu nunca foi muito amado quando era pequeno, por isso nunca aprendeu a amar alguém... – Disse ela, num tom mais triste.

– O Natsu disse-me que o pai dele o abandonou quando ele era mais novo... – Contei-lhe.

– Poucas pessoas sabem da infância dele. Acho que só eu, o Gray e tu é que sabemos... – Disse ela, o que me fez sentir especial, mesmo que fosse por algo tão negativo.

– Mas então e tu e o Jellal? Como estão? – Resolvi mudar de assunto.

– Bem, como sempre. Já reparaste na forma como o Gajeel olha para a Levy? – Começou ela, com grande animação.

– Oh, sim. Eles são mesmo fofinhos! É giro a rapariga estudiosa gostar do rapaz metaleiro, e vice-versa. – Observei.

– Sim, e também é fora do normal. – Acrescentou ela.

– Depois também temos o Romeu, o novo aluno. Ele é perfeito para a Wendy! – Informei. De facto, eu era entendida nestas coisas.

– Sim, estou mesmo a vê-los a ficarem juntos! Os dois sobredotados como casal! – Derreteu ela.

– Depois também temos a Cana e o Laxus! – Analisei com uma expressão sábia.

– E a Mira com o Freed. – Acrescentou ela, quase com o mesmo ar sábio que eu, ao qual eu respondi abanando a cabeça positivamente.

Ter pedido à Erza para vir cá tinha sido uma boa ideia, de facto.

Ficámos a falar sobre cada um dos rapazes da turma e dos vários casais que haviam na mesma durante algumas horas, acabando assim por nos deitar-mos por volta da meia noite, tendo escola no dia seguinte.

Enfim... Tolas!

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