Colégio Fairy Tail

Capítulo 23 - De volta à rotina

Estava a ir para o colégio com a Erza e parecia que o Inverno já dava sinais de vida: estava um frio de rachar, e os uniformes do colégio não eram propriamente quentes, de maneira que tinha trazido um casaco extra, para não virar um cubo de gelo ao longo do dia.

Eu e a Erza entrámos no colégio e acelerei o passo para que pouca gente me visse. Nem sequer iria ao bar, pois o Sting devia estar lá. E ele era a última pessoa que eu queria ver...

Entrámos na sala e o Happy já estava na secretária, a ver fotografias de peixes.

– Bom dia. – Eu e a Erza dissemos em conjunto, mas o gato estava demasiado hipnotizado pelos peixes para nos ouvir, e muito menos para nos responder.

Sentei-me na minha secretária e liguei o radiador que estava perto da minha mesa. Era uma vantagem estar naquela cadeira, porque no Inverno ficava bem quentinha.

Tirei o meu casaco grosso e cobri as pernas com ele enquanto esperava ansiosamente que o radiador aquecesse.

– Olha a loirinha! – Ouvi o Natsu festejar.

De seguida, olhei para a porta e imaginem só quem tinha entrado logo a seguir: Sting e Rogue. Assustei-me ao ver aqueles dois na porta e fui ter com o Gray.

– Gray, preciso que venhas comigo fazer qualquer coisa. – Sussurrei-lhe.

– O quê? – Surpreendeu-se o rapaz.

– Vá lá! Só não quero falar com ninguém. Por favor! – Implorei-lhe. Ele levou a mão ao queixo e ficou a olhar para mim durante algum tempo.

– Toma este caderno para... Uh... Veres os meus apontamentos. – O rapaz pegou num caderno.

Apeteceu-me rir com aquela cara stressada dele, mas mantive-me firme e agradeci-lhe pelo caderno.

– Meninos, sentem-se. – Ouvi o Happy pedir.

Levei o caderno do Gray para o meu lugar e fingi que estava a ler o que ele tinha escrito: a letra dele era pequena, mas bonita. E embora não parecesse bom aluno, ele tinha tudo apontado, mesmo estando sempre envolvido em lutas com papéis ou lápis durante as aulas...

Passei discretamente o caderno de novo ao Gray (que era quase ao meu lado) e não consegui deixar de olhar para o Sting (que era atrás do Gray). Os seus olhos encontraram os meus e fiquei nervosa. Afinal, estávamos numa situação horrível...

Depois de horas a ouvir o Happy falar sobre peixe, a aula tinha finalmente terminado, e por isso fui com as meninas para o bar. Precisava de me distrair.

Estávamos a conversar animadamente, quando o Gray e o Natsu apareceram do nada.

– Vocês já sabem?! – Perguntaram eles, eufóricos.

– Não, acho eu... – Respondeu a Wendy, com uma cara intrigada.

– Vamos ter uma visita de estudo! – Berraram eles enquanto dançavam juntos.

Todas as meninas começaram a festejar e confesso que fiquei confusa. Afinal, era só uma visita de estudo normal...

– Já sabem onde é? – Perguntou a Erza, toda sorridente. De facto, o seu sorriso era lindo.

– Acho que são três dias a acampar. – Disse o Gray. Se fosse isso,!então compreendia toda aquela agitação com a visita. Provavelmente, todas as visitas de estudo que o colégio fazia eram tão fantásticas quanto esta, e era por isso que eles estavam todos tão entusiasmados.

– Olá! – Ouvi o Rogue dizer.

E quando há Rogue, há Sting...

O loiro sentou-se ao meu lado e levantei-me logo a seguir. Ia sentar-me à beira da Erza ou algo assim.

– Podemos falar? – Disse o Sting, agarrando o meu braço com força.

– Não. Agora larga-me... – Disse baixo, para não criar confusão.

Mas o loiro não me largou, por isso tentei tirar a mão dele do meu braço. Foi inútil.

– Sting... – Disse, subindo um pouco o tom de voz.

– Eu preciso mesmo de falar contigo. – Respondeu ele assim que falei.

– Larga-a. – Ouvi alguém ordenar enquanto a mesma pessoa retirava a mão do Sting do meu braço.

Natsu? O quê? Mas que raio?

Por que é que ele fez isto? Espero que ele tenha a noção de que o Sting não vai ignorar o que ele fez...

O loiro levantou-se bruscamente do banco e trocou um olhar selvagem com o Natsu. Não queria que isto acontecesse outra vez...

– Ela é a minha namorada. – Rosnou o Sting enquanto se controlava.

– Não, não sou. – Retruquei sem olhar para ele.

– Lucy, para com isso. – O Sting ordenou-me, aproximando-se de mim.

– Para tu com isto. Olha para ti! Foste tu que causas-te isto. Eu vou falar contigo mas quando estiver pronta. – Tentei convencê-lo. A ele, e a mim própria. O olhar do Natsu era carregado, e confesso que tive um bocado de medo dele...

– Natsu, está tudo bem. – Tentei fazê-lo ir-se embora, mas ele apenas se afastou e encostou-se a uma parede mais longe, ficando quieto a olhar para o Sting.

Encostei-me ao lado do rosado e vi que todos os da mesa estavam a olhar para nós os três. Que vergonha!

Felizmente tocou pouco tempo depois e aquele clima desapareceu.

– Obrigada. – Agradeci ao Natsu enquanto nos dirigíamos para a sala, ao qual ele respondeu com um sorriso.