Capítulo 10 - Uma conversa séria

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Eram 19h00 e estava sentada num muro, a olhar para o meu telemóvel.

Entretanto, o Natsu e eu já tínhamos ido à enfermaria, e ele teve mesmo que levar pontos, como eu achava.

Em relação ao Sting, não o tinha visto na escola durante todo o dia, e estava à espera de receber alguma mensagem ou coisa do género.

– Chuva? – Exclamei, olhando para o céu depois de sentir uma gota de água cair na minha mão.

Logo de seguida trovejou e uma núvem começou a chorar, em resposta à minha pergunta.

– Boa... – Suspirei, mas continuei sentada no muro.

As aulas já tinham acabado e maior parte dos alunos já tinha ido embora, por isso estava sozinha à espera de alguma chamada ou mensagem.

O meu telemóvel vibrou e o nome do Sting apareceu no ecrã do aparelho. Hesitei em atender. Afinal, não sabia o que é que ele ia dizer. Ainda não tínhamos falado sobre mim e o Natsu...

Deslizei o dedo pelo ecrã e atendi a chamada.

– Estou? – Comecei e um silêncio de poucos segundos instalou-se.

– Lucy? – Ouvi o Sting dizer com uma voz rouca.

– Sim, sou eu... – Confirmei. A minha voz estava estranha, de facto.

Mais um momento de silêncio constrangedor preencheu a nossa chamada.

– Onde estás? – Perguntei preocupada. Afinal, não sabia dele desde aquela luta horrível.

– Em minha casa, e tu? – Quis saber ele, com um tom de voz tenso.

– Na escola. – Respondi baixo.

No mesmo momento, uma gota de água deslizou pelo meu telemóvel. Espero que não se estrague.

Já estava toda molhada da cabeça aos pés e o laço vermelho que tinha no meu cabelo já se tinha solto do mesmo devido à água que caía sem parar...

– Hmm... Olha, nós precisamos de falar. – Começou ele, o que me fez arrepiar.

– Eu sei... – Confessei, embora não querendo continuar aquela conversa.

– Eu... Eu não sei se és a Lucy que eu conheci. Sei que não se passou muito tempo desde que te mudaste para Magnólia, mas eu acho que estás diferente... – Continuou o loiro, o que me fez arregalar os olhos.

– O quê? – Foi a única coisa que consegui dizer.

– A Lucy que conheço é divertida, simpática, e a melhor pessoa que já conheci. Mas agora esta Lucy está... Diferente... – Continuou ele, o que me fez abrir a boca.

– Acho que se calhar era melhor ficar-mos um tempo sem falar-mos... – Avançou o rapaz, e as suas palavras tiveram o efeito de um tiro no meu coração.

– Estás a pedir um tempo? – Perguntei, incrédula.

– Sim... – Ele confirmou as minhas suspeitas.

Comecei a ouvi-lo mal, parecia que ele estava a falar do fundo de um túnel.

– Sting? – Chamei com uma voz baixa.

– Não entendo o que dizes, mas... – Continuei, tirando lentamente o telemóvel da orelha.

Olhei para o visor e o mesmo tinha as cores todas baralhadas. E do nada, ficou preto.

– Acho que não precisas de falar mais... – Acabei por dizer.

O telemóvel estava todo ensopado, e tirei o cartão de memória e o SIM da sua parte de trás.

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