Capítulo 24 - "Eu não namoro."

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Depois da hora de almoço, dirgimo-nos para o campo de jogos onde iríamos ter Educação Fisica.

Expliquei ao professor Jet o porquê de não fazer aula (por causa da medicação e de tudo mais), e ele disse-me que, assim sendo, eu ia ajudar a guardar os materiais e essas coisas.

Pela primeira vez na vida, as raparigas foram as primeiras a sair dos balneários e acabámos por ficar à espera dos rapazes cerca de dez minutos.

– Credo, vocês são literalmente piores que as senhoras. – Resmungou o professor assim que a rapaziada chegou. Estava perdida nos meus pensamentos, quando o Natsu me chamou.

– Lucy, precisamos de ajuda! – Disse ele enquanto acenava ao longe, depois da corrida. Eu aposto que ele não queria nada. Apenas chatear-me, mas tinha que ir ver na mesma...

– Sim? – Perguntei enquanto olhava para o rosado.

– Nós precisamos que nos vejas a fazer os exercícios que estão na folha. – Disse ele, apontando para uma folha que estava no chão.

Olhei para o Gray e para a Erza (que eram os que estavam no grupo dele) e eles assentiram com a cabeça em confirmação. Suspirei com o pedido estúpido deles e fiquei a olhar para as coisas que eles faziam.

– Não, o Natsu tem que esticar mais a perna. – Resmunguei enquanto mexia a perna dele e ele guinchava com cócegas. Cócegas? Isso dava-me várias ideias de tortura para ele...

– Acho que está bem. – Confirmei enquanto olhava para a folha de ginástica.

– Boa, então acho que podemos ir mostrar ao professor. – Disse a Erza enquanto bebia água.

– Lucy. Traz-me água, por favor. – Pediu o rosado com uma cara de gozo.

– Eu não virei tua empregada! – Irritei-me com ele, o que o fez dar um sorriso perverso.

– Mas olha que ficavas bem sexy vestida empregada. – Gozou ele enquanto se sentava no chão com o seu cachecol na cabeça. Senti-me corar com o que ele tinha dito, mas limitei-me a ir buscar água.

Fui até a uma das fontes com uma garrafa de água e comecei a enchê-la, mas alguém me agarrou pela cintura.

– Lucy, eu amo-te. – Sussurrou o Sting ao meu ouvido.

– Sting, não... – Tentei separar-me dele, mas ele agarrou-se ainda mais e mordeu a minha orelha.

– Fica comigo. – Sussurrou ele de novo. Estávamos num sítio meio escondido, onde quase não passavam alunos, e era quase impossível alguém nos ver, para meu azar.

Deixei cair a garrafa de água e o Sting encostou-me à parede enquanto me beijava.

– Por favor, Sting... – Tentei afastá-lo de mim, mas era inútil. Não tinha força suficiente.

Os lábios do loiro desceram até ao meu pescoço e senti a minha camisola levantar um pouco. Era como no dia da peça, nos camarins. As palavras de ontem do Sting ao telefone atormentavam-me, e eu não queria que ele me usasse desta forma, a jogar com os meus sentimentos. Juntei forças e a única coisa que consegui fazer foi dar-lhe um estalo.

– Mas que... – O loiro surpreendeu-se.

Afastei o seu corpo suado de mim e peguei na garrafa de água vazia. Depois diria ao Natsu que a fonte estava estragada...

Corri dali para fora, dei aquela desculpa esfarrapada ao rosado e disse que tinha que ir ao quarto de banho.

– Bolas... – Resmunguei para mim própria, encostada à porta do cubículo sanitário com várias coisas escritas nas paredes.

A minha vida estava um caos, e só queria distância dos problemas.

"Eu não namoro.", relembrei as palavras pronunciadas pelo Natsu no dia em que o tinha beijado.

– Será mesmo...? – Perguntei baixinho. Mas que interesse é que isso tinha para mim? Por mais fraco que esse sentimento fosse, eu ainda sentia algo pelo Sting, e mesmo que já não sentisse nada por ele, eu jamais iria gostar daquele rosado idiota.

Bem... Ele não era assim tão idiota. Afinal, tinha sido ele a proteger-me quando caí do baloiço. E para além disso, ele conseguia ser boa pessoa, quando queria.

Resolvi deixar os meus pensamentos e saí do pequeno cubículo do quarto de banho.

Assim que voltei para a aula, não consegui não olhar para o Natsu. Era como se precisasse de o analisar bem... Observava encostada a um poste cada movimento dele, desde fazer um pino, até lutar com o Gray. Ele parecia ser um rapaz normal e despreocupado, mesmo com o seu passado doloroso...

– Para de olhar para mim. – Resmungou o mesmo com uma voz carrancuda, depois de se aproximar de mim. Esqueçam a parte em que eu achei que ele podia não ser um idiota...

– Eu não estava a olhar para ti. Estava a olhar para o chão. – Ripostei, cruzando os braços.

– Isso é um insulto? – Ele aproximou-se ainda mais de mim, fazendo a minha irritação aumentar.

– Entende como quiseres... – Fechei os olhos e tentei acalmar-me. Quando os voltei a abrir, tinha um Natsu zangado a olhar para mim, o que me fez ignorá-lo.

Comecei a andar sei lá para onde, só para não ter de aturar o rosado, mas do nada, fiquei um pouco tonta. Cá vamos nós outra vez...

A minha irritação estava a dar cabo da minha cabeça.

Parei de andar e fixei um ponto para o qual fiquei a olhar. Foi então que me lembrei que não tinha tomado a medicação. Isso explicava todas estas tonturas... Depois de algum tempo a olhar para o mesmo ponto fixo, fiquei melhor. E ainda bem!

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