Capítulo 20 - Protagonista pela segunda vez

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A festa já tinha acabado há uma hora, e eu, a Levy, o Gajeel, o Gray e o Natsu tínhamos ficado a falar sobre a peça e a comentar o quão bem ela tinha corrido.

Depois de eu e a Erza trocar-mos de roupa e tirar-mos a maquilhagem, fomos ter com o resto do pessoal e ficamos à conversa enquanto bebíamos sumo de qualquer coisa...

Estava sentada no baloiço onde tinha atuado como princesa, e o resto do pessoal estava lá embaixo.

– Lucy, toca para mim! – Pediu a Levy, olhando para cima, para mim.

– Dá-me só um bocadinho... – Pedi enquanto me tentava acalmar: estava irritada porque o Sting se tinha ido embora sem me dizer nada. Pensava que ia estar com ele mais um pouco, mas não. Aquele idiota tinha-me deixado... E nem sequer se tinha despedido de mim!

A minha cabeça estava a girar. Estava outra vez cheia de dores, e via a Levy e os outros andarem à roda. E a minha irritação por causa do Sting só piorava as coisas...

Comecei a ficar enjoada de ver toda a gente andar à roda e pousei o meu copo de sumo na escadaria.

Segurei-me fortemente ao baloiço numa tentativa de me tentar equilibrar outra vez, mas foi em vão. Senti o meu corpo inclinar-se para a frente e tentei segurar-me ao baloiço, mas no mesmo momento em que tentei fazê-lo, faltou-me a força nos braços. A minha cabeça estava a bombar e comecei a deixar de ver e ouvir as pessoas. Conseguia ouvir algumas coisas, mas muito baixinho, o que me assustou.

Comecei a sentir o meu corpo afastar-se do baloiço e relembrei o momento hoje de manhã, em que o Sting disse que me amava.

"Eu amo-te. Sabes disso, não sabes?", ouvi a voz dele perguntar.

"Claro que sei.", relembrei a minha resposta.

Sinceramente, já não sabia se essas palavras eram verdadeiramente sentidas... Achava que estava a mentir a mim mesma.

Enquanto relembrava a mesma coisa repetidas vezes, ouvi a Levy gritar por mim.

– Lucy! – A mesma gritou como se estivesse ao meu ouvido. O meu corpo continuou a cair e ouvi uma segunda voz chamar por mim.

– Lucy! – Gritou o Natsu.

Nunca pensei que ele se fosse preocupar por eu estar a cair (o meu corpo podia não obedecer às minhas ordens, mas eu estava perfeitamente consciente de tudo o que se estava a passar). E nem sequer me tinha chamado loirinha!

– Natsu... – Consegui dizer baixinho.

Abri ligeiramente os olhos e através da plateia consegui ver que o chão estava próximo. O mínimo que podia fazer era esperar pelo embate. Provavelmente ia ficar umas boas semanas de cama, ou talvez a dormir, com todos os estragos que esta queda iria provocar no meu corpo...

Podia sentir o chão a aproximar-se, mas quando achava que estava acabada, eis que alguém me agarrou e me envolveu nos seus braços. A mesma pessoa encolheu a minha cabeça no seu peito e ambos caímos no chão. Demos várias voltas pelo piso frio, e a pessoa que me agarrava protegia-me o mais que podia.

Com uma mão, segurava-me contra o seu peito. Com a outra, protegia a minha cabeça.

Depois de alguns segundos parados no chão e sem ouvir nada, a Erza e os outros gritaram por nós.

– Natsu! Lucy! – Berrarram eles enquanto corriam até nós.

Espera. Natsu? Foi ele que me agarrou?

Não. Eu devo ter ouvido mal.

A pessoa que me tinha salvo mexeu-se e eu abri os olhos, com medo de quem iria encontrar.

– Estás bem? – Perguntou o Natsu. Então tinha sido mesmo ele...?

Em cima da sua sobrancelha, havia um corte que sangrava. Ele devia tê-lo feito quando rebolamos no chão, depois de ele me apanhar.

O olhar do Natsu era preocupado e aflito, e por mais que lhe quisesse responder, não conseguia mexer a boca. Com esforço, apontei para a ferida que ele tinha no rosto, mas o rosado não percebeu o que eu lhe queria dizer e apenas agarrou a minha mão.

– O que é que ela tem? – Perguntou o Gray, abaixando-se.

– Não sei, ela não me responde. – Disse o Natsu enquanto me chegava mais para cima.

– Eu... Não... – Senti as lágrimas caírem dos meus olhos por nem sequer conseguir falar direito.

– Tem calma. Precisamos de ligar para o 112! – A Erza ordenou num tom de voz nervoso enquanto a Levy pegava num telemóvel.

– Tem calma, Lucy. – Disse o Natsu enquanto limpava as minhas lágrimas. Começava a ficar assustada com o que se estava a passar, e não conseguia deixar de chorar.

– Lucy! Olha a tua boneca, a Michelle! – Ouvi a voz da minha mãe dizer.

A minha mãe? Porque raio ela me veio à cabeça logo agora?

Comecei a ver os meus amigos num tom mais escuro, como se estivessem a apagar as luzes, e senti os meus olhos a fechar.

– Hey, Lucy! Olhos bem abertos! Lucy! – Ouvi o Natsu ordenar.

Fiz um esforço para continuar a olhar para ele enquanto ele me dizia que me estava a portar bem e para continuar assim.

Numa situação normal, ele ia dizer aquilo num tom de gozo, mas era evidente a preocupação nos seus olhos, por isso continuei a tentar olhar para ele.

– Não consigo... – Disse enquanto fechava os olhos mais uma vez.

– Lucy! Hey, aguenta! Hey, Lucy! – O rosado levantou o seu tom de voz.

– Não consigo... – Repeti enquanto deixava de os ouvir e ver.

A última coisa que consegui ouvir foi o Natsu a dizer "Fica comigo!", e depois disso, ficou tudo escuro.

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