Thaiga, Voltan e Mih têm uma harmonia que eu não consigo explicar. Ao mesmo tempo que eu estou ansiosa para me encaixar no grupo delas, estou com medo de não ser muito aceita. Não é como se eu, uma novata qualquer, pudesse me meter no meio de uma amizade que existe a muito tempo. Pelo menos na segunda-feira estarei na escola e espero muito que elas queiram andar comigo por lá também. Fico com medo de tocar nesse assunto e estar "forçando a barra".
Depois que Gilson foi embora, conversamos e jogamos por horas, só nós, as meninas; Mob também foi com PH. Enquanto que eu tenho um celular "tijolão", uma das primeiras gerações da Samsung, elas possuem celulares novinhos. Tive que jogar no delas, às vezes, porque o meu não suporta o jogo. Quando nos cansamos, elas resolveram me deixar em casa como GS mandou.
– Sua casa não é muito longe, né? O toque de recolher tá pra começar. – Voltan me pergunta após nos despedimos da mãe de Mob.
Olho o relógio e são quase 21h, o toque de recolher aqui é bem cedo, penso. Percebo que Thaiga segura sua bolsa com firmeza durante todo o caminho. Aqui realmente deve ser perigoso.
– Não é não, fica a umas três ruas para baixo. – Aponto para a ruela a nossa frente.
Na verdade, são seis ou sete ruas, mas não quero assusta-las com a distância. Nós começamos a caminhar lado a lado, Voltan no meu lado esquerdo e Thaiga do meu lado direito. A iluminação pública da rua é horrível, mal posso enxergar o que está na minha frente. A companhia das meninas me deixa com uma leve sensação de segurança.
Foi então que algo assustador aconteceu.
Mal descemos a primeira rua e nos deparamos com um homem no chão, ele acabou de sofrer um acidente. A lateral da sua moto está totalmente destruída e ele está próximo ao meio-fio, todo ensanguentado. Nós nos desesperamos. Não há ninguém na rua além de nós.
Tento correr para onde o homem ferido está, porém Thaiga segura meu braço, com uma expressão séria. Ela balança a cabeça, negando, e por um momento fico confusa. Percebo o desespero emanando do seu olhar. Talvez ela esteja preocupada com o toque de recolher ou simplesmente esteja com medo do que pode nos acontecer se nos envolvermos com esse acidente. Fico paralisada de medo.
No entanto, Voltan é a primeira a reagir. Ela corre e se abaixa ao lado do homem, examinando-o. Thaiga solta meu braço e eu pego meu celular para ligar para a SAMU. Mih está parada olhando de longe, com os olhos esbugalhados. Tenho medo de ela acabar passando mal também. Quando alguém me atende do outro lado da linha, percebo um SUV preto dobrando a esquina o mais rápido possível. Acho que foi esse o carro responsável pelo acidente com o motoqueiro. Pelo visto, fugiu sem prestar assistência. Babaca.
– Boa noite, SAMU. Qual sua emergência? – A atende diz do outro lado da linha.
– É... Que... Aconteceu um acidente. – Falo sem raciocinar direito.
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Um Mafioso para Amar | BABICTOR
Fanfiction[NOVO TÍTULO] Título antigo: PARA SEMPRE E SEMPRE BÁRBARA PASSOS se muda para o Rio com seus pais, pois sua tia, mãe do GS acabou de ficar viúva. Ela e o primo são inseparáveis. Ainda na sua primeira semana na cidade nova, Babi se depara com uma si...