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Eu, Victor Augusto Paviole, nunca pensei que estaria aqui, preparando um pedido de casamento

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Eu, Victor Augusto Paviole, nunca pensei que estaria aqui, preparando um pedido de casamento. Por um lado, é um alivio saber que é tudo uma farsa e que a Babi já sabe. Na verdade, não fazia muito sentindo eu ter realmente feito uma surpresa de verdade para uma noiva de mentira. Assim, ninguém cria expectativas atoa.

Odeio quando as pessoas criam expectativas sobre mim, porque quase nunca consigo supera-las.

No entanto, mesmo planejando e já sabendo tudo o que iria acontecer, a Bárbara fugiu do roteiro e faz algo que talvez ninguém tenha feito comigo antes: ela me surpreendeu. Eu não imaginava que a Babi iria reagir dessa forma ao pedido de casamento. Esperava que ela no máximo "chorasse de emoção". Pelo contrário, simples desmaiou, quer dizer, fingiu.

Todos acreditaram no desmaio dela, pelo que parece. Antes de os dois expectadores, meu pai e Crusher, saírem da varanda, posso perceber o mais velho franzir a testa e cruzar os braços. Com certeza ele está considerando a situação. Então, por fim, saem da varanda, talvez com a intenção de vir para cá.

Ao passo disso, GS chega ao jardim e corre exasperado para onde estamos. É bem provável que ele estivesse espreitando-nos da sala da clareira. Com a prima no chão, seu disfarce está sendo totalmente esquecido.

Babi pode estar fingindo muito bem, imóvel em meus braços, mas eu não acredito também, pelo menos não no início. Quando a peguei antes que batesse a cabeça no chão, ela puxou discretamente meu terno e eu soube que era só fingimento. Mesmo assim, entro na onda e começo a interpretar um papel de noivo preocupado.

– Amor! – Gritei. Minha cara de ator é a melhor – Chamem uma ambulância!

GS nos alcança e, desesperado, sacode a prima.

– Acorde, Babi! – Ele diz, com a voz trêmula.

Babi, dessa vez, não mostra para o primo que é fingimento, apenas continua acordada como uma pedra. Ela é esperta. Penso. Com o desespero do primo, a cena parece muito mais real.

– Pare com isso e vá chamar a ambulância. – Ordeno-o.

– Não precisa. – Uma voz feminina impede que GS diga algo – Eu dou conta.

Ao levar os meus olhos, percebo que é a pessoa da qual evitei encontrar desde que cheguei: Rosalynd, a governanta da casa. Sinto aos poucos meu rosto de contrair até chegar em um nível de amargura comprimida. Um gosto de ferro se torna característico na minha boca; acabei de morder a língua.

Depois que minha mãe morreu, Rosalynd me criou como seu filho. Sou grata a ela por não ter deixado que minha infância fosse somente marcada por momentos ruins, pelo menos uma parte dela foi claro como o dia. Mas hoje, depois de todas as coisas que já fiz, principalmente, depois de todas as pessoas que já matei, tenho vergonha de ficar perto dela. Rosalynd me ensinou a ser uma boa pessoa, mas mesmo assim eu me tornei o monstro que sou.

Um Mafioso para Amar | BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora