Um Mafioso para Amar | BABICTOR

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Eu entro na mansão Paviole, com meu coração disparado e minha mão soando. É a primeira vez que ponho os meus pés em uma casa como essa e, embora eu tenha motivos para me encantar por toda essa riqueza, só consigo pensar que daqui para frente será um caso.

Tenho medo de que as coisas não deem certo. Mesmo sabendo que esse noivado é de mentira, eu ainda espero que o pai do Coringa goste de mim. Quero dizer, não gostar, sabe. Só espero desempenhar meu papel nesse contrato sem qualquer intercorrência. Se bem que, o fato de ele não for muito com minha cara possa ser uma desculpa para nossa "separação", planejada pelo Coringa depois de um mês casados. Assim vai ser mais fácil fingir que eu estou muito zangada, sentindo-me destratada, e que tenho vários e vários motivos para ir embora.

Mas, meu coração idiota insiste em criar esperanças.

Olho para minhas roupas a fim de checar se tá tudo okay. Para conhecer a família de Coringa, variei um pouco as minhas escolhas; dessa vez escolhi um vestidinho branco, com mangas soltas cheias de detalhes rendados e um cinto bem fino de correntes douradas marcando a cintura, e um salto nude não tão alto. Percebo tarde demais que esse look "branco" não foi o mais sensato, afinal, parece que estou tentando mandar uma mensagem de que o meu desespero para casar logo é grande. Droga!

Coringa percebe que eu estou olhando demais pra minha roupa e diz, jogando-me um sorriso galanteador:

– Relaxa, você está bonita assim.

Balanço a cabeça, preocupada. Todo detalhe é importante para mim, porque afinal, a primeira impressão é a que fica.

Nós passamos pelo saguão da casa, que dá acesso a duas escadas imensas e nos dirigimos para a sala que fica à esquerda da entrada. Atrás de nós, Crocker segue, acompanhado do meu primo. É nesse exato momento que o pai dele aparece.

O pai de Coringa não é nada da forma como eu pensava, o estereótipo de mafioso italiano que havia criado na minha cabeça era embasado nos filmes. Imaginei-o como um velho barrigudo, de sobrancelhas tão grossas que chegavam a tampar o olho, e olheiras profundas. Mas ele parece ser mais jovem do que realmente é. Tem um porte atlético, alto, cabelo penteado e pelo visto tira a sobrancelha. Não chega a ser bonito, mas tem presença.

Em um primeiro momento, seu jeito de caminhar até nós, com o rosto sem esboçar qualquer reação, não me deixa saber claramente como que tipo de pessoa estou lidando. Coringa já havia comentado que, apesar de ele ser um cretino com suas ex-mulheres, ele ainda acredita no amor. Seria ele então um cara... Descontraído? Não, talvez ele seja apenas um duas-caras arrogante e calculista, afinal é um mafioso, o líder de todos eles.

– Per Dio, mio ​​figlio è tornato! – O velho diz, com uma estranha animação. Suponho, com meu italiano básico, que está feliz com a volta do filho.

Um quê de dúvida surge atrás da minha orelha, pois eu imaginava que ambos pai e filho se odiavam, então por que toda essa alegria em recebe-lo? Percebo, então, que na verdade é Crocker a quem o velho mafioso se refere. Os olhos dele nem se quer recaíram sobre o meu noivo.

Crocker se dirige ao velho e se curva um pouco, beijando as duas mãos dele.

– Mi benedica? – Crocker diz.

Enquanto observo o pai de Coringa falando várias coisas em italiano a Crocker, penso que ele realmente não gosta muito do meu noivo. O velho mal se importa com a nossa presença, na verdade, faz de conta que não estamos na sala. Eu me preocupo. É um mal sinal.

Minha intuição diz que o pai de Coringa não está nada contente em saber que o filho mais velho vai casar, não deve estar querendo sair do cargo de Dom. E se for isso mesmo, serei eu a prejudicada dessa história. Com certeza vai tentar de tudo para me tirar o juízo e me fazer desistir do casamento, isso na melhor das hipóteses. Na pior, ele manda me matar.

Coringa tosse um pouco, tentando chamar atenção do pai. O velho finalmente olha para nós. Ele nos lança um sorriso de deboche e se aproxima.

Infelizmente, o velho não sabe falar português. Ele fala um monte de coisa em italiano, principalmente para mim, como se eu fosse entender tudo. Entendo não mais que 10% de tudo, então apenas aceno com a cabeça e fico sorrindo, interpretando meu papel de noiva, até que ele faz uma pergunta e espera minha resposta. Todos me olham, aguardando uma reação.

– Querida, ele perguntou se você quer jantar agora ou quer conversar um pouco mais. – Coringa me explica, com um sorriso amarelo.

Meu cérebro entra em pane com o meu "sogro" de mentira me encarando. Parece que ele está esperando apenas um deslize meu. Não sei o que responder, mas talvez o jantar agora seja melhor, porque não vou precisar conversar muito, com a boca cheia.

– A-ah sim. – Digo, nervosa – Acho que jantar agora seria melhor.

Coringa traduz o que eu disse para o pai dele e o velho sorri para mim. Encolho meus ombros, com medo de ter feito a escolha errada, mas ele só concorda e começa a andar, talvez indo para a sala de jantar. Crocker segue seu pai e GS fala pela primeira vez desde que entrou aqui:

– Ser mal educado é natural de todo mafioso, hein? Ele nem me cumprimentou.

– Na verdade ele falou com você, mas você não entende italiano, por isso não percebeu. – Coringa diz com deboche.

GS faz franze a testa e contrai os lábios. Enfia mão nos bolso, demonstrando na cara que está a ponto de explodir.

– Tem como eu fingir que estou passando mal pra não participar do jantar? – GS pergunta a mim.

– Não. – Coringa se intromete – Eu falei pro meu pai que você é segurança dela então tem que seguir pra onde ela for. Agora você está sob minhas ordens.

– Tanto faz... – GS bufa.

Coringa começa a caminhar lentamente segurando minha mão e me conduz para o mesmo lugar que o pai dele foi.

– Está lembrada que é hoje que vou pedir sua mão certo? – Coringa diz, sem me olhar.

– Claro. Não vejo a hora. – Ironizo.

Eita eita! Como vocês imaginam que vai ser o pedido? Kkkkk

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Beijinhos e até o próximo capítulo 🤭