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– O QUÊ! – Falo alto

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– O QUÊ! – Falo alto.

Alguns olhares curiosos se voltam para nossa mesa, o que arranca uma reação imediata de Coringa.

Ragazza, per favore parla più piano.

Não entendo nada de italiano, mas deduzo que ele pediu para eu não falar alto ou até me mandou calar a boca. No entanto, nesse momento, meu cérebro não consegue pensar em nada além do que ele acabou de dizer, "seja minha noiva". Como ele ousa me pedir algo assim? Ele não tem noção do que isso significa? Se eu for a noiva dele eu vou ter que fazer coisas de casal com ele, incluindo...

Engulo a saliva e minha garganta dói. Não! Não vou fazer isso. Eu nem mesmo o conheço, mal sei o seu nome. Eu não vou sair por aí fingindo ser a noiva de alguém que nunca vi. Então, sou atingida pelo impacto dessa proposta. Ele quer que eu finja ser sua noiva ou busca algo real? Eu vou me prender a este homem para o resto da minha vida? Isso é um preço muito alto a se pagar.

Eu estou com tanta raiva dele. O que ele pensa de mim para supor que eu concordaria com isso? Também estou com raiva de mim mesma por ter cogitado a ideia de pedir ajuda a esse riquinho esnobe que pensa que pode me fazer de idiota.

– Quer saber, eu vou embora! – Falo me levantando e dando as costas para ele.

– Pelo visto salvar seu primo não é tão importante! – Ouço Coringa falar atrás de mim, mas ele parece não ter se levantando.

Paro na mesma hora. Como Coringa pode insinuar que eu não dou valor a minha família? Se fosse possível eu até morreria no lugar deles. Ele não pode fazer esse joguinho sujo comigo!

– Escuta aqui, seu riquinho de merda. – Falo voltando e apontando meu dedo bem na frente do seu nariz esnobe – Minha família é a coisa que eu mais amo e cuido, eles estão em primeiro lugar na minha vida. Acontece que eu não vou deixar um idiota metido a besta achar que pode comprar minha liberdade para o resto da vida. Eu nem terminei a escola, como posso me casar? Além do mais, se eu for sua noiva vou embora do Rio com você e deixar minha família para trás. Eu não sou burra, Coringa. Posso até vender minha alma, mas não me caso com você nunca!

Quando termino de falar estou ofegante. Mas ao contrário do meu estado caótico, Coringa parece estar se deliciando com a cena toda; tem um sorriso cínico nos lábios e parece estar ao ponto de me devorar.

– A primeira coisa que você deve aprender para ser minha noiva é que nós devemos ser bem discretos. – Coringa fala levantando o braço e chamando o garçom.

Eu tenho medo. Coringa está muito calmo para alguém que acabou de ser esculachado no meio de um restaurante grã-fino. Por que ele chamou o garçom? Começo a imaginar o que ele pretende fazer e sinto um arrepio subir pelas minhas costas.

Em italiano, ele conversa com o funcionário, que sai quase em disparada para longe de nós. Não faço questão de observar para onde ele vai com tanta pressa; encaro o homem estranhamente calmo a minha frente. Ele se levanta, abotoa o botão do meio do seu paletó e estende sua mão direita para mim, com um sorriso torto e atraente. Meu cérebro entra em pane.

Um Mafioso para Amar | BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora