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Ando muito preocupado com minha prima

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Ando muito preocupado com minha prima. Nessas últimas duas semanas, ela mudou muito. Mal fala comigo e está determinada a se parecer mais com esses italianos filhos da mãe. Babi está aprendendo italiano, já sabe muita coisa de defesa pessoal e quis até que eu a ensinasse a atirar. O quanto mais cedo eu a tirar daqui, melhor será.

A Babi me contou que com um mês na Itália eles vão se casar e falta quase duas semanas para isso, muito pouco tempo para eu colocar meus planos em prática. Se a minha prima se casar mesmo com o Coringa, vai ser muito mais difícil de fugir.

– É mano, tem que ser rápido. – Falo ao telefone.

Estou no meu quarto agora, que fica ao lado do quarto da Babi. Ela usou a desculpa que queria o segurança dela perto o tempo todo, evitando que eu durmo nas dependências dos funcionários.

Um dos meus contatos aqui na Itália acabou de me ligar para acertar os últimos passos do nosso plano. Na verdade, ele é o primo de um cara amigo meu do Brasil. Negociei alguns favores com eles em troca de me ajudarem a levar a Babi de volta, porque a vida é assim, vamos sobrevivendo à base de trocas. Dentro desses favores, ele me deu esse telefone para falar ligações na Itália, o que facilita muito nosso contato.

Quando você quiser voltar pro Brasil é só dizer, você sabe. – Ele diz, do outro lado da linha.

– Mas eu ainda tenho que convencer a Babi disso, não posso obrigar minha prima. Seria sequestro. Além disso, ela continuaria a tentar cumprir o contrato até o final. Ela precisa enxergar a verdade primeiro. – Respondo, sentando na poltrona que fica de frente para varanda.

Cara, você que sabe. – Ele diz e desliga.

Pelo menos eu já sei que a parte mais difícil do plano – conseguir um transporte para gente, no caso um avião – já foi concluída. Infelizmente, o Brasil fica do outro lado do oceano, não tem como a gente pegar um carro e fugir.

Agora é convencer a cabeça dura da minha prima. Preciso mostrar para ela quem é o Coringa de verdade. Babi fica fantasiando um homem bom por trás desse mafioso, mas não vê que ele não passa de um assassino a sangue frio, além dos tráficos espalhados pelo mundo inteiro que ele tem, que causa problemas para as pessoas, como o meu caso.

O Coringa não se importa com mais ninguém, submete as pessoas a uma vida de servidão. Com minha prima não será diferente. É como se ele fosse a versão italiana do PH. Só a Babi que não vê isso.

Enquanto estou pensando em um jeito de convence-la, recebo um e-mail; consigo ver pela notificação que chegou no celular. Noto que é da Voltan. Não consigo ligar para ela daqui da Itália e nem mandar mensagem, por causa da operadora que não é internacional e todas essas besteiras. Por isso ela usa os e-mails falando para me falar tudo que está acontecendo no Brasil. Eu tinha que deixar alguém cuidando da minha família.

Eu abro o e-mail e começo a ler.

"Já faz quase três semanas que tudo aconteceu, dá pra acreditar? Duas semanas que a Babi enlouqueceu e viajou pra Itália com um bandido, e uma semana que você também embarcou nessa loucura. Sorte a de vocês que eu sou inteligente e boa da cabeça, alguém tem que segurar as pontas né? O PH tá começando a desconfiar que você não tá mais em coma. Eu tento de todas as formas possíveis manter a mentira de que você ainda tá no hospital internado e essas coisas. Hoje eles tentaram entrar no hospital pra te tirar a força, mas ainda bem que não deu certo, o hospital é muito bem protegido e o PH não arrisca atacar um lugar da Zona Sul. Enfim, os pais da Babi mudaram de vez pra sua casa, todos estamos preocupados com a tia Gorete, ela anda com a pressão nas alturas preocupada com vc. Por favor GS, volta logo com a Babi, não sei quanto tempo mais posso segurar o PH e não sei se sua mãe resiste mais. Se cuidem e traz uma garrafa de vinho pra mim quando voltar. Pelo menos uma vez na vida tu vai ter que me recompensar por tudo que eu tô fazendo kkkk

Até! Beijão;

Carolina Voltan.

Merda! Eu já tenho problemas de mais para resolver e ainda tem o PH? Aquele filho da mãe não dá sossego. Dessa semana não passa, nós vamos embora o quanto antes. Contarei tudo isso para a Babi e quem sabe assim, ela me escuta.

[...]

A conversa com Rosalynd me intrigou

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A conversa com Rosalynd me intrigou. Parece que o pessoal dessa casa não tá nem aí para ninguém. Não é à toa que o Coringa é desse jeito, não gosta de ninguém. Talvez o fato dele não gostar de mim me incomoda um pouco. Acabo dormindo pensando nisso.

No dia seguinte, ouço batidas na porta do meu quarto. Ainda é bem cedo. Quem é o infeliz que está me acordando uma hora dessas? Reclamo a mim mesma. Levanto-me e atendo. É o meu "querido" noivo de mentira.

– O que você quer, Coringa? – Pergunto, ranzinza.

– Primeiro, que mal humor, hein? Segundo, quero te convidar pra um passeio hoje. – Ele responde, invadindo meu quarto.

– Ei! Eu não te dei permissão pra entrar no meu quarto! – Protesto, falando alto e seguindo-o.

– A casa é minha, sabia? – Ele fala sarcástico.

– Mas a privacidade é minha e, tecnicamente eu sou sua noiva, então metade do que é seu é meu.

Coringa começa a bisbilhotar meu quarto. Abre as gavetas das cômodas, revira algumas revistas e eu tomo da mão dele.

– O que você está procurando? – Eu pergunto, zangada.

– Nada, é que eu deixei assuntos inacabados por aqui e só estou querendo resolver eles.

Coringa fala isso com um sorriso malicioso. Eu demoro a entender, mas percebo que ele está mencionando o dia que ele esteve em meu quarto e me beijou. Esse desmiolado gosta de brincar com os sentimentos das pessoas, é a única explicação.

– Você acha mesmo que eu vou querer sair em um passeio com você? – Pergunto, desviando o rumo da conversa.

Dessa vez Coringa me olha com uma cara mais séria. Ele suspira e começa a falar:

– Babi, eu só quero que a gente se entenda. Do nada você ficou zangada comigo e rolou um clima estranho. Nós temos que nos dar bem pra que isso funcione.

Cruzo meus braços.

– Você é um cínico mesmo, né? – Pergunto.

– Como assim?

– Você realmente não sabe o que fez? – Pergunto jogando o peso do meu corpo para uma perna só.

Eu quero jogar na cara dele que, primeiramente, ele me provoca, depois, passa três dias sem me ver e, por fim, sai falando para os outros que não gosta de mim sendo que me beijou como se quisesse me levar para cama!

– Eu não sei, mas é por isso que quero esse passeio hoje, pra entender o que eu fiz e te pedir desculpas! – Ele fala, franzindo as sobrancelhas.

Faço cara de emburrada, mas eu estou doida pra dizer sim. Engulo meu orgulho e consigo olhar-lhe.

– Nós temos que ser amigos, Babi. – Coringa insiste – Se não, não vamos nem chegar ao fim dessa terceira semana, não conseguindo cumprir nosso contrato. Vai por mim, essa é a melhor forma de você me pagar.

Eu suspiro.

– Tá legal! – Digo, me rendendo.

– Isso! – Ele comemora.

– Fico pronta em uma hora.

– Vou te esperar na sala!

Coringa sai e me deixa sozinha no quarto. Digamos que ele tem razão, aguentar dois meses desse jeito que estamos agora não vai acontecer. Além disso, não há melhor forma de pagar tanto dinheiro assim do que sendo noiva de mentira de um milionário. O que custa dar-lhe uma chance, não é?

[...]


VOTEEEEEEM, por favorzinho ❤

Amo vocês!

Um Mafioso para Amar | BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora