Eros
Lane tirou um pacote de lenço umedecido da sacola da farmácia tirou alguns e entregou pra Dean.
—Pra que isso?
—Deixa no seu carro, serve pra limpar certas sujeiras se é que me entende.
Dean ficou corado na hora.
—Vai pro seu carro, quero voltar no meu baby.
—E qual a sugira na sua mão?! — perguntou ele vendo ela esfregar o lenço em cima da mão esquerda.
—O pai da Ali babou minha mão, foi nojento.
—Eca! — disse Dean.
—Não conte a ela, Ali ficou constrangida pelo pai.
—Ele deu em cima de você?! — saltei com raiva.
—Acho que viu o que eu posso fazer caso eu precise. — disse ela passando o dedo no meu queixo.
—É... Tem razão.
...
As semanas voavam, os meses também e veio uma novidade maravilhosa, Sarah estava grávida. Lohan chorou muito quando ela contou. Ele beijou sua barriga várias vezes. Eu e Kay estamos prontos pra primeira viagem no possante dela. Preparei uma cesta de piquenique. Tem um campo de tulipas no caminho e eu quero fazer o pedido pra ela ali.
—Aiii não acreditooo! — gritou Lane dentro do carro saindo com ele pela primeira vez da oficina. Então na frente da oficina ela parou e começou a chorar. — Eu consegui... Eu consegui...
Lohan abriu a porta e a tirou ali de dentro, Lane se prendeu nele como se tivesse 5 anos de idade, prendeu as pernas na cintura dele e encaixou o rosto no pescoço de Lohan chorando de soluçar, meu peito doía só de ouvir.
—O minha pequena não fica assim, você finalmente conseguiu.
—Mas ele... Ic... não tá.... aqui
Lohan a colocou no chão e pegou seu rosto.
—Me olha! —disse ele fazendo ela levantar a cabeça. — Ele está aqui Kay, dentro de você, ele está vendo e morrendo de orgulho de você assim como eu, como Jean e Dean e Eros também veja como ele está.
Limpei meu nariz no pulso, tentando esconder as lágrimas que corriam soltas.
—Eros...
—Não... Gosto de te ver assim... — falei.
Lane soltou Lohan e veio até onde eu estava e pulou em meu colo, como fez com Lohan.
—Obrigado... Por me ajudar e fazer parte desse sonho.
—Obrigado você por me permitir fazer parte da sua vida. — falei chorando e Kay encostou o rosto no meu pescoço.
Foi emocionante pra nós a ver realizada. Lane foi até em casa e colocamos as mochilas no porta malas e Yuri a enrolou pra eu esconder a cesta. Pegamos a estrada antes do meio dia, pelo GPS eu sabia mais ou menos quando estávamos por passar pôr aquele local.
—Então, será que um dia vai me deixar dirigir?
—Quer dirigir?
—Óbvio.
—Vou estacionar.
Ela encostou no acostamento e trocou de lugar comigo, faltava uns 15 min pra chegar.
—Estou com fome! — comentei.
—Eu também. — disse ela.
—Vou te levar em um lugar chique pra comer! — Falei entrando numa estrada de chão.
—Onde vamos?
—Comer!
—No meio do mato? — riu ela.
Então veio a imensidão de cores, tulipas de todas as cores, estacionei de baixo de uma árvore, desci e abri a porta pra ela.
—Sério?!
—Espera.
Peguei a cesta no porta malas e ela riu.
—Eros não acredito.
—Vem comigo meu amor, nossa e se eu te perder no meio das outras flores tenho medo de não encontrá-la.
—Para Eros.
—Amo quando fica dessa cor. — A girei por debaixo do meu braço.
Encontrei um lugar meio devastado e estendi a toalha ali. Lane sorriu quando apontei pra ela sentar. Servi suco de uva já que estávamos dirigindo. Comemos olhando um nos olhos do outro em silêncio, ouvindo os pássaros. Peguei uma tulipa vermelha e estendi pra ela.
—Obrigado. —Disse ela depois tomou um bom gole de suco, limpou os lábios e engatinhou na toalha pra me dar um beijo.—Fala.
—Eu te amo!
—Fala o que mais está protelando pra me pedir.
—Você me conhece mesmo.
—Não pense muito.
—É que estou procurando palavras bonitas pra este momento.
—Você é bonito o suficiente para não precisar de palavras Eros.
—Está bem então.
Não falei nenhuma palavra, fiquei de joelhos a sua frente, estendi a caixinha pra ela e a abri, olhei em seus olhos e fiz o pedido em silêncio, apenas em minha mente "Quer ser minha esposa?" ela engoliu em seco, sorriu e assentiu. Enquanto eu colocava o anel em seu dedo a vi tremer, a olhei preocupado e uma lágrima correu por sua bochecha, a beijei e depois a outra, Lane riu e pegou minha mão colocando o anel em meu dedo e nos beijamos em completo silêncio, cai com ela por cima de mim. Ela olhou em meus olhos com um "eu te amo" e fiz o mesmo"Eu amo você " ali em meio ao campo de flores fizemos amor.
Kaylane :
Eu odiava o que eu estava sentindo no momento em que entrei no carro. Meu peito doía por olhar pro lado e meu pai não estar ali. Meu irmão mais velho tem o dom de me trazer de volta do abismo toda a vez que eu caio, na verdade ele não deixa eu cair, me segura antes.
Agora estou aqui ouvindo em minha mente a voz do homem que amo me pedindo em casamento, eu ouço sua voz, ouço o eu te amo em seus olhos e eu o amo por isso e nunca imaginei me emocionar com um pedido que eu achava tão bobo, pois já estávamos vivendo como casados, mas foi um choque pra mim saber que eu podia sentir tudo isso. Eu o amo mais do que a mim própria, amo mais que carros, amo mais que o universo. Eu não queria sair daquele campo florido cujo eu nunca dei atenção antes de conhecê-lo e receber meu primeiro buquê, eu queria ficar para ver as estrelas.
—Quando voltarmos, quero pegar a noite na estrada, pra gente vir até aqui e ver as estrelas com você.
Ele tirou os pensamentos da minha mente, temos uma ligação e isso é nítido.
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Coração Mecânico
RandomKaylane Black é a melhor mecânica da oficina Black, deixada como herança por seus pais e levantada por seu irmão mais velho Lohan Black, que conseguiu manter seus irmãos unidos, Jean e Dean Black são os únicos que não guardam na lembrança a tragedia...