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Kaylane:

Eu não ia chorar na frente dos meus amigos né, não posso ser tão egoísta assim, os meninos tem que crescerem na vida, e depois. . . eles prometeram voltar. Preciso ocupar a minha mente.

Entrei na oficina com a lanterna do celular, passei meu cartão pro alarme não soar e fui pro meu lindo e futuro reluzente Impala. Liguei na rádio rock.

" Just for a second a glimpse of my
Father I see
And in a movement he beckons to me
And in a moment the memories are all
That remain
And all the wounds are reopening again. . ."

—Toma no cu caralho!

Porra não tem música mais deprimente pra mim do que essa do Iron. Comecei a chorar de raiva, raiva de mim mesma. Peguei o grampeador pra terminar de grampear o estofado do banco traseiro que esta contra a parede de pernas pro ar. Coloquei ele de pé novamente e me joguei naquele couro novo rangendo pelo movimento.

—Não me mata!—disse uma voz que me acalma a alma. Sorri com os braços sob os olhos.

—Você não consegue ficar longe de mim mesmo.

—Não, vai contra o que sinto por você—confessou ele com a boca perto da minha orelha.

Meu coração disparou. Sua mão puxou um de meus braços do rosto, depois o outro.

—Eles vão voltar pra você!—disse Eros.—Eles a amam de verdade.

—Eu sei. . .

—E eu vou estar aqui com você, vamos seguir fazendo as mesmas coisas.

O olhei nos olhos.

—Vai ir andar de skate comigo e depois encher a barriga no food truck, vai . . .

—Já não faço isso?

Sorri e passei uma mão em seu rosto.

—Obrigado Eros.

—Vou estar do seu lado quando você precisar, pra sempre.

—Eu também Eros, quando precisar de mim. . .

—Não fala isso porque eu preciso de você o tempo todo.

—Idiota!—sorri voltando a encarar o teto.—Você é. . . um bom amigo Eros.

—Quero ser mais Lane... me deixa entrar?

—Aonde?—o encarei novamente.

—Em seu coração!

—Você já está nele Eros.

Eros me beijou e eu sedi. O puxei pra cima de mim o couro protestou. Eros riu e disse:

—Sabe. . . —um beijo em meu pescoço.—Quando terminarmos o Impala.—uma mordida em meu queixo.—Podemos pegar a estrada e ir visitar aqueles manés adoráveis.

—Se arriscaria comigo?

—Quero correr a seu lado Lane. Quero ser seu parceiro, seu amigo e . . .—lambeu meu lábio superior e ronronou.—Amante.

O senti pulsar sob as calças, ele ainda usava a roupa do trabalho, abri sua camisa olhando em seus olhos, e lá estavam minhas familiares tatuagens que eu tanto amo naquela pele. Hoje nada e nem ninguém vai nos impedir, nem mesmo eu. Invadi por cima de suas calças com uma de minhas mãos, sentindo cada centímetro e gemi de prazer quando um som gutural passou por sua garganta. Tirei sua camisa e abri suas calças, Eros estava deixando em minhas mãos literalmente, tirei minha camiseta e Eros beijou o centro de meu peito e. . .

Bip bip bip bip bip. . .

—Puta merda!—rosnei.—Deixou o alarme da oficina ativa?

—Sim, mas. . . —ele se levantou.—Tem gente aqui dentro, se esconde!

Nos vestimos e nos escondemos atrás do Impala. Merda meu som está a todo pau corri e o desliguei. Eros pegou o celular e discou.

—Lohan. . . acho que tem alguém na oficina e nós estamos aqui. —sussurrou.- Ok.

Olhei pro meu balcão e peguei uma chave de boca 50. Ouvimos sons dos portãos sendo abertos e o alarme foi desligado.

—Temos que ser rápidos!—ordenou alguém.—Aquele tesouro deve de estar em algum desses portões.

—Vasculhem tudo!—disse outro.

—Chefe tem dois carros estacionados na lateral do prédio, pode ter gente aqui dentro.

—Então comece a procurar. . .

Meu coração estava na boca. Puta que pariu, nós não iríamos conseguir transar mesmo.

—Se . . . sairmos vivo dessa. . .

—Cala a boca!—sussurrei.

—Vamos transar no meu carro.

—Fechado, agora entra pra baixo do carro.

—O que vai fazer?

—Fica quieto ai.

Ele me obedeceu e eu parei com aquela chave na mão atrás da porta do meu escritório. Alguém abriu devagar, eu fiquei quieta ali atrás.

—Wow alguém aqui curte Supernatural.—disse o cara e saiu fechando a porta. Eu mal conseguia respirar. O som das sirenes da polícia soou ao longe e eles começaram a correr lá dentro. Só relaxei quando o som de pneus cantando na frente da oficina é sumiram junto da sirene da polícia.

—Kaylane?

—Lohan aqui! —falei saindo de trás da porta.

—Graças a Deus! —disse ele correndo pra me abraçar. — Está ferida?

—Estamos bem!— olhei Para trás e senti Eros me olhando com brilho nos olhos.

—Foi só um susto! —comentou ele olhando pros lados.

—Mano tem algum "tesouro" aqui, eles vieram atrás disso.

—Vem comigo.—ele não soltou minha mão nos levando a última garagem de dentro da oficina.

Ele digitou a senha que só nós dois temos. E quando abriu o portão.

—Uau meu irmão o que é isso?

—Um segredo que ninguém poderia saber que está aqui, é feito de ouro mesmo!-disse ele apontando pro carro. — Um bilionário mandou trazer para dar de presente ao filho que veio morar aqui, esse tesouro veio diretamente de Dubai. Ele chegou tem dois dias o trouxemos na madrugada pra ninguém desconfiar. Mas pelo visto temos algum linguarudo trabalhando conosco.

—Quanto vale um negócio desses? —Perguntei estupefata.

—Mais ou menos uns 100 milhões de dólares.

—Tá louco e se tivessem roubado ele?

—Nem quero pensar nisso, ainda bem que amanhã pela manhã ele vai ser entregue ao dono.

A polícia voltou e Lohan trancou a garagem mais do que ligeiro.

—Senhor Black roubaram algo?

—Não, graças a minha irmã e cunhado nada foi levado.

—Que bom, precisamos ir a delegacia igual, vocês tem que darem queixa...

Senhor, e lá se vai nossa promessa. Olhei pra Eros e fui com ele em seu carro, quando fechamos a porta do carro pra seguir os policiais nos agarramos a beijo.

—Hoje eu vou transar com você nem que isso seja a última coisa que a gente faça na vida! — declarei.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora