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Eros

Sarah andava triste que nossa mãe não quis ir conhecer o neto, meu pai e Ares foram ao hospital conhecê-lo. Resolvi ir falar com minha mãe, já que estava no apartamento de Ares fui até lá.

—O que quer aqui?! — disse ela ao abrir a porta.

—Vim falar com você.

—Está precisando de alguma coisa suponho.-disse ela saindo da porta e indo pro sofá.

Entrei e fechei a porta.

—A única coisa que vim fazer, é pedir que peça desculpas a Sarah e vá ver seu neto.

—Não sei de quem está falando.

—Está enterrando uma filha?

—Ela me enterrou quando preferiu ficar do lado daquela família...

—Então, também estou morto pra você?

—Também ficou do lado...

—Da mulher que eu amo, da mulher que foi desrespeitada na própria  casa por você, já se deu conta de que só você perdeu nessa história?

—Vocês que perderam.

—O que eu perdi? O que Sarah perdeu?

—Vocês sabem.

—Não, eu não sei, mas sei o que você está perdendo, e quando meu filho nascer, vai fazer o mesmo?

—Engravidou aquela...

—Aquela mulher maravilhosa, bem que eu queria, já viu os olhos dela, são lindos, meus filhos vão ser tão lindos quanto ela, Sian é um boneco de tão lindo que é, tem o sorriso parecido com o meu sabia?

—Você também era bonito quando nasceu.

—Deixe de ser cabeça dura, pensa no que tu fez, acha que foi lindo e elegante o jeito que tratou sua filha e sua nora, acha que vale a pena perder o crescimento dos seus netos por puro preconceito e rancor.

Ela não me respondeu, apenas virou o rosto.

—Sei que Sarah vai te perdoar, Sian ia gostar de ter a única avó por perto. — Falei me levantando.

—E ela? — perguntou quando abri a porta.

—Kaylane é uma mulher extraordinária, sei que por minha causa vai te perdoar.

—E você?

—Estou aqui não estou?

Ela cobriu o rosto e começou a chorar, suspirei fechando a porta e fui até o sofá e a abracei, apesar de tudo ela era minha mãe e eu e Sarah a queríamos na nossa volta.

—Aprendi com os Black, que família precisa de respeito e amor pra dar certo, coisa que a nossa família vem perdendo a algum tempo.

—Sempre amei vocês.

—Se amasse mesmo, teria passado por cima dos seus preconceitos e estaria com sua filha na hora do parto dela, você sempre quis ter o controle de tudo mãe, e as coisas não funcionam assim, não controlamos a vida dos filhos depois que eles crescem.

—Ares é diferente.

—Ares é um mentiroso que só visa o próprio bem, não respeita nada e nem ninguém a menos que lhe convenha, mas... Ele ainda nos ama, e estava lá pra pegar Sean no colo, e dar um abraço em Sarah, porque ainda se importa com ela.

Ela seguiu calada em meu abraço, minha mãe era dura na queda, afloxei o abraço.

—Tenho que ir trabalhar, pense bem a respeito, Sarah sente sua falta, tenho certeza disso.-lhe dei um beijo na cabeça e saí do apartamento.

Passei na padaria pra pegar uns donuts pra Lane e pra Ali, as duas estão competindo pra terminar em um dia. Sei que não estão fazendo isso pelo valor do carro e sim pelo desafio, as duas são bem competitivas e por incrível que pareça estão se divertindo com o desafio.

Ao entrar na área delas me deparo com Ali debaixo do carro com as pernas pra fora entre as pernas da minha Lane que estava de bunda pra cima com o corpo deitado em cima do motor instruindo a Ali.

—Esse aqui?

—Aí mesmo, toma cuidado... — Lane baixou o protetor de solda e Ali ligou o soldador lá em baixo, me joguei no puff para observa-las com a caixa de donuts aberta no meu colo. Ela levantou o capacete, e observou. — Ficou perfeito Ali.

—Valew.

Lane puxou Ali pelas pernas e eu tirei um dos donuts enchendo a boca numa mordida e dando uma gemida pra chamar a atenção das duas.

—Hummm...

As duas viraram pra mim.

—Tá de zoeira que veio comer aqui? — saltou Lane.

—Isso aqui tá uma delícia, querem?

Lane estendeu a mão puxando Ali do carrinho, ambas limparam as mãos enquanto vinham de encontro a mim.

—Estou faminta! — disse Ali pegando um.

—Eu ouço seu estômago resmungando a mais de uma hora. — disse Lane pegando a caixa da minha mão e se jogando em meu colo, sentiu a pressão em minhas calças e olhou surpresa em meus olhos.

—Tá uma delícia! — falei enfiando o final do meu donuts na boca dela a vendo corar.

Lane me deu um selinho enquanto mastigava.

—Vou roubar um beijo do meu marido, já volto...

—Leva um pra ele!— falei estendendo a caixa

Ali enfiou o final da rosquinha dela na boca e pegou mais duas. Soltei a caixa no chão e epertei Lane contra mim.

—Tá querendo sabotar meu tempo? — brincou Lane.

—Sei que já tão quase terminando.

—Só uma hora mais ou menos e tá pronto.

—Será que vai sobrar tempo e disposição pra gente estrear a reforma do nosso quarto?

—Certo que sim. — disse ela rebolando.

—Como é que eu vou sair daqui desse jeito?

—Coloca um donuts na frente!— disse ela e caiu na gargalhada, me fazendo rir junto.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora