Kaylane:
—Então, será que rola uma carona, hoje eu vim de Uber, Sarah precisou do carro dela.
—Seu carro está pronto esqueceu?
—Ah, é verdade!—disse ele.—Então quer uma carona. . .
Tive que rir.
—Não mas eu te dou uma carona e depois o drago aqui pra você pegar seu carro.
—Beleza só que desta vez eu convidei e eu pago o jantar!—disse ele sorrindo.
—Beleza só vou me limpar!
—Eu vou desligar o computador e fechar minha sala.
Suspirei quando ele beijou minha bochecha e saiu. Peguei uma toalha e virei a solução pra limpar minhas mãos.
Olhei aquela graxa preta saindo das minhas mãos, Lohan entrou.
—Vim te avisar que não vou ficar em casa hoje.
—Tranquilo, só se cuida!
—Pode deixar pequena. —ele beijou me rosto.—De uma chance a ele.
—Não consigo!—sussurrei.
—Por quê?
—Eu amo isso aqui, essa tisna, esse cheiro familiar. . .
—Ele não te pediu pra você mudar.
—Não, mas eu não quero que ele mude por mim e. . . as vantagens de não ter um namorado é poder andar suja sem ouvir. . . sem. . . aquilo aconteceu e. . . eu. . . não. . . -respirei fundo, aquilo é difícil pra mim.
—Está tudo bem meu amor, não precisa falar!—Lohan me abraçou.—Eu não aguento mais ver você assim sabia, rezo pra que alguém a cure, já que você não consegue se curar sozinha.
—Não quero estragar a vida dele irmão!—confessei.—Ele é tão lindo e . . . delicado.
Lohan riu e eu soquei seu braço.
—Não ria Lohan é sério!-ele riu mais e eu já estava a ponto de o empurrar pra fora do meu escritório quando Eros entrou.
—Vamos. . . o que ouve?
—Nada não!—disse Lohan.—Só. . . kkkk
Ele se foi rindo e eu olhei para ver se tinha alguma coisa pra jogar nele que não o machucasse. Eros chegou perto de mim e eu tranquei a respiração.
—Confia em mim?—perguntou olhando em meus olhos.
—Hurum!
—Então fecha os olhos.—sussurrou ele.
Sorrindo fechei os olhos, esperando cócegas, mas ele tirou a toalha da minha mão.
—Er. . .
—Confia em mim só desta vez, por favor, não abre os olhos.
Engoli em seco e senti ele limpando meu queixo com a toalha úmida, o meu pescoço, a lateral direita do meu maxilar, minha testa, suspirei tão pesado que chegou a doer o peito, meus olhos arderam por debaixo das pálpebras. Limpou minha clavícula exposta pela regata larga, seu nariz roçou meu pescoço enquanto pegou minha mão, então ele beijou minha pálpebra libertando a lágrima que eu ainda segurava, engoli em seco sem conseguir falar. Ele beijou a outra e outra lágrima me escapou, sua bochecha roçou a minha, e seus lábios depositaram um beijo no canto da minha boca. Ele enfiou a mão no bolso do meu macacão na frente e eu sorri.
—Tudo isso para roubar meu carro?—minha voz saiu rouca e limpei a garganta.
—Não fiz nada!—disse ele. —Abra os olhos.
Abri e vi um sorriso encantador e olhos brincalhões me encarando.
—Eu dirijo!—disse ele.—Sei que deixa Dean dirigi-lo, então eu também posso!
—Meu baby Blue não está preparado . . .
—Vamos!—disse ele pegando minha mão e me arrastando. O soltei pra fechar a porta e voltei correndo pro seu lado ele voltou a pegar minha mão. Vou deixar ele dirigir pra ver qual a dele. Ao sair fiz a volta pra abrir meu carro, mas ele não destrancou. Simplesmente fez a volta e só destrancou quando estava com a mão a porta, abriu e levantou a porta na minha nave segurando minha mão eu tinha vontade de rir, deixei que me conduzisse até o acento, fechou a porta e fez a volta correndo, arrumou o acento pois suas pernas mal cabiam. Quando ele ligou o motor.
—Uau caralho, isso aqui é. . .—ele me olhou.—Uau!
—Eu sei!—falei rindo.
—Caramba meu, preciso de um desses.
Ele só tinha elogios pro meu Baby Blue. Estacionou do outro lado do restaurante Napoli.
—Me espera por favor!
Ele correu pra abrir a porta pra mim, foi meio constrangedor e eu corei pela primeira vez na vida.
—Uau!—sussurrou ele ao pegar minha mão.
—Para Eros, isso é. . . vergonhoso.
—Não creio nisso!—disse ele enquanto fechava a porta do meu carro, me conduziu pro restaurante que estava lotado.
—Podemos vir outra hora, tem muita gente. . .
—E perder de passar mais uma hora com você?—ele riu.—Não mesmo.
Abriu a porta e quase todas as mesas ocupadas, hoje tinha música italiana ao vivo, música alegre ele me vez girar por baixo do braço e gargalhei.
—Só sobrou a do canto hoje Kay!—disse Remela.—Isso aqui ta uma loucura!
—To vendo.
Eros cochichou algo no ouvido dele que assentiu. Eros me conduziu a mesa do canto que tinha uma péssima visão para os músicos e o resto do restaurante, ele puxou a cadeira pra eu sentar e que porra corei outra vez diante de tanta gente, esfreguei as mãos em minha bochecha pra afastar a queimação, Eros sentou no meu lado contra a parede.
—O que vai comer?—perguntei quando ele pegou o cardápio.
—Já pedi!—disse ele soltando o cardápio e me encarando.—Pra nós dois!
—Espero que seja meu macarrão. . .
—Com o dobro de almôndegas!
—Doído!—brinquei.
Remela trouxe uma garrafa de suco de uva integral, meu preferido, colocou em taças de vinho e eu ri.
—Então . . .—começou Eros.—Conte-me mais sobre o Impala.
—Sério que quer ouvir sobre carros?
—Eu gosto como seus olhos brilham quando fala de carros, quero saber mais a respeito, estou trabalhando em uma oficina.
—Está trabalhando no escritório e não na oficina.
—Mas é bom saber com o que estou trabalhando, vamos, tente me fazer gostar de carros.
—Não. . . não quero que mude para me agradar.—confessei.
—Que bom, porque eu também não quero que mude!—disse ele.
Então um prato maior do que costuma ser servido a mim foi posto no centro de nós dois com um garfo pra cada, olhei para o garçom que trouxe o prato e ele saiu de fininho antes de eu protestar, olhei para Eros.
—Só tinham um prato está noite, vamos ter que dividir.
—Certo e dividirmos um fio de macarrão gigante até nos beijarmos?—ironizei.
—Meu sonho de infância!-disse ele rindo e enrolando o macarrão no garfo.
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Coração Mecânico
RandomKaylane Black é a melhor mecânica da oficina Black, deixada como herança por seus pais e levantada por seu irmão mais velho Lohan Black, que conseguiu manter seus irmãos unidos, Jean e Dean Black são os únicos que não guardam na lembrança a tragedia...