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Eros:

Eu não tinha planejado nada, apenas estou seguindo o meu coração. Quando a vi corar pela primeira vez hoje eu tive vontade de chorar, de tão graciosa que ela ficou. Estávamos dividindo o macarrão enquanto ela falava do impala. Prestei atenção em todos os detalhes. Quando encontrei um fio de macarrão enorme ela se afinou rindo.

—Por favor.—implorei fazendo um biquinho.—Realiza meu sonho?

—Aí Eros kkkk céus, eu não preciso de um fio de macarrão pra você me beijar.

—Não?—levantei uma sobrancelha a desafiando.

—Eu não retribuo?—murmurou enfiando o garfo no fio do macarrão que eu mantinha estendido e enrolou ele junto de mais massa, encheu a boca e fiz o mesmo quando ela ergueu as sobrancelhas dela.

Chupei o fio bem devagar e ela riu quando estávamos com os rostos bem perto, mas continuou chupando e deixei que ela encontrasse minha boca, um selinho e depois um beijo casto olhando em meus olhos, suas bochechas ganharam calor e cor mais intensa do que eu jamais vira.

—Você é perfeita Lane!

Ela desviou os olhos e espetou uma almôndega e encheu a boca pra não falar. Eu ri e fiz o mesmo. Ela não está acostumada com elogios. Mas creio que sim, ela gosta um pouco de mim, ela chama todos os amigos pelos apelidos, ela até tenta me chamar de grandão, mas não consegue, eu sou Eros pra ela. . .

—Eros?

—Oi?—falei saindo de meus pensamentos.

—Ficou tão disperso de repente.

—Desculpe.

—Fiz algo errado? Não era o que esperava?

—Não meu amor, não, eu que. . . —o garfo dela caiu da mão.—O que ouve?

—Na-Nada!

—Então . . . sobre amanhã, que horas vamos começar com a operação?—brinquei.

—Ah, humm. . . não sei bem, eu posso te ligar da oficina e. . .

—Ou pode me buscar?!

—Posso!—disse ela voltando a comer.

Eu não aguentava mais comer então parei antes que minha camisa explodisse.

—Já arregou?—brincou ela.

—Não quero ter pesadelos está noite!

—Isso pra mim já virou rotina.

—Encher a barriga?

—Ter pesadelos, já me acostumei a eles.

—Não deveria se acostumar.

—Quando você sonha com a mesma cena todos os dias por mais de 5 anos.

—Sinto muito por isso!

—Tudo bem, como eu disse, já me acostumei.

—Eh, ah, eu vi sua tatuagem na social, achei linda.

—Obrigada, o tatuador fez especialmente pra mim.

—Eu tenho algumas mandalas nas costelas.

—Eu. . . vi, são lindas, só por curiosidade. . . tatuou mesmo seu pau?

—Vai ter que descobrir sozinha.

—Então te desafio!

—Com o quê?

—Uma partida de game, se eu ganhar vai me mostrar.

—Mas eu posso te mostrar. . .

—Eu não quero ter que estar nua pra ver isso e menos ainda ele em minha mão.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora