21

163 24 4
                                    

Eros:

Aquele dia voltamos pra colocar o Impala de volta pra garagem, ficamos mais umas horas e depois fomos encontrar a turma.

No Domingo acordo com Sarah descabelada na cozinha fazendo café pra levar pro Lohan no quarto.

—Bom dia maninha!

—Bom dia irmão!

Lhe dei um beijo e fui fazer algo pra mim.

—Sabe. . . gosto de ver você assim!

—Assim como?

—Diferente!

—Sou o mesmo!—falei dando de ombros.

—Não é não, você está mais brilhoso, radiante, sorridente, carinhoso, mais maduro e ao mesmo tempo mais jovem.

—Caramba, quanto elogio numa tacada só.

—Falei a verdade.

—Eu me sinto assim mesmo. . . heim?

—Hum?

—Sabe falar a língua dos sinais?

—Sei por quê?

—Me ensina?

—Claro!

. . .

Quase duas semanas depois numa sexta feira.

Eu e Sarah conversávamos na língua dos sinais em casa pra eu aprender direitinho antes de fazer uma surpresa pra Lane. Eu quero convida-la pra jantar lá de cima do escritório, pois sempre que ela chega na oficina ela olha pro meu escritório pra acenar. Lane ainda não chegou, depois de uma hora mandei mensagem e tentei ligar e nada, preocupado fui até a sala de Lohan ele tava ocupado, desci e procurei Jean, ele estava acertando o pagamento com um cliente, Dean entrou cumprimentando todo mundo e fui até ele.

—E aí Grandão!—disse ele apertando minha mão.

—E ai Dean, aconteceu alguma coisa com a sua irmã ela não veio e não me atende.

—Ah, é . . . bom. . . você vai passar os próximos 2 dias sem vê-lá também, e com sorte eu também.

—Por que com sorte?

—Ela tá naqueles dias cara, ninguém suporta aquele tigre nesses dias, hoje é um dia que ela nos mataria só por deixar alguma coisa fora do lugar, amanhã ela começa na transição entre nos matar e chorar e no último dia ela chora e nos ameaça arrancar as bolas se a incomodarmos.

—Nossa, não deve ser tão ruim assim?

—Quer arriscar suas bolas então vá vê-la, nem aqueles manés conseguem a acalmar e olha que a entopem de comida e presentes.

—Vou lá depois do expediente!—falei determinado. —Ela é só uma garota o que poderia fazer?

—Boa sorte então, eu vou dormir na casa de um amigo, Jean provavelmente vai dormir na casa de Yuri e Lohan vai fugir pra da Sarah.

—A deixam sozinha?

—Por esses três dias sim, ela nos expulsa.

—E se acontece alguma coisa com ela, alguém entrar na casa . . .

—Ela mata!

—E se ela tiver um . . . alguma coisa?

—Ela fica como um bicho, nem os pesadelos se achegam nela nesses três dias.

—Bom, eu vou arriscar!

—Sugiro que leve chocolate, toma!—ele me estendeu a chave dele.—É da porta da cozinha, vou ficar com a da frente pra ir buscar umas roupas.

—Valew!

—Ai Dean chegou mais um carrão pra plotagem!—gritou um dos funcionários.

—Beleza, tenho que ir, boa sorte mesmo!—disse ele me dando uns tapinhas no ombro e se foi, fui pro escritório terminar de redigir uns documentos e parei pra fazer uma pesquisa.

—Ok, preciso ir no mercado.

Sai dali e fui fazer todas as voltas que eu tinha pra dar, fui em casa, tomei banho e troquei de roupa. O que melhor se tem pra fazer nos dias de folga do que ficar enjaulado com um animal selvagem? Ri indo pra casa dela.

Estacionei e desci com as sacolas, o buque de flores e mais uma caixa, ouço som de uma garrafa quebrando na sala soltei as coisas na ilha da cozinha e fui espiar.

—Eu já disse pra me deixar em paz.

—Ai gatinha foi mal eu te peguei num daqueles dias não é, eu. . . eu já estou saindo. . .

—Nunca mais vai me pegar em um dia bom Otávio, nunca mais!—cuspiu ela apontando uma garrafa quebrada pra um cara parecido com Tico.

—Eu estou saindo!—disse ele espalmando as mãos e dando ré em direção a porta.—Eu estava com saudade e. . .

—Enfia essa saudade no cu e não me procura mais!—disse ela entredentes dando um passo na direção do cara, cruzei os braços parado no marco da porta, o cara me viu sorrindo pra ele.

—Você já tem outro não é?—disse ele com raiva.

—Isso não é da sua conta, agora saia antes que eu faça pedacinhos de você.— Ele não tirou os olhos de mim quando me aproximei por trás dela e coloquei a mão em seu pulso que segurava a garrava.

—Algum problema aqui meu amor?—falei lhe tirando com delicadeza a garrafa.

—Nenhum!—disse ela suavizando os ombros.—Otávio já estava de saída não é mesmo?

—Humm. . . você faz o quê na casa da minha namorada?—perguntei enquanto passava uma mão por sua cintura.

—Você não fez isso comigo?!—disse ele olhando pra ela.—Não pode . . .

—Não fiz nada com você, nunca fui nada pra você além de amiga, agora nem isso!

—O que ele tem que eu não tenho?—disse o cara me ignorando.

—Por que quer saber?—perguntei.

—Estou falando com ela!

—Saia!—disse ela mais uma vez.

—Creio que seja meio humilhante ficar sabendo o tamanho do pau do namorado da sua amiga.

—É isso então? O pau dele é maior, não te satisfiz? Não pareceu. . .

—Aqui acho melhor você ir embora antes que eu perca a paciência "amigo" ninguém fala com a minha namorada desse jeito muito menos um otário como você!

Sai de trás dela dando um passo pra frente e Lane me puxou passando o braço por minha barriga.

—Eros. . .

—Sim meu amor?—perguntei olhando em seus olhos, passei a mão em seus cabelos. —Se quiser eu o coloco pra fora pelos fundilhos meu bem.

—Não, ele já vai sair, a menos que queira ficar e assistir . . .—a peguei no colo a beijando ela retribuiu puxando meus cabelos pra trás e lambeu meu pescoço e lá estava eu pronto pra ela, a porta da frente foi fechada com tanta força que ecoou pela casa, e ela começou a se afastar, a soltei e ela me olhou com raiva.

—O que faz aqui?—rosnou assim que a soltei.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora