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Eros:

Os olhos dela brilhavam, empolgada.

—Eu nunca trouxe nenhum dos meus amigos aqui!

—Nossa, me sinto lisonjeado agora!

—Sinta-se privilegiado de ver este clássico sem o motor pela última vez, meu irmão barganhou comigo e comprou o motor pra mim.

—O que vai ter que dar em troca?

—Algo que você jamais verá!—brincou ela.

—Sério?

—Hurumm. . .

Caminhei até um motor velho.

—Ah, esse é o primeiro motor dele, eu tentei reviver ele, mas tinha muita ferrugem por dentro.

Peguei um mangueira que eu vi que estava sujo de óleo despluguei ela de gosto sabendo o que vinha pelo cano.

—O que isso aqui faz?

—Nã. . .o!—disse ela ao ver um jato de óleo no meu peito, ela tirou da minha mão o trancando com o dedo na ponta, mas sujou a regata branca dela antes. Ela engatou no lugar e correu com pressa pra pegar uma toalha úmida, parecia prestes a chorar.

—Ei Lane?

—Tira. . . tira a camisa, vai manchar!

Abri os botões enquanto ela pegava um líquido pra virar na toalha e correu pra me limpar. Ela passava a toalha no meu peito quase chorando.

—Lane?—chamei e seu queixo tremeu.—Para Lane!

—Você se sujou Eros!

—Ei. . . ei!—peguei os punhos dela.

—Deixa eu limpar, você vai ficar fedendo!

—Lane?—sussurrei.—Eu não sou de papel!

Ela respirou fundo e soltou os punhos das minhas mãos, desviando o olhar e chutou um balde virando água pelo chão, depois respirou fundo tentando se acalmar.

—Eros. . . vai pra casa tomar um banho, eu compro outra camisa pra você segunda!—ela não me olhava.

—Lane. . . eu . . . me desculpe, não precisa comprar nada, eu. . . me desculpe?

—Não!—disse ela virando pra mim.—Me desculpe você?

Me aproximei dela e ela olhou meu peito sujo.

—Achei você!—disse Lohan.—Cara Yuri ta atrás de você, esqueceu o telefone em casa.

—Foi mal irmão!—disse ela pegando o celular.

—Eros?—disse ele olhando meu peito aberto e sujo e olhando de volta pra Lane.—Conheceu minha irmã?

—Eu. . . não sabia que era sua irmã!

—De onde se conhecem?—perguntou ela intrigada.

—Eros é irmão da Sarah, eu te falei que ele estava vindo trabalhar conosco. . . o que ouve?

—Eu puxei uma mangueira que não era pra ter tocado e tomei um banho de óleo.—falei.—To tentando explicar que não foi culpa dela. . .

—Ah!—disse ele compreendendo alguma coisa que eu não compreendi. —Então, e vocês de onde se conheceram?

—Te conto em casa!—disse ela.—Você precisa ir Eros, ao que parece tem uma social pra ir logo mais!

—Claro!—falei saindo.—Até mais tarde.

—Até!

Ao sair ouço ela chorando e esperei pra ouvir algo.

—Shiii. . . calma minha pequena.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora