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Kaylane:

Que cagaço velho. Meu se ele não abaixa a chave ia rachar o crânio dele, foi uma reação involuntária, mas o cara apareceu como uma assombração. Ele se curvou com meu soco.

—Tem . . . medo de fantasmas?

—Vai tomar no cu Eros!-passei a mão por meus cabelos lembrando de que estavam sujas, ótimo, pelo menos é poeira e não graxa.-O que faz aqui?

—Eu. . .—Ele respirou fundo.—Cara essa doeu!

—Era pra doer mesmo, eu podia ter matado você seu idiota, imbecil, eu. . .

—Ei, estou bem, tenho bom reflexo pelo visto.

—Tá me enrolando!

—Eu ouvi seu irmão ao telefone.

—O que você ouviu?—perguntei preocupada com que ele tivesse ouvido alguma coisa.

—Nada de mais, só quando ele perguntou onde você estava.

—E ele te contou.

—Não, eu deduzi.

—Idiota!—resmunguei.

—Foi mal esquentadinha.

Eu podia ter matado ele meu. Meu coração não conseguia se acalmar, estava frenético e cheio de adrenalina. Me virei pra bancada e caminhei até ela tentando me acalmar, a soquei e respirei fundo. Eros passou os braços por minha cintura atrás de mim colando seu corpo ao meu, fui acalmando minha respiração primeiro olhando pro meio cacho de uva que eu tinha jogado ali. Eros roçou o nariz por meu pescoço e senti o pulsar em suas calças, ele se afastou e eu me escorei nele outra vez.

—Lane. . .

Senti de novo o pulsar atrás de mim. Puta que pariu to na seca desde Teco porque depois do que aconteceu eles começaram a pegar no meu pé e não deixam ninguém chegar em mim.

Gemi e senti crescer mais, Eros rosnou no meu ouvido e me virei pulando na minha bancada e o puxando pra mim, sentindo aquele pau duro entre minhas pernas, abri seu macacão e pele exposta e arrepiada me recepcionou, delicioso, Eros era delicioso, e eu queria mais, tirei meu suéter, meus seios pesados e desejosos por seu toque, sua boca, eu mal ouvia a música, só nossos gemidos. Eu queria ver e sentir aquele maldito piercing. Ele tirou minha regata e abocanhou meu seio e apertou o outro.

—Você é linda Lane!

Sua língua fez um círculo em meu mamilo e subiu até meu pescoço. Minhas unhas mesmo curtas de mais cravaram em sua pele, minha calcinha encharcada com o roçar. Ardente e errado. . . aquilo era errado, ele está apaixonado por mim e. . .

—Isso não é certo!—arfei o empurrando e descendo da bancada, passei a mão pelos cabelos.—Não Eros, isso é um erro, sinto muito se deixei chegar a esse ponto.

Me virei e ele estava com as duas mãos na bancada o peito subia e descia com força. Baixei o volume do rádio.

—Tem razão!—disse ele rouco.—Tem . . . total razão, você só tem 17 anos e . . .

Oi? Ele acha que é por minha idade?

—Não!—falei enquanto ele arrumava o pau dentro do macacão ainda de costas pra mim.—Não é isso Eros, não sou mais cabaço já tem um tempo. . .

—Então qual o problema Kaylane? Eu sou feio ou me acha muito fresco ou algo do tipo?—ele se virou pra mim, sua voz era suave e parecia que ele estava a ponto de chorar.- Acha que eu não sou pra você por isso?

—Não Eros, acho que você merece coisa melhor do que eu!—murmurei.

—Não quero nada que não seja você Kaylane.

—E é por isso que é um erro!—estendi a mão pegando minha regata e ele pegou meu pulso e olhou em meus olhos.

—Você tem medo que eu te persiga como um lunático?—desviei os olhos.—Tem receio que eu não a deixe em paz é isso?

—Não.—murmurei

—Kaylane eu não sou mais adolescente, e se você não me quiser eu não vou andar atrás de você, estou apaixonado e não obcecado.

Meu coração disparou não só por sua sinceridade, mas outra vez "apaixonado" ele me chamou de "meu amor" ontem sem se dar conta.

—Não quero te machucar Eros.

—Não sou mais cabaço!—disse ele rindo.

—Eu falo disso aqui!-pousei a mão em seu coração.

Aquele toque me fez pulsar.

—Ah!—disse ele.—E se eu quiser correr esse risco?

—Seria injusto com você!

Ele soltou meu pulso e eu coloquei a regata, ele deu uma última olhada em meus seios e depois pra minha boca.

—Vamos trabalhar?—perguntei e ele assentiu.

Colocou o macacão e o abotoou abri o portão do meu escritório e a porta do impala sem acento para empurra-lo para fora.

—Espera!—disse ele abandonando os últimos botões e começou a me ajudar.—Não quer entrar e eu empurro?

—Não tem acento!

—Humm. . .—disse ele empurrando.

Assim que estávamos debaixo do guincho pedi pra ele parar. Corri pra buscar o motor, o puxei no carrinho.

—Você sabe mexer com àquilo ali?—apontei pro guincho.

—Não, mas se me ensinar eu aprendo.

—Ok, vem?!—o puxei pela manga do macacão. Só da pra uma pessoa na cabine então sentei e ele ficou de pé ao meu lado, liguei.

—É quase como um game, essa palanca aqui é as direções pra frente e pra trás!—mexi pra ele ver.—Está outra vai pra cima e pra baixo!

—Ok, acho que tenho que treinar um pouco né?

—Senta aqui!—falei saindo da cabine e fiquei do lado dele sem me dar conta apoiei uma mão na coxa dele e engoli em seco. O ajudei e ele ainda não conseguia ser mais leve nos movimentos. Peguei a mão dele.

—Não movimenta tá, vou movimentar pra você ver como tem que ser!

—Hurumm!—disse ele pigarreando.

A empurrei com leveza, depois de quase uma hora treinando resolvi arriscar. Passei as correntes pelo motor com carinho pra não arranhar, fiz sinal pra ele subir o motor e ele o subiu bem devagar. Fui até a cabine e olhei em seus olhos.

—Pelo amor que sente por suas bolas, seja delicado, aquilo lá em baixo é o coração de meu filho, finja que é o coração do seu ok?!

—Pode deixar!—disse ele com um sorriso de lado.

Desci e fui pra frente do Impala coordenar segurei o motor pra ele parar de balançar.

—Ai, vai descendo, devagar, isso!—meu coração ta a mil por hora, é meio caminho andado, Deus é um filho.—Pode baixar mais. Mais um pouco.-Suor começou a escorrer de minhas têmporas.-Mais 5 centímetros!

—Estou com medo!—gritou ele.

—Agora não tem mais o que temer, só descer.

Segurei o motor no espaço correto e ele baixou.

—É isso ai Eros!—gritei.—Pode desligar!

Segurei meu peito com vontade de chorar, então comecei a rir e a pular, uma emoção muito louca correu por minhas veias.

Coração MecânicoOnde histórias criam vida. Descubra agora