Sugar baby (9)

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Anny e eu decidimos que não estamos no clima para estar numa pista de dança, e decidimos ir para o andar onde funciona apenas o bar e a música não é tão estridente.

Meu ego está ferido, eu nunca fui traída, e nesse momento mesmo que a gente não tenha algo sério, é assim como me sinto.

- Por que você está tão sentida? Ele foi um filho da puta, por ter convidado você e ficado com outra. Mas você sabe a sua posição nessa relação.

Ela afaga as minhas costas e meus olhos lacrimejam.

- Eu não sei... mas tá doendo e eu não consigo mudar isso.

- Não me diga que você... - Ela me olha boquiaberta e de olhos arregalados. - S/N você nunca se apaixonou por nenhum cara desde que entrou no app, o que deu em você?

Queria saber, entender como eu me deixei chegar aqui. De como eu comecei a sentir algo por ele sendo que eu não sou de me apegar a ninguém.

O barman finalmente veio nos atender, eu não aguento mais sentir tantos sentimentos ao mesmo tempo.

- O que vão querer meninas?

- Cereja tootsie pops. - É uma das minhas favoritas, e meu teor de álcool não é tão grande.

- Soju. - Anny faz seu pedido.

O barman gato que a Anny tem uma quedinha foi preparar nossos pedidos.

- Eu não vou beber tanto, porque vou cuidar de você. É a primeira vez em muito tempo que não te vejo assim.

Ela acaricia minha bochecha e eu deito minha cabeça sobre a palma quentinha.

Estou tão atordoada, como fui me apaixonar em um mês por um homem que deixou bem claro no início que não queria se apegar a ninguém, e foi por esse motivo que me procurou?

Como eu posso ser burra nesse nível?

Passar por cima da minha própria regra, e me prender a tão pouco. Se ele vier falar comigo, o que eu direi? Aliás, eu não quero vê-lo nem tão cedo e acho que eu mesma darei um basta em nós. Eu não vou me torturar fingindo que nada aconteceu, que não me afeta e que tudo bem continuar com isso.

Sempre fujo dos meus problemas e acho que esse mecanismo de defesa seja bom nesse momento, eu devo fugir o mais depressa possível dele e me curar antes que eu o ame.

Tentando buscar em meu consciente como me deixei levar até aqui. Lembro de tudo que ele me causou. De todas as sensações estranhas que me fazia sentir e de como eu era vulnerável em suas mãos. Kun se encaixa perfeitamente no meu tipo ideal e foi por isso que tudo nele era intenso.

O erro mais grave que cometi foi ter me entregado, ter deixado que ele conduzisse tudo e a situação escapou entre os meus dedos ficando fora de controle. Nos meus relacionamentos anteriores, era eu quem tinha tudo em minhas mãos, quem decidia o tempo que aquilo duraria, e quem merecia uma chance comigo.

E Kun inverteu o jogo, fez dele suas próprias regras e ele não tem culpa por que eu dei a ele todas as respostas, dei as rédeas da situação e me deixei conduzir como uma garotinha inexperiente. Me permitir confabular e a deixar que todas as emoções que me fazia sentir fossem reais.

A culpa é minha. Inteiramente minha. Bom, pelo menos não hoje. Ele foi um babaca, se queria ficar com ela não deveria ter me chamado e me feito de otária esperando pela boa vontade de quando os dois terminarem de fazer o que seja lá que eles estivessem fazendo ou prestes a fazer, voltar a ficar do meu lado como se nada tivesse acontecido.

[𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄/𝐑𝐄𝐀𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍] ° 𝑵𝑪𝑻 • (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora