Connasse

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Essa semana foi bem corrida, desculpem por não postar no dia certinho. xx


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No ar gélido daquele quarto de hospital, Zelda sacudiu as lembranças de outrora e focou no presente, mais especificamente na mesma morena na semelhante cama de hospital. Porém, o presente era totalmente diferente das lembranças que há pouco roubaram a atenção da ruiva. No presente, Lilith havia salvado sua filha e ela estava grata a mulher. Então, ela limpou a garganta e indagou:

— Eu sei que você está acordada.


A morena abriu um de seus olhos, procurando a figura da mulher, quase não acreditando que era real. Mas lá estava ela, Zelda Spellman, vestida em um conjunto cirúrgico preto que poderia desvalorizar qualquer pessoa, no entanto, não a ruiva, ela conseguia manter sua elegância mesmo com as roupas nada lisonjeiras. E a ruiva estava encostada no batente da porta de seu quarto de hospital.

— Como está se sentindo? — a mulher reclamou quando se sentou na cama e sua cabeça latejou. — tão mal? — a enfermeira perguntou com um meio sorriso.


— uhumm... — a morena concordou. — isso lhe agrada?


— Mais do que é moralmente aceitável admitir. — Respondeu enquanto tomava alguns passos para perto da outra mulher. — Eu imaginei que estaria com dor.

Na cama, Lilith levantou uma sobrancelha, como se perguntasse se a mulher teria vindo apenas para apreciar o sofrimento dela. Zelda rolou os olhos enquanto pegava algo no bolso de seu uniforme. Ela serviu Lilith de um copo de água e lhe deu um comprimido.

— Para a sua cabeça.

A morena nem contestou, a essa altura beberia qualquer coisa para aliviar a dor em sua cabeça.

— Obrigada.

Ela disse depois de tomar o remédio. Zelda assentiu com a cabeça e olhou para o nada por alguns instantes. A Wardwell sabia melhor do que questionar a ruiva se ela estava bem, então permaneceu calada fitando a mulher.

— Eu deveria ser quem está agradecendo.


— Não é nada, Zelda. Você pode me dar drogas de graça sempre que quiser.

A ruiva negou com a cabeça, mas um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, o que resultou um na morena também.


— Você a salvou. — Zelda disse. A morena pensou em argumentar que ela só tinha feito o que qualquer um faria, mas a Spellman levantou a mão, a silenciando. Então, ela apenas assentiu, desistindo de argumentar. — Se você não tivesse ido atrás dela... ela teria...

Quando Zelda a olhou de volta, suas orbes verdes estavam carregadas de uma vulnerabilidade que ela não via na mulher há... há um longo tempo. Seu primeiro instinto foi segurar a mão da mulher para tentar lhe passar algum conforto. Mas quando chegou perto de tocar a mão que estava na beira de sua cama, ela hesitou.


— Ela está bem, Zelda.

A professora foi rápida em a assegurar, em vez de optar pelo contato. E foi pega de surpresa com a eletricidade que passou pelo seu corpo quando a mão da mulher agarrou a sua. Ela considerou por um momento se Zelda teria a eletrocutado.

— Graças a você.

De novo, a Wardwell não sabia como responder, preferiu ficar em silêncio.

— Você poderia ter morrido também.

Zelda quase riu com a ironia, apenas uns dias antes ela desejava matar a morena ela mesma.


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