Caixa de lembranças proibidas

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— Zelda?
Ela perguntou, sua voz saiu estranha.

A ruiva encostou as palmas de suas mãos na parede, uma de cada lado do rosto de  Lilith e aproximou seu rosto do da outra mulher para falar:

— Vou te mostrar o decepcionante!

Antes mesmo que a morena pudesse reclamar, a Spellman estava agindo, uma mão tomando posse da cintura de Lilith com firmeza mas também gentileza, a outra na nuca da morena puxando levemente seus escuros cabelos. O ar pareceu faltar aos pulmões da professora.

— Zel...

Ela tentou reclamar mais uma vez, mas suas palavras morreram ao sentir lábios impossivelmente macios encostarem nos seus.

Os lábios da Spellman deslizaram pelos da Wardwell trazendo sentimentos nostálgicos para ambas as mulheres. Contudo, era estranho para Zelda não sentir Lilith retribuir o beijo com avidez como era de costume. A morena continuava em inércia, muito em choque para retribuir ou para-lá. E, quando a morena tomou posse de seus movimentos novamente, ela empurrou os ombros de Zelda, a afastando de si. A enfermeira apenas se afastou, não demonstrando nenhuma intenção de forçá-la a continuar. Ela sorriu ao ver o rosto vermelho de Lilith, o cabelo levemente bagunçado e o peito subindo e descendo em movimentos rápidos. 

— Decepcionante, né?!
Ela jogou por cima do ombro ao seguir para a saída do banheiro.

Lilith respirou fundo algumas vezes, ainda estava confusa com a situação. E quando notou que a ruiva estava indo embora, foi rapidamente atrás da ruiva.

— Zelda?
Ela disse, tentando alcançá-la.
— Você... me beijou?

Ela disse a última parte em um sussurro, esperando que Zelda escutasse e parasse para falar com ela. Porém, a ruiva só parou quando estava sentada a mesa, lhe olhando com um sorriso cínico.

— Sim, Lilith? Eu o que?

Ela perguntou, chamando atenção de todos a mesa para a morena.
Wardwell pausou, pensando no que poderia dizer para não chamar atenção para o fato de Zelda Spellman ter a beijado, beijado de verdade. Ela suspirou e afagou seu cabelo, tomando seu lugar ao lado da ruiva mesmo que a contra gosto. Afinal, todos os olhos ainda estavam nela.

— Nada. Você me irrita.
Ela disse, Zelda riu. E todos perderam o interesse, achando que era mais um bate boca das duas.

— Eu me sinto da mesma forma sobre você.
A ruiva rebateu e Lilith rolou os olhos.

— Está tarde.. — a morena disse. — Eu deveria ir embora. Vou chamar um uber.

— Mas já?
Constance perguntou.

— É, tá cedo ainda, Lilith.
Hilda disse.

— Eu já vou indo.
A morena se levantou com sua bolsa e levou seu tempo despedindo de todas e Ambrose, parando para trocar xingos com o mais novo só por diversão. Quando chegou a vez de se despedir da ruiva, Lilith lhe lançou um olhar que a mulher sabia muito bem o que significava, porém a ignorou tomando um gole de whisky. A morena a abraçou e aproveitou para dizer, bem baixinho:

— Oh, nós vamos conversar sobre isso, sim.
Zelda suspirou.

— Boa noite para você também, Lily.
Disse com um sorriso falso.

Assim, a professora saiu do bar e Mary, desconfiando do comportamento de sua gêmea, disse que a acompanharia até o Uber chegar.

— Lilith..
Mary indagou quando estavam na calçada, pronta para perguntar se algo aconteceu.

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