Brigas

477 51 172
                                    

Duas palavras:
Dedo no cu e gritaria.

Xx

--


— Pegando a namorada do chefe, Zelda.
Constance provocou enquanto elas andavam pelos corredores do hospital.

— SHHH
Zelda a silenciou, olhando em volta.
— Se alguém te escutar, Constance.

— E a culpa é minha que você é uma talarica?
A morena pausou.
— Talarica não é bem a palavra. Tem alguma palavra para pegar a mulher do chefe?

— Constance!!
A enfermeira Spellman empurrou sua amiga. — Eu não estou com a Lilith!

— Ainda.... mas, fazerem aulas aleatórias não era o programa de casal que vocês faziam?

— Não é a mesma coisa...
Se defendeu.

— Só estou dizendo... — Constance disse. — Parece que vocês estão voltando ao que eram antes.

— Você é maluca! E não fala mais besteiras assim no trabalho. — Spellman disse. — Se alguém te escutar e acreditar nas suas alucinações.

— Não sou eu que vou em encontros com a minha ex.

— Constance, eu vou te matar.
A enfermeira correu e a outra contou até dez para não matá-la ali com tantas testemunhas.

O doutor Masters estava próximo de onde as enfermeiras estavam caminhando, o olhar em seu rosto entregando o quanto da conversa ele havia escutado.



[...]

Fazia dois meses desde a primeira 'noite das mulheres' e elas haviam feito uma tradição daquilo, uma vez ao mês todas se reuniam em um bar para beberem e conversarem. Desde então Adam estava ainda mais enciumado, Lilith e o médico brigavam sempre que se aproximava da data marcada de se reunir com suas amigas e se ela marcasse algo com Zelda. Ela havia sugerido para eles saírem mais vezes juntos, alguns encontros para ver se o ciúmes bobo do médico passava.

— Viu? Eu sou uma boa noiva, eu te dou atenção também e não só saio com minhas amigas.
Lilith implicou enquanto caminhava com Adam, eles tiraram o dia só para eles, tiveram um almoço em um restaurante que o médico gostava e depois foram ao museu.

— Eu nunca disse que não era.
Ele se defendeu.

— Mas também nunca disse que era. — ela fez biquinho. — Mas tudo bem, você está perdoado.
Ela abraçou o braço deles enquanto eles caminhavam, deixando o museu.
O trajeto do casal foi interrompido pelo som de um bebê chorando. Não muito longe de onde eles estavam, Lilith viu a mãe de um de seus alunos se atrapalhando para tirar o carinho do porta malas do carro enquanto segurava um bebê em seus braços.

— Deixa eu te ajudar.
A professora anunciou ao caminhar na direção dela. Ela tirou o carrinho do bebê, ou melhor, as partes dele, já que o objeto estava desmontado.

— Obrigada, senhorita Wardwell.
A mulher disse ao reconhece-la.

— Esse é o meu noivo Adam. Adam, essa é a senhora James. Ela é mãe de um dos meus alunos.
A morena apresentou os dois brevemente enquanto tentavam falhamente montar o carinho.

— Isso é mais complicado do que parece.
Adam disse, confuso. A senhora James riu da confusão que os dois estavam fazendo.

— Senhorita Wardwell, se importa de segurar ele um minutinho?

— Claro que não.
Ela disse sorrindo e batendo as mãos chamando o bebê para seus braços, o garotinho se jogou no braços dela, embolando suas mãozinhas nos cabelos da professora.

Hole in my soul Onde histórias criam vida. Descubra agora