Sonho se realizando

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Quem é vivo sempre aparece né k k
Desculpem a demora mas ando MT sem inspiração e tempo tbm.
Peço paciência com a minha demora pra finalizar um capítulo.
Eh isto. Boa leitura
xx

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Zelda estava sentada no sofá, olhos encarando as paredes brancas da sala de sua psicóloga, já sua mente estava perdida em outro lugar. Vários pensamentos perturbavam sua mente, seus sentimentos não eram uma bagunça muito diferente de sua mente. Ela não sabia por onde começar. Havia tanta coisa para ser falada, coisas que ela nem sabia se havia digerido por completo.

— Todos esses anos... — Indagou. — Todos esses anos eu achei que ela havia me traído. Eu não sei como me sentir agora.

A ruiva se levantou, abriu sua bolsa a procura de seu cigarro, tirando tudo que tinha dentro dela na sua pressa. Em seguida foi até a janela e a abriu, acendendo um cigarro. Ela deu algumas tragadas em seu cigarro antes de voltar a falar.

— Tudo que eu acreditei ser verdade por uma década, era mentira...

A enfermeira nem se deu conta de que andava de um lado para o outro, estava muito focada em explicar da melhor maneira o turbilhão de sentimentos que sentia desde que Hilda lhe contou a verdade sobre o que realmente aconteceu com Lilith. Eram muitas dúvidas, muitas perguntas, muitos "e se", muito remorso e... culpa...

— Eu a odiei por tanto tempo! — Ela disse a sua psicóloga. — Deus, eu ainda estava começando a deixar de odiá-la! Ainda estava começando o processo de perdoá-la. E, agora, não tenho mais o que perdoar.

A loira apenas a observou, não querendo fazer a enfermeira perder seus pensamentos, ainda mais sabendo como é difícil para a outra mulher se abrir e reconhecer e permitir que seus sentimentos venham à tona daquele jeito, contudo, ela estava começando a ficar incomodada com o ritmo acelerado com que sua paciente andava de um lado para o outro sem nunca parar, deixando um rastro de fumaça ao seu redor.

— Bem, eu sei que ela ainda sumiu mas... — A ruiva parou, ficando de costas para Lara. — eu só não consigo julgá-la nem por isso, não sem saber de toda a história. Eu estive em um relacionamento abusivo e sei bem como é difícil sair do controle que eles nos impõem... eu saí com muito custo e todo apoio da minha família e amigos... não consigo nem imaginar como seria estar em um lugar que não conheço ninguém, sem minha família, sem meus amigos e ainda depois de perder um bebê e... uma filha...

A Spellman limpou seu rosto e finalmente se sentou no sofá.

— Eu vi uma foto na casa da Mary quando estava me arrumando lá. Lilith estava com uma garotinha, a garota não era muito parecida com ela, mas os olhos eram seus e a forma de sorrir também. — Zelda sorriu. — Ela parecia genuinamente feliz. Ela sempre foi uma ótima mãe.

— Você não tinha mencionado isso..

— Bem, estou mencionando agora. — A ruiva rebateu. — Eu... por que eu não a ouvi? Eu deveria saber que ela não faria aquilo comigo, com a Sabrina. Me mata saber que ela passou por tudo sozinha... eu deveria estar lá para ela... eu deveria...

Zelda Phiona Spellman não era uma pessoa de chorar na frente dos outros, até sua psicóloga só a viu chorar em duas ocasiões, porém havia momentos que até mesmo ela não conseguia se segurar. A ruiva deixou suas lágrimas correrem livres pelo seu rosto, ainda, teimosamente, tragando seu cigarro, como se fosse uma conversa normal e suas lágrimas não estivessem presente.

— Eu estou tão confusa. É muita coisa para digerir.

— Eu nem sei porque ela ainda quer minha amizade. Eu a tratei de forma horrível.
Confessou, enfim.

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