Como eu havia previsto não vi Carol durante a semana, mas estava animada pelo final de semana já que fiquei atiçando Letícia para trazer os amigos pra piscina novamente.
Mal conseguia me lembrar de uma semana que correu tão devagar. Cada maldito minuto desses cinco dias me maltrataram, parecia que o relógio estava andando pra trás.
As coisas no trabalho também estavam monótonas demais para a minha infelicidade, se eu tivesse tido mais trabalho talvez o tempo fosse menos cruel comigo e corresse um tiquinho mais rápido, mas definitivamente eu estava sendo torturada por um crime que eu cometi sem querer.
Eu não tive a menor intenção de fazer Caroline se sentir daquela forma, e eu passei a semana inteira refletindo sobre minhas atitudes e cheguei a conclusão que eu, obviamente, me desesperei pelo que havia acontecido e surtei. Na pior hora, eu sabia. Mas o surto não está muito interessado em marcar hora pra chegar. Eu simplesmente surtei.
Mas a pergunta de um milhão de reais era: por que eu surtei daquela forma?!
Claro, ter uma amiga da minha filha que tem quase a idade dela, me chupando dentro da minha piscina completamente a mercê da sorte sem saber se alguém pegaria a gente ou não já era, por si só, desesperador. Mas não foi só isso... Alguma coisa dentro de mim se agitava em níveis desproporcionais pra alguém da minha idade quando aquela mulher me tocava. Era inegável.
Inegável.
Embora eu não soubesse direito o que eu sentia, eu sabia o quanto eu não queria que isso se repetisse porque não dá pra viver com esse tanto de mal entendido, é desgastante me sentir dessa maneira, sabendo que eu jamais iria querer ter algo com aquela menina além de um sexo gostoso que é o que ela vinha representando pra mim. Mas isso não queria dizer que ela não merecia um beijo meu, que ela fosse uma qualquer que só servia pra chupar o meu pau. Quem me dera fosse...
A boca dela era um convite tentador demais, era de um rosa absurdo que fazia um conjunto perfeito com aquelas sardas e os cachos avermelhados.
Caroline era um demônio. Um demônio pronto pra me levar ao pecado.
Eu temia demais me perder naquela boca e não saber mais como voltar, alguma coisa dentro de mim sentia medo. Não somente medo dela, mas principalmente medo de mim mesma. Eu não conseguia confiar em mim quando estava perto dela. A minha cabeça ficava atordoada demais pelo cheiro frutado do cabelo dela, meus olhos mergulhavam nos dela e eu, de repente, já nem sabia mais nada sobre as minhas convicções, sobre o que eu achava que era certo ou errado. Ela me bagunçava inteira.
E ela sabia disso. Ela gostava disso. Ela se divertia com isso!
E apesar de estar racionalizando tudo isso eu simplesmente não conseguia deixar de ansiar pela presença dela enquanto eu tentava me convencer que tudo que eu queria era só me desculpar e fazer com que ela acreditasse que ela não significava tão pouco pra mim.
Eu tinha vontade de ir atrás dela, afinal eu sabia onde ela morava. Mas se eu dissesse as coisas que ela me fazia sentir, se eu assumisse o quanto ela mexia comigo, ela com certeza iria usar isso contra mim e eu definitivamente não precisava dar mais armas nas mãos dela. Ela já tinha armas suficientes.
***
Sábado de manhã acordei extremamente ansiosa, eu sabia que logo Caroline estaria na minha casa e eu mal conseguia disfarçar que havia algo errado comigo.
Novidade.
— Letícia, quem mais vem hoje?! — perguntei tentando soar o mais despretensiosa possível.
— Mais ninguém, mãe. Por que?! — ela também pareceu perguntar sem desconfianças.
— Porque estou sem ânimo para cozinhar hoje, tive uma semana difícil no trabalho, tudo bem se eu pedir comida?

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Nua (G!P)
FanfictionDayane é uma mulher divorciada que vive totalmente para os filhos após descobrir uma traição de sua esposa. O trauma foi tão grande que rompeu todas as suas convicções sobre o amor. Ela nunca mais se interessou por ninguém, até sua filha trazer uma...