BOA NOITE

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Autora: o capitulo de hoje é mais curto mas vim ser soft e fazer vocês felizes. 

Ah! vou parar de escrever hot porque vocês ficam muito ocupadas e não comentam direito na fic hahaha. Eu escrevo super imaginando os comentários de vocês nas melhores cenas e vocês ficam tudo calada passando mal, né? Tratem de comentar pra me incentivar e, por favor, divulguem com os amigos! =D


Ficamos com os corpos colados durante sei lá quanto tempo, com aquela mulher quente, macia e com cheiro frutado em seus cabelos dentro do meu abraço era muito difícil manter a percepção de espaço e tempo, toda minha atenção se distribuia em cada centímetro do meu corpo que estava em contato com ela prestando atenção até mesmo na sua temperatura corporal onde as nossas roupas não me deixavam tocar sua pele. Ela afundou sua cabeça em meu peito e eu sabia que ela podia ouvir meu coração batendo forte e descompassado, e isso, certamente, seria o meu fim. Eu sabia que ela iria usar contra mim, era uma pista descarada de que pra mim não era só sexo. Mas deixei minhas preocupações em pano de fundo aproveitando meu momento de fraqueza pra poder aproveitá-la como eu tanto desejei nos últimos tempos. Ali era ela minha, eu sentia que ela era minha através da força que ela usava na ponta dos dedos amassando minha camiseta como se estivesse morrendo de medo de que eu pudesse me afastar, como quem precisa me prender, e eu, eu estava agradecendo por isso já que aliviava muito a minha vontade de apertá-la mais forte como quem também tem medo de que ela se vá.

Ela parece sair um pouco do transe me arrastando junto com ela quando ergue um pouco a cabeça suficiente pra que eu abaixe a minha deixando nossos olhos em contato.

Ninguém se atreve a dizer nada. A tensão entre nós duas naquele momento era quase tangível, era uma força que magnetizava nossos corpos e nossos olhos, eu temi não conseguir me soltar dela nunca mais.

Ela fecha os olhos e sorri.

— Parece que eu estou sonhando — ela diz e antes que eu pudesse dizer alguma coisa que nos rompesse, ela me manda calar a boca — shhhh — ela faz baixinho — me deixa sonhar que você está sentindo tudo isso que eu estou sentindo nos teus braços, Dayane. Você não pode me impedir disso.

Eu subi minha mão direita que estava grudada em suas costas, deslizando até seus cabelos onde fiz um afago e ela deu um leve gemido, me permiti acariciar seu rosto antes de enfiar meus dedos entre seus cabelos e a apertar em meus braços baixando ainda mais a minha cabeça pra sentir, não somente o cheiro dos cabelos que eu amava, mas também pra sentir sua testa em minha bochecha, enroscando todo o seu corpo pequeno no meu como num abraço protetor, como quem queria dizer que nada poderia fazer mal a ela enquanto eu estivesse ali. Ela passou os braços ao redor da minha cintura e me teve num abraço mais completo e eu pude sentir seu coração batendo. Através de toda nossa carne e de todos os panos eu senti minha pele vibrar com os solavancos delicados que seu coração dava me dizendo que ela estava mesmo falando sério quando disse que estava sentindo algo por mim naquele momento, e eu esperava que a minha respiração pesada pudesse confirmar a ela que ela não estava sentindo tudo aquilo sozinha.

Consegui soltar meu braço esquerdo dela apenas para dar uma espiada no relógio, já passava das quatro e meia da manhã e o cansaço começava a bater.

— Ei, Carol, já vamos pras cinco da manhã, precisamos dormir... — disse me soltando um pouco dela, mas levando minhas mãos até a sua cintura.

Ela me olhou com cara de sono, os olhos já estavam perdendo a batalha de se manterem abertos e eu tive que segurar um riso ao ver aquela cena.

— Eu não quero dormir — disse fazendo um leve bico e eu tomei um susto com a eletricidade que percorreu a minha espinha conhecendo um lado tão meigo que eu nem imaginava que ela tinha. 

— Você já está dormindo, só precisa deitar, garota — disse não suportando mais a minha vontade de sorrir e ela respondeu com uma careta.

— Não vai começar o discurso? — disse enterrando novamente a cabeça no meu peito.

— Tô cansada demais pra isso hoje, amanhã a gente conversa e, também, é pedir pra falar sozinha, né? Você nem aqui está mais — não aguentei uma leva risada e ela me olhou invocada.

— Me leva pra dormir com você — disse como quem dá apenas boa noite.

— O-oque? Você só pode estar louca. Já vai amanhecer, eu vou contar o que para as minhas filhas? Que não tinha outro lugar numa casa desse tamanho e você foi obrigada a dormir comigo? — ela se afastou um pouco de mim me segurando igualmente pela cintura.

— Por que você não parece com sono? Como pode? Gozou feito uma louca dentro de mim — ela faz mais uma careta tentando me analisar.

Realmente. Eu não estava com sono. Meu corpo estava sob pressão, passava tanta coisa na minha cabeça, um turbilhão de pensamentos e sentimentos e, alem do mais, eu também queria aproveitar mais aquela momento já que eu sabia que aquilo não poderia se repetir novamente. Eu estava certa de que iria aproveitar somente aquele dia de deslize que já estava arruinado, mas que eu não poderia manter isso adiante. Ela sabia disso também. O fato é que a última coisa que eu iria conseguir naquele momento era dormir.

— Não estou com sono — foi só o que eu disse.

— Então fica comigo só até eu dormir e depois você vai para o seu quarto — piscou pesadamente.

Eu sabia que seria arriscado demais mas parecia que naquele dia eu não estava pensando com clareza, meu coração estúpido estava no controle e eu sabia que não conseguiria negar o que eu e ela mais queríamos naquele momento, então não havia outra saída senão ceder.

— Tá bem. Vamos — concordei puxando-a para o colchão e ela foi cambaleando antes de deitar, virar de costas e me puxar para uma conchinha.

— Por favor, não fica dura. Eu preciso dormir e te sentir dura vai me fazer querer cavalgar em cima de ti feito um zumbi — disse com a voz arrastada e um leve tom de suplica e eu tive que morder o lábio para não soltar uma risada alta.

Eu sabia que ela não estava mentindo, mas não ficar dura sentindo sua bunda em meu quadril, todo o nosso corpo colado como nunca estivemos antes exigiria bastante força, mas eu estava disposta a tentar, então foquei apenas em fingir que ela era minha e que nada no mundo poderia atrapalhar a felicidade que eu estava sentindo tendo-a em meus braços.

Aos pouco fui sentindo sua respiração ficar mais pesada e passei a sentir uns tranquinhos de seu corpo indicando que ela estava pegando no sono. A sensação de ter aquela mulher adormecida em meus braços, sabendo que ela estava exausta depois de me ter dentro dela é uma das coisas mais deliciosas que eu já havia sentido na vida. Era um corpinho de pouco mais de um metro e meio que estava virando a minha vida junto com todas as minhas razões e certezas de cabeça para baixo.

***

O sono foi tomando conta de mim perigosamente devagar, sem que eu pudesse sentir o quão perto de adormecer eu estava, um breve momento de cochilo e acordei num solavanco com o coração na mão, o dia lá fora chegando, a sala já começando a ficar iluminada. Olhei no relógio que marcava cinco e meia e suspirei aliviada tentando acalmar meu coração que se sacudia dentro do meu peito. Olhei para Caroline ainda do mesmo jeitinho que adormecera e senti a dor de deixá-la me rasgar ao meio. Fechei os olhos pesadamente e tomei coragem pra ir me soltando dela devagar para não acordá-la. Saí do colchão dando um beijo no topo de sua cabeça e fui para meu quarto arrasada.

Deitei na minha cama do jeito que eu estava, sem cogitar trocar de roupa e a última coisa de que me lembrava antes de apagar, exausta, era do frio que fazia dentro de mim sem ela.



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