ATREVIDA

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Notas da autora: Pois é. Levei quase um ano pra voltar, né? Desculpem. Muita coisa aconteceu na minha vida, mas agora estou pronta pra fazer vocês suspirarem - e me xingarem, invariavelmente - por mais uma história de amor.

Essa fic vai ser toda baseada na visão da Day.
Eu não sigo padrão nenhum de narrativa, vocês sabem, vou experimentando.

Day

— Letícia, você vai se atrasar.

— Já vou, mãe! Credo!

— Nem uma semana de aula e você já tá atrasada? Não foi isso que te ensinei. - mantive os braços cruzados e a minha cara séria para que ela não conseguisse levar na boa.

— Já desço em dois minutos, ok? — fiz uma força descomunal para não rir de como sua expressão de sagaz se desfez diante da minha postura e saí da porta de seu quarto antes que eu não me controlasse mais.

Pouco depois ouvi a porta da frente bater e vi uma Letícia completamente atrapalhada correndo pelo jardim antes de entrar no carro.

— Que cara é essa agora?

— Ah, mãe... Fala sério! Quem com dezoito anos vai pra faculdade sendo levada pela mãe? — ela não me encarou, mas não conseguiu esconder o bico.
Eu engoli a risada.

— Só estou te dando uma carona, não estou te levando pra escolinha, ô bebezinha! — avancei meu braço direito até ela e baguncei seu cabelo, como sei que ela odeia.

Encostei com o carro e, como toda boa aborrecente universitária, ela já saiu correndo pra não ser vista pelos amigos.

— Ei! Hoje é sexta, a primeira sexta da faculdade! Por que não traz os amigos que você já fez em casa pra jantar hoje? Vou cozinhar e ponho cerveja pra gelar. — ela apenas me olhou da calçada e sorriu abertamente antes de se virar pra ir embora. — Mamãe te ama, bebê! — gritei e saí com o carro rindo sem olhar a cara feia que com certeza ela fez pra mim.

***

— Oi, filha! — segurei o celular no ombro enquanto enxugava minhas mãos no pano de prato.

— Mãe, vou levar três amigos que reencontrei da época do curso, tudo bem?

— Claro! Acabei de colocar o lombo no forno, traga todos eles. Todos comem carne? E hein, não fez nenhuma amizade nova não?

— Ah... Teve essa menina, Carol. Falante, expressiva e tal, todo dia me elogia de alguma coisa, mas sei lá. Não faz muito meu tipo não.

— Ué, por que não? Até onde sei uma pessoa que elogia e que gosta de bater papo é uma grande candidata pra se ter uma amizade, não?

— Hum... Nao sei... Achei ela meio... Sei lá. Atrevida demais.

— Para de ser chata e dá uma chance pra menina, vai! Quem sabe ela não te ensina a deixar de ser bicho do mato com o atrevimento dela! — ri da minha própria piada ruim e da cara que sei que minha filha fez naquele momento — traga a menina pro jantar, vai.

— Ok, ok. Vou convidar.

Depois de arrumar a mesa peguei uma cerveja e subi para o banheiro.
Entrei na banheira e permaneci com meu braço esquerdo pra fora segurando minha longneck enquanto relaxava. No meu celular tocava minha playlist preferida e o mundo poderia acabar naquele momento que eu nem ao menos iria me importar.

E, de repente, eu estava lá em frente a porta do quarto de novo. Eu sabia o que veria, eu já vi aquela cena milhares de vezes nos últimos dois anos. Como sempre, eu segui o protocolo de abrir a maldita porta!

Nua (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora