Nua (G!P)

À SUA MANEIRA

Notas da autora: Segura a sofrência que hoje tem! Se fosse um dos meus filmes eu certamente usaria como trilha sonora "Elisa - Dancing". Quem puder procurar pra ouvir, é bem desgraçada de triste rs.

Minhas mãos formigavam, a garganta estava fechada e a cada vez que eu tentava engolir era como se houvessem quilos de terra seca descendo pelo meu esôfago, enterrando meu estômago como numa cerimônia fúnebre onde o cadáver ainda estava vivo. Meus ouvidos zumbiam de uma forma estranha e eu já não conseguia ouvir nada do que acontecia ao meu redor, nem mesmo a voz de Ethan que permanecia com a boca abrindo e fechado como se ele estivesse conversando alguma coisa comigo, alguma coisa que eu jamais saberia o que era, eu só conseguia pensar em quebrar aquele maxilar dançante em centenas de pedacinhos para que ele não pudesse voltar a falar nunca mais na vida medíocre dele.

Não era possível que Caroline estivesse se envolvendo com aquele cara, ele era um completo merda, engomadinho, palestrinha e chato, não havia nada nele que seria capaz de despertar alguma coisa naquela mulher perfeita, aquela ideia era absurda demais pra mim.

Senti falta de ar e uma leve tontura me tomar por completo quando lembrei do fato de que eles já haviam transado, já haviam tido, de fato, alguma coisa e quase foi o meu fim quando constatei que isso poderia voltar a acontecer muito em breve.

Fui surpreendida por braços ao meu redor enquanto olhava o céu ficar ligeiramente turvo e me dei conta de que quase havia caído no chão, não fosse por Ethan e minha filha mais nova que me segurava pelo rosto com uma expressão preocupada.

Respirei fundo e me soltei deles com delicadeza sem ainda conseguir ouvir sequer uma palavra do que diziam pra mim, foi quando olhei novamente para Caroline perto da piscina, ela não se mexia, os olhos não piscavam, seu corpo parecia nitidamente tenso, seus olhos foram ficando levemente marejados até que virou seu rosto para o outro lado me deixando ainda mais sem chão, como se não ligasse para a dor que eu estava sentindo, eu acreditaria nesse pensamento não fosse o fato dela ter ficado no estado em que ficou instantes antes de virar as costas pra mim.

— Com licença, não me sinto muito bem, preciso me deitar um pouco... — disse apenas já indo embora para dentro de casa sem ter a menor ideia de como aquilo tudo havia soado para Ethan.

Passei pelas pessoas como um furacão direto para meu quarto onde me sentei na poltrona, estiquei minhas costas no encosto e deixei o desespero me tomar...

Aquilo não poderia ser verdade, o mesmo cara que estava deixando a minha vida num total inferno profissional, o cara que eu odiava profundamente agora estava me dando mais um motivo para que esse ódio fosse o maior que eu já havia sentido na minha vida inteira. Só de imagina-lo pondo aquelas mãos grandes em cima da minha mulher me fazia querer quebrar dedo por dedo dele.

Ouvi a porta se abrindo e não quis nem abrir os olhos sabendo que era minha filha preocupada com meu estado, mas fui pega de surpresa quando ouvi novamente a voz de Caroline me assustar pela segunda vez naquela noite.

— Day? — chamou receosa.

— Oi... — disse num fio de voz...

— Eu... Eu... Embora eu tenha uma noção do que houve há pouco, preciso perguntar para ter certeza... De onde você conhece o Ethan?

Suspirei pesadamente enquanto fechava meus olhos e voltava a minha cabeça para o encosto da poltrona ficando em silêncio por um instante tentando reunir forças pra encarar aquela conversa.

— Sim, Carol... É ele mesmo... O neto do meu cliente... Só pode ser um pesadelo... — Abri os olhos e a encontrei com uma mão na boca e os olhos arregalados.