NOCAUTE

4.8K 270 381
                                    

Notas da autora: hoje não vim maltratar calcinhas, apenas corações. Segura o romance de milhões.

O sábado passou arrastado como eu previa, couberam, tranquilamente, noventa dias dentro dele o que pode soar exagerado, mas quem é o apaixonado que nunca sentiu o relógio andar pra trás horas antes de encontrar a pessoa amada? Comigo não estava sendo diferente, a gente depois que vai envelhecendo começa a perder um pouco da fé no amor e, principalmente, passa a enxergar a paixão como algo muito efêmero, até mesmo um tanto quanto infantilizado. Mas o fato é que conforme a gente vai envelhecendo certos padrões sociais estúpidos vão crescendo dentro da gente como erva daninha, como a ideia de abandonar totalmente nossa criança interior, nossos sonhos e desejos mais primitivos, até mesmo o adolescente destemido, e acaba sobrando apenas o adulto cheio de frustrações, sobrecarregado de responsabilidades com zero vontade de viver intensamente.

A paixão nos traz de volta todas essas figuras importantes que nós já fomos e foram cruciais pra gente ser o que a gente é hoje. Ela reconecta todos os sonhos e anseios e dá um estímulo fodido em cada centímetro do nosso corpo, não existe sensação mais forte que essa, capaz de mover céu e terra, que transforma a gente num soldado sem o menor medo de morrer no campo de batalha.

Era como eu me sentia naquele momento, eu sabia que estava em guerra, vencia algumas batalhas mas estava longe de vencer a guerra, mas a cada contato com aquele mulher eu me tornava cada vez mais esse soldado pronto pra dar tudo de si em campo. A cada vez toque dela eu estava pronta pra morrer por ela.

Finalmente deu o horário de buscá-la após conversar novamente com Letícia que me encheu de perguntas e eu precisei sair andando deixando-a falando sozinha mais uma vez para conseguir me safar. Eu não sabia por quanto tempo eu poderia me safar, mas aquilo não estava mais me importante de jeito algum quando eu bati os olhos nela parada em frente ao prédio com um sorriso discreto nos lábios rosados.

Ela entrou no carro vestindo um short jeans branco, uma regata azul e um kimono preto que contratava com seu cabelo vermelho que estava ondulado. Ela assim que entrou me deu um selinho pra depois me olhar de cima a baixo assim como eu fazia com ela e só sai com o carro após vê-la cruzar as pernas como eu sempre amei.

— Você está especialmente linda hoje — ela disse sorrindo.

— Estou normal, ué.

— Recebe meu elogio, cacete. — brigou me fazendo sorrir.

Eu estava com uma calça jeans, uma blusa e um paletó levinho por cima, todas as peças na cor preta não entendo o motivo dela estar me achando especialmente bonita dessa forma.

— Certo. Obrigada. Mas você está muito mais. — confessei.

— Eu sei — disse olhando pra mim e sorrindo convencida o que sempre fazia meu coração errar uma batida.

— Gostou do meu vídeo?! — perguntei sorrindo de lado.

— Não mais do que você gostou do meu, confessa — disse divertida.

— Sem sombra de dúvidas, estou morta até agora. — disse piscando pra ela.

— Eu não vejo a hora de chegar... — suspirou — quero tanto te abraçar direito...

— Eu também, meu bem... Você não tem noção... — disse sorrindo e ela retribuiu.

Assim que entramos pela porta ela me puxou pela gola do paletó e me beijou, eu enlacei sua cintura e trouxe seu corpo pra colar inteiro no meu, o beijo foi rápido porque depois a gente se abraçou e ficamos um bom tempo sentindo a paz que era estar uma nos braços da outra, era uma sensação indescritível como se não houvesse mais nenhuma outro lugar que a gente devesse estar, como se nossos corpos tivessem sido feitos sob medida para um encaixe perfeito.

Nua (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora