Já fazia algum tempo desde que jantei com Carol e, por mais que eu esteja tentando de tudo pra manter aquela garota longe dos meus pensamentos, é simplesmente surreal de tão difícil...
— Mã-ãe! Alô? — Letícia me tirou do transe em que eu me encontrava — Eu estou falando com você!
— Oi, filha, desculpe. — me ajeitei melhor na cadeira do meu escritório e a olhei — Estou ouvindo, o que houve?
— Perguntei se eu posso trazer o pessoal aqui amanhã pra aquele churrasco na piscina que nunca rola.
Meu estômago se revirou imaginando Carol aqui na minha casa novamente, na piscina.
Na droga da piscina...— Hmm, não sei, filha... Eu estou cansada dessa semana e amanhã é domingo, eu não gostaria de barulho.
Letícia fez uma cara que me fez gelar por dentro.
— De novo isso?! Jura mesmo?! Mãe, já é o terceiro final de semana seguido que você me dá essa desculpa esfarrapada. Desde quando você se importa com barulho? E desde quando festinha não te relaxa? O que tá acontecendo com você?
Naquele momento eu entendi que não havia mais pra onde fugir, afinal, eu realmente sempre fui a maior incentivadora das festinhas e sempre amei ter a casa cheia de gente e, meu deus, já fazia três semanas que eu estava falando a mesma coisa?
O que estava acontecendo comigo?— Tudo bem, você está certa, eu não ligo pra barulho, podem vir, mas eu realmente quero ficar quieta na minha amanhã, tudo bem?
— Como assim?! Você não vai comandar a sua churrasqueira que ninguém pode tocar?! — ela me olhou com as sobrancelhas altas, deu a volta na cadeira e se sentou à minha frente — quer conversar? É sobre a minha mãe, não é?
Realmente, Stela foi durante muito tempo o motivo das minhas bads. Mas não era esse o caso dessa vez...
— Não, filha. Não tem nada a ver com a sua mãe. E eu estou bem, só estou um pouco cansada por causa dos problemas na agência.
— Tem certeza? Você tem agido estranho nas últimas semanas, mãe.
— Ah, pronto! Cheguei num ponto da minha vida que a pirralha da minha filha agora quer ser minha cuidadora, era só o que me faltava mesmo. Sai pra lá, ô bebezão! — disse me levantando e indo até ela bagunçar seu cabelo, eu sempre usava essa tática pra me livrar de seus interrogatórios, só assim pra ela me deixar em paz.
Eu realmente era a pior mentirosa da face da terra.Letícia saiu da minha sala resmungando enquanto ajeitava seu cabelo impecável.
***
Eu abri a porta pra ver o que estava acontecendo. Eu sempre abro a maldita porta! E aqueles pés estavam dobrados novamente. Eu não aguentava mais ver aquilo!
Tentei me mexer, não consegui. Tentei gritar e não saía nada. Eu queria ir em cima, gritar que eu não queria mais revisitar esse momento, que eu queria que aquilo parasse! E nessa força descomunal eu acordei me debatendo.
Que ódio!— Mamãe, tudo bem? — Vivian estava na porta do quarto com aqueles olhinhos assustados que nunca mudam sempre que isso acontece.
— Agora está filha, vem cá. — Estiquei os braços pra chamá-la pra um abraço e ela veio correndo se jogar no meu colo. — Por que você já estava de pé? Vamos dormir mais um pouquinho, vamos.
— Os amigos da Lelê já estão aqui e eu quero ir na piscina, está sol. Vamos com a gente, mamãe! Chega de dormir!
Socorro! Meu pesadelo está prestes a começar...
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Nua (G!P)
FanfictionDayane é uma mulher divorciada que vive totalmente para os filhos após descobrir uma traição de sua esposa. O trauma foi tão grande que rompeu todas as suas convicções sobre o amor. Ela nunca mais se interessou por ninguém, até sua filha trazer uma...