Notas da autora: Oi, nenens! Começou a sofrência, lencinho tá na mão?
Depois da festa de Vivian Caroline não me procurou mais, eu ainda tentei ter uma conversa decente com ela sobre isso de todas as formas que eu pude sem parecer uma psicopata, mas não surtiu nenhum efeito, ela havia virado fumaça diante de meus olhos, eu estaria até preocupada com ela, - cheguei até a me perguntar se ela havia saído da cidade - se não fosse por Vivian que estava me contando que saía com Carol de vez em quando. A partir dali eu realmente entendi que estava tudo acabado e decidi, cegamente, a me fazer esquecer aquela mulher, nem que pra isso eu precisasse beirar a loucura.
Estava indo bem até o quarto mês sem vê-la quando Letícia chegou em casa falando ao telefone e eu soube imediatamente que era com ela assim que minha filha disse "faz mais de meses que você não pisa na minha casa!", meu coração deu um solavanco dentro do peito como se eu estivesse mais próxima dela, me escondi atrás do batente da porta da cozinha e fiquei ouvindo minha filha falar com ela já deitada no sofá.
— Não quero saber, você anda muito estranha! E não sou só eu que estou notando, todo mundo está! Credo, você precisa sair de casa! Nem parece a mesma mulher!
Vez ou outra Letícia ficava calada ouvindo o que Caroline dizia do outro lado da linha, mas era tão breve que me dava a impressão de Carol estava monossilábica com ela.
— Você precisa sair, beijar na boca, dar uma trepada pra sair dessa depressão que você parece estar, você está parecendo até a minha mãe, Carol! A velha já vai fazer quarenta anos na semana que vem e a senhora tem apenas vinte e três! Você não se ofende em ser comparada com uma senhora de meia idade?! — riu divertida — é sério agora... — mudou completamente o tom de voz — estou preocupada com você, amiga, e estou com saudade da sua leveza, aqui em casa as coisas estão meio pesadas, a minha mãe não anda muito normal, tenho ouvido-a chorar quando chego de madrugada, ela não quer falar o que está acontecendo, mal para em casa, tem se jogado no trabalho ultimamente... Está tudo meio deprê por aqui, eu tenho precisado da minha Carol maluca e eu sei que você precisa da minha ajuda pra sair dessa esquisitice que você está metida.
Então não era somente eu quem estava num estado deplorável... Aquilo me acertou em cheio... Tudo aquilo me acertou em cheio... Saber que Carol estava mal, ouvir a versão de mim mesma através da ótica da minha própria filha... Eu estava mesmo miserável daquele jeito?
— Eu vou marcar um rolê com a galera e você sabe muito bem quem eu vou levar — deu uma risadinha travessa e meu coração errou uma batida — Carol, dá uma chance pra ele! Ele ainda não te esqueceu! Você tem um homem charmoso daquele aos seus pés e está cagando pra isso, como pode?! O cara é gato, rico, bem sucedido, o que mais você quer?! — perguntou e ficou em silêncio... — Carol? Você está aí? — Certo, vou parar de te encher, mas esse rolê vai acontecer! Esse final de semana você não me escapa, ok?! Um beijo. — finalizou a ligação e subiu as escadas correndo.
E eu fiquei ali, como um rato atropelado, esmagada, ferida, estatelada no chão. Minha própria filha estava tentando fazer Caroline reatar com o tal "boy da Carol", ainda por cima o cara parecia ser maneiro e gostar dela, já que depois de tanto meses ele ainda estava interessado nela, bem, como não estaria, né?! Esquecer Caroline era uma tarefa terrivelmente difícil, eu até me solidarizaria com ele não fosse o fato de que ele estava com o caminho livre e a minha própria filha estava entregando Caroline pra ele. Senti uma descarga de adrenalina passando pelo meu corpo inteiro, sim, eu estava com ciúme. Eu estava morta de ciúme e de medo de perder a mulher que eu mesma mandei embora por ser uma covarde. Parecia que o meu castigo só estava começando...
***
— Mamãe? — Vivian chamou enquanto me acordava de um pesadelo — foi só um pesadelo...
— Oi, filha... Obrigada por me acordar — disse ainda atordoada enquanto sentava na cama e Vivi vinha ao meu lado.

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Nua (G!P)
FanfictionDayane é uma mulher divorciada que vive totalmente para os filhos após descobrir uma traição de sua esposa. O trauma foi tão grande que rompeu todas as suas convicções sobre o amor. Ela nunca mais se interessou por ninguém, até sua filha trazer uma...