Nua (G!P)

O PRIMEIRO DIA III

Notas da autora: tô vendo muita gente nova por aqui mas que só comenta pra pedir pra eu atualizar. Os comentários são importantes porque eu escrevo pra vocês e gosto de não me sentir sozinha imaginando todas essas histórias. É bom demais poder dividir essas dores e delícias com vocês! Então, falem comigo! 🥰

Pouco tempo depois que Caroline foi embora Vitão se convidou pra ir até meu quarto onde a gente poderia conversar sem que fôssemos interrompidos, ou pior, ouvidos.

Fechei a porta e me sentei no pequeno sofá onde ele já estava sentado e joguei minhas pernas em cima do colo dele.

— Vai, começa logo o sermão. — revirei os olhos.

— Mana, vamos falar sério, ok? — ele parecia realmente sério e eu apenas suspirei.

— Ok...

— Eu acho que você não tem muito o que fazer, Day. Essa garota te pegou de jeito. Aceita que dói menos. — disse simplesmente.

— Não é bem assim, Victor. Não é tão fácil...

— Eu não disse que é fácil, eu disse que você não tem saída. Fácil não vai ser, mas vocês estão apaixonadas, cara... Eu não via você com essa cara de peixe morto desde o início do teu namoro com a Stellinha e, mesmo assim, nunca vi você ficar fazendo loucuras pra trepar, mana, sinceramente. — deu uma risadinha — Essa menina deixa você fora de si.

— Ah, maninho... Ela é tão... Tão... Argh! — gemi.

— Gostosa. Eu sei! — ele riu e eu dei um soquinho nele.

— Demais, puta que pariu! — passei as mãos no rosto em desespero.

— O fato é que não é só sexo, Day, o que eu havia pensado que fosse quando você me contou tudo. Jurava que era alguma crise de meia idade tua de se aventurar com uma menina jovem, algo proibido, amiga da Letícia e tudo o mais. Eu esperava chegar aqui hoje e me divertir com a tua cara, mas assim que ela chegou e olhou pra você eu vi que pra ela não era só sexo e foi só você virar pra olhar pra ela que eu percebi que também não era só sexo pra ti. Foi uma troca de olhares dessas de novela, sei lá, mano. Era como se eu nem estivesse mais ali. — ele riu novamente.

— Victor... Você não me ajuda dizendo essas coisas, sabe, eu... — tentei mas fui interrompida.

— Sim, está doida pra sair correndo dessa história e voltar a ser a velha amarga que você estava tentando se tornar. — cuspiu — Porra! Não viaja, Dayane! A garota está louca por você e você por ela. Ponto. Não tem que deixar que coisas pequenas fiquem entre vocês.

— Coisas pequenas! Está de sacanagem?! — me exaltei levemente — São minhas filhas que estão no meio dessa história! Ela tem quase a idade da Letícia! E, além do mais... Eu... Eu não me sinto segura ainda... — terminei a frase num fio de voz.

— Dayane, olha pra mim — se ajeitou no sofá pra ficar mais de frente pra mim — a Stella não está mais na sua vida. Eu sei que o que você passou foi uma merda sem fim, eu nem consigo imaginar o quanto doeu, mas você não acha que já sangrou demais por causa dela? Você acha que você merece continuar sangrando depois de todos esses anos? Você se fechou como uma concha depois de tudo. Além dela ter fodido com teu coração naquela época você ainda vai seguir dando aval pra ela continuar fodendo a sua vida? Pensa, maninha, ela não merece ter esse controle sobre a sua vida.

Fiquei pensativa com aquelas palavras, realmente eu estava dando a Stella um controle enorme sobre a minha vida, como seria possível depois de todo esse tempo eu ainda me sentir tão miserável? Havia sido um trauma e tanto ter visto aquela cena... Tanta gente que fica traumatizada apenas por saber de uma traição, muitas vezes até com uma pessoa desconhecida. Eu tinha visto a cena, eu vi. Eu vi! Eu ouvi. E não era com uma pessoa qualquer, era com meu melhor amigo! Na minha fucking cama! Somente de lembrar por um instante daquela imagem eu já conseguia sentir minhas entranhas se agitarem. Aquilo foi, de longe, a pior coisa que eu poderia ter vivido num relacionamento amoroso.