PORTA ABERTA

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Notas da autora: vocês estão comentando bastante e isso me deixa inspirada a voltar mais! Só essa semana já é a quarta atualização haha. Aproveitem e não parem! ❤️

Passei a semana inteira falando com Caroline todos os dias ao telefone no finalzinho da noite, era o momento que eu mais ansiava durante o dia, especialmente aquela semana que no trabalho foi bem pesado, eu ainda estava tendo problemas sérios de entendimento com aquele cliente que deixara o neto comandando tudo. Eu amava o que eu fazia mas, ultimamente, estava levantando da cama desanimada para enfrentar o expediente e tudo que eu precisei fazer era pensar em Caroline ao final do dia me acalmando com sua voz rouca ao pé do meu ouvido me dizendo que tudo ficaria bem e que no final de semana ela iria aliviar toda a minha tensão.

Eu havia aberto as portas do meu coração e, sinceramente, eu não via mais como voltar atrás. Os últimos dias haviam sido os melhores de toda a minha vida, mesmo com tanto problema na agência e todo aquele medo que eu ainda sentia de me relacionar com outra pessoa novamente, ainda mais por ela ser tão mais nova e amiga da minha filha. A situação não era nada favorável mas eu e ela, sem pensar no mundo externo, éramos a coisa mais fácil e deliciosa do mundo e, ultimamente, eu havia desistido de me preocupar tanto e me deixei sentir as coisas que eu tinha que sentir ao lado dela.

Já era sexta feira e nosso encontro estava marcado para o sábado, iríamos mais uma vez naquele mesmo motel onde podíamos ficar a sós e passar a noite juntas, minha boca salivava de imaginar horas a fio podendo fazer com ela o que eu bem entendesse e ela a mesma coisa comigo. Estávamos numa entrega muito louca, sem nenhum tipo de joguinho ou resistência.

- Oi, meu bem - ela disse assim que atendeu.

- Como é bom ouvir sua voz... - sussurrei aliviada.

- Mais um dia difícil no trabalho?

- Um dos piores... Mas não quero falar disso, como foi o teu dia?

- Tudo bem, quando quiser voltar no assunto é só me dizer, sabe que não ligo de ouvir, ok? - disse sendo sincera - o meu dia foi mais ou menos também, briguei com meu pai pra variar...

- Poxa, que ruim... O que houve dessa vez?

- O de sempre. Se acha acima de tudo e de todos.

- O que eu posso fazer pra te deixar melhor? - perguntei com o coração na mão.

- Você já faz, meu bem... Só de falar contigo eu já me sinto melhor.

- Eu sinto o mesmo falando contigo...

- Vai chegar o Natal e não vai chegar amanhã, puta que pariu, hein?! Como está demorando pra passar essa semana!

- Argh! Nem me fale! Eu estou maluca de vontade de te ter em meus braços, Carol.

- É tudo que eu preciso... - choramingou.

- Só mais uma noite, meu bem. Na próxima estaremos juntas.

- O que você vai fazer amanhã o dia todo?

- Vou ter que trabalhar amanhã. As coisas estão problemáticas com aquele moleque, ele rejeitou tudo que enviamos na semana passada e passou essa semana inteira fazendo vídeo chamada comigo pra desenhar tudo que ele quer, amanhã será a última reunião com ele...

- Que pau no cu esse cara! Você não pode mesmo perder esse cliente? Precisa ficar aguentando isso?

- Esse cliente me rende muita coisa, não somente boa parte da grana que entra na agência, mas o fato de ter a conta dessa empresa me abre muitas portas. E já estamos juntos há muito tempo, eu não faço ideia do quanto isso pode me prejudicar, ainda mais se ele sair falando mal de mim por aí. O avô dele construiu um patrimônio e tanto, muito respeitado por toda São Paulo e acredito que ninguém saiba ainda que esse moleque é um cuzão.

Nua (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora