Nua (G!P)

ERA ELA

Notas da autora: todo mundo bravo com a Day, né? Hahaha adoroooo! Se preparem porque vão ficar ainda mais bravas hoje!

Mariana ficou para almoçar comigo em casa aquele sábado, fiquei feliz em ter uma companhia leve que estava disposta a entender tudo que estava acontecendo comigo naquele momento. Era óbvio que eu não conseguia disfarçar o quanto Caroline estava mexendo com a minha cabeça me sentindo tão intimamente próxima de outra mulher.
Iniciamos essa conversa imediatamente após o nosso orgasmo quando deitei minha testa em seu ombro e ali fiquei, atordoada, arrependida, culpada, uma mistura de sentimentos cretinos que me faziam parecer uma pessoa muito, muito miserável. Sentia meu coração bater forte e uma vontade de chorar violente me invadiu, deixando todos os músculos do meu corpo em alerta, tensionados, fazendo uma força sobrehumana para conter as lágrimas que se formavam em meus olhos.

Ela apenas me abraçou, me acolhendo em silêncio, como se entendesse que havia algo de errado comigo que não tinha nada a ver com ela. Aquilo me deixou melhor e eu a abracei de volta pedindo desculpas, com a voz levemente embargada, me senti uma adolescente vulnerável que estava sendo protegida por alguém mais maduro, ela apenas disse que estava tudo bem enquanto mexia os dedos entre meus cabelos bagunçados, em silêncio, ela ainda no meu colo, eu ainda dentro dela... Finalmente após alguns longos minutos ela se convidou para fazer o almoço pra gente, pediu pra que eu fosse tomar uma ducha e esperasse a volta dela do mercado para ajudá-la no preparo.

Foi o que fiz sem questionar.

Colocou o macarrão na água fervente e me deu os tomates para picar enquanto ela mesma picava finas fatias de alho com muita destreza.

— Caramba, você parece saber o que está fazendo — disse impressionada fazendo-a rir.

— Eu sou chefe de cozinha — sorriu.

— Pensei que iríamos comer miojo e agora vamos comer como em restaurante cinco estrelas! Por essa eu não esperava! — arranquei uma gargalhada dela.

— Se deu bem que sou boa na cama e na mesa — piscou fazendo algo em meu estômago se revirar.

— É?! — provoquei. — ainda vou ter que provar para concordar. — ri e ela fez uma cara de ofendida para em seguida rir também.

— Quem é ela? — perguntou simplesmente fazendo meu coração errar uma batida.

— Quem? — tentei mas ouvi de imediato um barulho de sua língua entre os dentes em desaprovação. — Ah, longa história...

— Estou fazendo macarrão a lá puttanesca, meu amor, temos tempo suficiente. Anda, começa!

Ela realmente queria falar sobre Caroline e uma parte minha também queria, falar dela em voz alta, pronunciar aquele nome, era algo que eu não fazia a algum tempo, inclusive eu vinha recusando as ligações do meu melhor amigo exatamente para evitar aquilo, mas, não sei, naquele momento, com aquela pessoa, me parecia muito mais natural deixar meu coração falar sem que minha cabeça ficasse me brecando disso ou daquilo.

Por fim, numa tentativa de resumo acabei abrindo meu coração para ela e contando toda a história que estava me deixando da forma como ela mesma estava vendo. Me fez várias perguntas ao longo da conversa se mostrando bastante interessada em tudo, mas sem fazer nenhum comentário até que eu finalizei o papo na famosa frase "e é isso".

A chuva de questionamentos foi basicamente idêntica a de Victor e eu me segurei em vários momentos para não rolar os olhos para a minha nuca. Eu queria entender como aquilo poderia soar tão simples para quem estava de fora da situação, como se só o amor bastasse, como se ele fosse capaz de superar qualquer coisa. Não era. O caminho seria árduo demais ao lado dela, enfrentaríamos muitas coisas das quais eu não sabia se eu ou ela poderia aguentar. Estar sem ela era terrível. Muito mais do que eu havia pensado que seria, mas já tínhamos avançado um bom tempo nessa estrada então eu tinha para mim que faltava pouco para que tudo começasse a melhorar para mim, para ela ainda mais! Ser jovem ajuda muito no processo de cicatrização das feridas,o corpo regenera mais rápido.