Assim como as outras vezes em que tínhamos andado juntos, colocamos nossos cintos em silêncio e Sasuke ligou o carro, tirando-o com extrema facilidade da vaga, e quando estávamos no primeiro farol ao fim da rua, o moreno quebrou o silêncio como se estivesse dando-me minha deixa.
— Onde você mora?
— Na 17-5, Pheasant Way.
— Perto do Florham Park?
— Isso mesmo — Respondi secretamente surpresa.
— Isso não é tão perto a pé como você fez parecer mais cedo...
— Depende do ponto de vista — Respondi dando de ombros, ignorando o fato de ter sido pega em flagrante.
— Sei — Murmurou nada convencido. — Então, você vai mesmo dançar na academia?
— Eu vou tentar — Disse animada, agradecida pelo moreno ter mudado de assunto. — Segunda tenho que ir lá entregar a ficha de inscrição.
— Se estiver sem carro, me avisa que eu te dou uma carona.
— Desse jeito você vai acabar virando meu chofer — Brinquei, imaginando badboy vestido com o terno ajustado e o quepe.
— É um trabalho muito digno — Sasuke respondeu, pondo uma das mãos sobre o peito, como se estivesse verdadeiramente ofendido.
Eu acreditaria se não fosse o sorriso em seu rosto lhe entregando.
— Oh, sem dúvidas realmente é, meu caro senhor — Falei exagerada.
— Obrigado, madame.
Rimos da piada, esperando até que Sasuke fizesse a fechada curva para voltarmos a conversar.
— Sua tia já está em casa?
— É bem provável.
— E ela não vai ficar brava se te vir saindo do carro de um desconhecido? — O moreno disse a última palavra como se fosse um título extremamente charmoso.
Era divertido vê-lo tentar interpretar esses papéis, mas sabia que por trás das piadas, ele estava legitimamente preocupado. Seu maxilar estava tenso e levando em conta tudo que tinha dito a ele mais cedo, eu entendi o porquê. Sendo justa, nem eu sabia muito bem como ela poderia reagir.
— Primeiro, você não é bem um desconhecido — Falei, na tentativa de acalmá-lo. — E não, eu não acho que ela vá ficar brava.
— Certeza?
— Um pouco, sendo justa eu não estou conseguindo ler bem os sinais dela ultimamente.
— Chegou a um limite desconhecido? — Sugeriu, fitando-me pelo canto do olho.
— Exatamente.
— Relaxa, esse tipo de coisa costuma melhorar quando se envelhece.
— Mesmo? Com quantos anos?
— Acho que é mais sobre envelhecer mentalmente, do que a idade em si — Respondeu incerto.
— E quando vou saber que chegou na idade?
— Sei lá, algum dia você vai simplesmente estar sentada, tomando um sorvete e não vai congelar seu cérebro — Comentou provocativo.
— Engraçadinho.
— Mas é sério — Continuou rindo — Você apenas percebe.
— E você já percebeu?
— Por que acha que eu moro sozinho e minha mãe não me liga de cinco em cinco minutos?
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A boneca e o bailarino
Fiksi PenggemarEu era uma boneca, uma linda boneca. Se pedissem dez piruetas eu fazia, se dissessem que estava gorda eu parava de comer... Não tinha controle sobre mim, sobre meu corpo, ou até mesmo sobre minhas emoções... Nunca me perguntarão se dói quando faç...