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*Cecília Mitchell*

-Como foi seu dia Cecília? –Perguntou Lorenzo durante o jantar.

-Não fiz nada de mais. Só comecei um livro novo essa manhã, e seu dia como foi?

-Foi ótimo. –Respondeu sério.

Ficamos uns 10 min sem conversar, até Lorenzo quebrar o silêncio.

-Amélia me contou que gosta de pintar. Vou comprar materiais de pintura para você.

Olhei para ele surpresa. Ele realmente faria isso por mim?

-Obrigada.

Dei um pequeno sorriso. Lorenzo por sua vez continuou sem esboçar nenhuma reação.

Quando acabamos de comer eu fui para o quarto e meu querido sequestrador provavelmente foi para o escritório.

Eu não poderia fugir de pijama, e não teria tempo de me trocar. Então eu pensei em vestir uma roupa mais prática por baixo de um pijama de frio.

Pequei uma calça legging e uma blusa, ambas da cor preta para ser mais difícil de me verem.

Tomei meu banho e vesti o pijama por cima da roupa de fuga. Não dava para perceber nada. Já era 01:45 am.

Fiquei deitada de costas para a porta esperando Lorenzo.

Quando ele entrou, eu logo fechei os olhos fingindo que estava dormindo. Percebi ele deitando ao meu lado, e comecei a sentir um carinho nos meus cabelos.

O que ele está fazendo? Meu coração estava acelerado, tive que me segurar para não suspirar. Logo ele parou e se deitou para dormir.

Quando percebi que Lorenzo já estava dormindo comecei a agir.

Levantei da cama o mais devagar possível. Tirei o pijama já ficando com a roupa preta e fui para o closet para calçar meus tênis.

Tudo pronto. Eu ainda tinha 7 min para desligar a energia e sair daqui.

A casa estava escura, andei em silêncio até o corredor do escritório.

Olho para o quadro que escondia a caixa dos disjuntores. Minhas mãos estavam suando.

Tirei o quadro com cuidado, sem fazer nenhum barulho coloquei ao meu lado no chão. Meu coração martelava no peito.

Logo desliguei a energia do lugar inteiro.

Olho para o relógio na parede. Os seguranças já estão trocando de postos. Tenho 3 min para fugir.

Andei para a porta de saída da cozinha, não poderia fazer nenhum barulho. Assim que passei para o lado de fora comecei a correr.

O portão ainda estava um pouco longe, tinha que correr mais rápido. Eu estava com medo de ser pega, mas não podia continuar presa aqui sem tentar fazer nada.

Vi um segurança passando, me escondi atrás de uma árvore que tinha por perto.

Minha respiração estava entrecortada. Tinha que ser rápida, o tempo estava acabando.

Quando o segurança já estava longe, voltei a correr.

-CECÍLIA!

Escutei o berro de Lorenzo por todo o lugar.

MERDA, MERDA, MERDA!

Lágrimas rolavam pelo meu rosto.

Continuei a correr.

Mais depressa.

Eu consigo.

Eu tenho que fugir.

Corri o mais rápido que conseguia. Meu pulmão ardia com o esforço, mas eu não podia parar.

Mais depressa.

Eu preciso fugir dele.

Depressa!

Eu já conseguia ver o portão. Corri. Corri como se minha vida dependesse daquilo. E dependia.

De repente senti um corpo se chocar contra o meu. Cai na grama. Senti mais lágrimas inundarem meus olhos.

Lorenzo estava em cima de mim. Olhava-me com raiva.

O medo se apossou de mim.

Os olhos de Lorenzo estavam nublados de ódio.

Ele apertou minha garganta com força. Eu não podia respirar. Fui pega.

Era meu fim.

-Vou te mostrar o que acontece quando alguém tenta fugir de mim, neném. –Disse de um modo assustador.

Logo as lembranças vieram à tona...

Flashback on: *5 de fevereiro de 2010*

-QUIETA SUA VADIA. -Gritou ele dando um tapa no meu rosto. Ele me levantou pelo pescoço, eu não conseguia respirar; o desespero me consumia, a angustia, medo, o pavor...

-Agora você vai aprender a nunca fugir de mim. -Falou no meu ouvido.

Ele me jogou no chão novamente, ficou por cima de mim, e rasgou minhas roupas.

Eu não tenho forças para lutar, ele é muito maior e mais forte que eu. Lágrimas caiam dos meus olhos. Meu peito doía, eu estava com medo.

Me debati de baixo do seu corpo.

-Quieta vadiazinha. Você vai gostar do que vou fazer.

Ele abaixou um pouco a calça e me penetrou. Só conseguia sentir dor. Humilhação.

Eu era virgem a 2 min atrás.

Eu gritava, chorava, berrava, me debatia, soluçava... Mas ninguém me ajudou.

Dor.

Era isso o que eu sentia.

Quando tudo terminou, continuei no chão. Chorando copiosamente.

Dor.

Nojo.

Humilhação.

Nojo de mim. Do meu corpo.

Nojo dele. E de tudo.

Flashback off.

-NÃO! LORENZO POR FAVOR, NÃO! –Gritei.

Ele me levou para dentro da casa novamente. Puxando meu braço.

-Por favor, não. –Sussurrei enquanto chorava.

Lorenzo parou de frente para uma porta. Uma porta que nunca entrei.

L'amore di un Mafioso (New Beginnings -Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora