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*Cecília Mitchell*

Acordo com a claridade, a luz do sol banhava o quarto. Lembro que estava acabada e que nem conseguia andar, Lorenzo me trouxe para nosso quarto e eu capotei.

Como sempre, eu estava sozinha na cama. Esse cara não dorme não?

Resolvi tomar um banho de banheira para relaxar, meu corpo está todo dolorido.

Enchi a banheira com água quente, coloquei sais de banho e entrei.

Meus músculos agradecem. Sinto como se tivessem passado com um rolo compressor em cima de mim.

Tomo um susto quando escuto uma voz do meu lado.

-Eu deveria começar minha manhã vendo você nua... Melhora muito meu humor. –Lorenzo falou com um sorriso safado.

-Credo Lorenzo! Precisava me assustar?

-Não era minha intenção.

-Sai daqui. Estou tomando banho.

-E daí? Eu já vi você sem roupa e com a bunda bem na minha cara.

-LORENZO!

Joguei um pouco de água nele.

Ele deu uma risada curta.

-Só vim te perguntar se você quer tomar café da manhã comigo.

Arqueei minha sobrancelha.

-E desde quando você pergunta se eu quero alguma coisa?

Quando eu percebi já era tarde de mais.

Merda. Quando ele é legal comigo eu abro minha boca pra falar a coisa errada.

-Como eu estou de bom humor hoje, vou deixar essa passar. –Falou revirando os olhos.

Sorri.

-Vou querer tomar café com você sim. Só vou me secar.

Ele acenou com a cabeça e saiu do banheiro.

Me sequei e fui procurar ele.

Lorenzo estava em uma das pequenas mesas do jardim.

-Vamos comer aqui hoje?

-Sim. Quero uma mudança de ambiente. –Falou.

Me sentei de frente para ele.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Você acaba de me fazer uma. –Falou com um sorriso. –Mas pode perguntar que quer.

Dei risada e revirei os olhos.

-Você gosta da vida que tem? –Perguntei.

-Na máfia, você quer dizer?

-Sim, na máfia e aqui em Palermo, você gosta de morar aqui e fazer o que faz?

-Gosto. Fui treinado para isso. Gosto do perigo, da ação e da adrenalina; não acho que conseguiria ter uma vida normal, com uma casa de cerca branca, filhos, cachorro e um trabalho de escritório. –Disse sério.

-Mas você não se sente mal? Não tem pesadelos nem nada do tipo? Porque você com certeza já matou gente... –Falei a última frase mais baixo.

-Não só matei como torturei. –Me encarou. –Faço isso desde os 8 anos. Não tenho pesadelos com isso. Ao contrário do que você deve pensar Cecília, não mato inocentes.

L'amore di un Mafioso (New Beginnings -Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora