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*Lorenzo Pellegrini*

A dor no meu corpo era alucinante.

Eu estava sozinho na sala. Preso por correntes no teto. Não conseguia sustentar o peso do meu corpo, então as correntes machucavam meus braços e pulsos.

Meu olho direito estava inchado, e tenho certeza que estou com uma costela quebrada.

"Deus... Eu sei que nunca conversei muito com o senhor. Mas quero pedir perdão por tudo o que fiz. Caso eu não consiga sair dessa, proteja a Cecília e minha família."

Lembranças de Cecília invadem minha mente sem permissão.

Nós dois no parque.

Assistindo um filme na sala.

Ela me abraçando.

O beijo dela... Deus... O beijo dela é o melhor que já provei.

Lágrimas caem dos meus olhos.

Eu amo a Cecília.

Fiz tudo errado com ela. Preciso me redimir.

Quero pedir perdão à ela. Amá-la.

Eu preciso continuar vivo. Eu tenho que sair daqui.

*Gregório Pellegrini*

A noite estava silenciosa. Estamos perto de chegar à cidade abandonada.

Andávamos silenciosamente pela floresta que cercava a cidade de Kursha-2.

Em 5 min chegaríamos ao nosso destino.

*Lorenzo Pellegrini*

-Acho que sua ferida está infeccionada. –Disse o homem com um sorriso. –Quanto tempo leva pra alguém morrer de infecção? Considerando seu estado... Acho que algumas semanas talvez. Ou alguns dias. Você está horrível.

Não respondi nada. Não tinha tantas forças. Estava com frio e com dor. Sentia que cada respiração que eu dava era a última.

-Mas me fala... Resolveu me contar onde estão os explosivos?

Minha cabeça latejava.

-Vou te contar. Chega mais perto, não consigo falar muito alto. –Falei com dificuldade.

Ele chegou perto de mim com um sorriso. Ficou cara a cara comigo.

-Vai à merda. –Sussurrei na sua cara.

-Seu italiano filho da puta. –Falou socando meu rosto.

Antes de ele conseguir fazer algo mais ouvimos uma explosão.

Ele pegou um rádio e começou a falar algo em russo. Depois saiu do local.

Eu conseguia ouvir tiros sendo disparados.

Merda! Não tem como eu sair daqui sem ajuda.

-Fala ai, mio figlio di puttana preferito. Sentiu saudades meu amor? –Falou Filippo entrando na sala.

Revirei os olhos. Como o desgraçado ta aqui?

-Você ta feio em. O seu irmão e outros soldados veio salvar a gente. Eu estou inteiro como você pode ver. Não fui torturado nem nada. Os russos queriam só você. –Falou enquanto analisava as correntes.

Filippo deu um tiro em cada corrente e segurou meu corpo para eu não cair.

-Você precisa de um médico. –Falou. –Eu estou com uma arma que seu irmão me deu. Mas tem outra aqui para você, apesar de eu achar que você não vai conseguir usá-la. É melhor prevenir do que remediar, né.

Ele me entregou um revólver calibre 22.

-Estou com uma costela quebrada. –Murmurei.

-Merda, Lorenzo. Não tem como eu ser muito delicado no momento. Desculpa.

Ele me levou para fora. Eu me apoiava em seu corpo.

Os tiros estavam cada vez mais alto.

Eu conseguia ouvir gritos.

Um russo apareceu em nossa frente e começou a atirar. Nos escondemos atrás da parede.

Filippo revidava os tiros.

Eu me abaixei e apontei a arma para a cabeça do cara. Ele não conseguia me ver. Estava mais preocupado com meu consigliere.

Atirei. E acertei.

Continuamos a andar.

Ouvimos uma explosão.

-Merda, é melhor a gente ir mais rápido. –Falou.

Chegamos ao lado de fora. Vimos trocas de tiro por todo o lado.

Abaixamos e seguimos andando.

Os tiros cessaram.

-LORENZO. –Escutei meus irmãos gritarem.

Gregório e Francesco correram até mim.

-Deus. Ainda bem que você está vivo. –Falou Francesco.

-Caralho. Você precisa de um médico. –Gregório disse me abraçando.

-Minha costela seu filho da puta. Não me abraça. –Murmurei.

-É... Você está bem. –Falou rindo.

Seguimos para fora daquela cidade abandonada.

Mas depois de uns 10 min andando pela floresta, minha visão ficou turva.

-LORENZO, PORRA! –Ouvi alguém gritar, antes de eu sentir minha cabeça bater no chão e eu apagar de vez.

L'amore di un Mafioso (New Beginnings -Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora