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*Cecília Mitchell*

Três semanas.

Já se passaram três semanas que Lorenzo, Filippo e Francesco sumiram.

É como se o avião nunca tivesse decolado. É como se ele não existisse.

Não sabemos o que aconteceu. Simplesmente sumiu do radar.

Essas semanas se passaram lentamente. Eu simplesmente estou perdendo as esperanças. Igor falou que não conseguiu descobrir nada, mas que não vai desistir.

Tinha acabado de almoçar e agora estava na biblioteca, tentando ler alguma coisa, quando Nicoletta entrou.

-Oi minha querida. –Falou.

Seus olhos estavam vermelhos, ela estava bem abatida.

-Oi.

Dei um pequeno sorriso.

-Como você está? –Perguntou se sentando ao meu lado.

-Melhor do que antes para falar a verdade. Mas sinto falta dele.

-Eu também sinto falta daquele menino teimoso. –Disse rindo. –Sabe Cecí... Ele gostava de você. Concordo que os métodos dele de ter você foram errados, mas ele realmente é encantado por você.

-Eu também gosto dele... Mesmo sendo errado.

-O amor não é errado minha querida.

Amor? Eu amo o Lorenzo?

-Não sei se eu o amo.

-Eu sei que ama. Vejo no modo que olha para ele.

Sinto meu coração errar uma batida quando lembro dos momentos bons que tive com Lorenzo. O piquenique no parque, a gente assistindo um filme juntos de noite, ele sorrindo para mim...

Eu o amo.

Sou apaixonada por ele, mesmo sendo errado.

-Acho que amo ele...

-E eu acho que ele ama você. –Disse sorrindo. –Agora tenho que ir. Só passei para ver como você estava .

Ela se despediu e eu continuei pensando.

Deus... Eu amo aquele homem. Mas não deveria. É errado.

*Igor Özkan*

-ME DÊ AS LOCALIZAÇÕES! –Gritei enquanto queimava a mão do cara com o maçarico.

Estou sozinho na sala junto com Anton, um Russo que Bernardo conseguiu capturar na semana passada.

Esse cara é um dos peixes grandes, mas não está sendo fácil fazer ele abrir a boca.

Ele gritava de dor. Mas não falava nada. O cara era treinado para ficar quieto.

Saí da sala e dei alguns passos para longe da porta, para fazer uma ligação.

-Conseguiu o que pedi?

-Vou enviar para seu celular agora. -Falou.

-Ótimo.

Desliguei sem esperar uma resposta.

Entrei no e-mail e vi tudo o que eu precisava para fazer o cara falar.

Entrei na sala novamente, com o celular na mão.

-Acho que vou fazer uma visita para a sua esposa... -Falei mostrando uma das fotos no celular.

Anton arregalou os olhos. Ele estava amarrado em uma cadeira e tremia dos pés a cabeça.

Mas não falou nada.

Passei para a próxima foto.

-Essa menininha aqui é sua filha, não é? -Virei o celular para ele. -Tem o que? Uns 6 anos?

-Ela é só uma criança. -Falou baixo e com lágrimas nos olhos.

-Eu sei que é só uma criança. Não sou cego. Mas ela pode ser um meio para o fim, não é mesmo? Falei sorrindo

-VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR NENHUM DEDO NA MINHA FILHA! -Gritou.

-Ah eu vou sim. Como eu disse... Um meio para o fim. Você entende que só estou fazendo meu trabalho não é? Não é nada pessoal. -Falei com um sorriso torto.

-Desgraçado. -Sussurrou.

-Vai falar alguma coisa que me interesse, ou vou ter que descobrir por outros meios? -Disse entediado.

-Você tem que me prometer... Que se eu falar, você não vai machucar minha esposa ou minha filha. -Falou com dificuldade.

-Se você falar, eu não vou precisar machucá-las.

-Ótimo.

*Gregório Pellegrini*

Eu e Bernardo estávamos na sala de reunião, estudando um mapa da Rússia, quando Igor entrou com passos apresados.

-O que vocês podem me dizer sobre a cidade de Kursha-2; sobre o antigo farol na ilha de Sakhalin e sobre a Fábrica em São Petersburgo?

-A Cidade de Kursha-2 é localizada na região de Riazan, a 200 quilômetros de Moscou. É uma cidade abandonada, a maioria dos habitantes morreram no local por conta de um incêndio. Lá só existem ruínas com casas de madeira queimadas ou abandonadas, o lugar é cercado por uma floresta. –Falei sério.

-O Antigo farol na Ilha de Sakhalin foi construído em 1939. Foi saqueado e abandonado alguns anos depois. –Disse Bernardo. –E a antiga Fábrica em São Petersburgo foi consumida por um incêndio. Lá só tem ruínas.

-Esses foram os locais que Anton falou? –Perguntei.

-Exatamente.

-Agora em qual desse lugares eles podem estar? –Bernardo perguntou.

-O antigo farol não pode ser, porque lá ainda é um ponto turístico. De difícil acesso mas é. De vez em quando aparecem pessoas por lá. –Expliquei. –São Petersburgo é um pouco longe de Moscou, dá umas 7hrs de carro.

-O único que resta é a cidade abandonada. –Bernardo disse.

-Temos que ter certeza que eles estão lá. –Igor se manifestou. –Não podemos chamar atenção à toa.

-Concordo. Vamos mandar uns dois homens para lá primeiro. Eles vão como turistas, em um avião comercial.

-Perfeito. Então eles investigam a cidade abandonada e nos falam se existe alguma movimentação por lá. –Igor falou.

-Eles não podem ser vistos lá de jeito nenhum. Vão ter que entrar e sair sem serem vistos. E vão voltar para cá assim que tiverem a resposta que precisamos. –Bernardo falou seriamente.

-Vamos escolher os dois soldados então.

-Só uma pergunta... Vamos contar para a sua família? –Indagou Igor.

-Não. Nem para minha família e nem para a Cecília. Pelo menos não agora.

L'amore di un Mafioso (New Beginnings -Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora